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*Narrador

O caos se instalou entre o grupo de amigos, Aninha cuidava de Valéria enquanto os outros procuravam Diana em cada canto da balada. O tempo passava, a balada ia esvaziando e nada de acharem a mesma, Dinho a essa hora já estava desesperado e Samuel não conseguia trocar nenhuma palavra com os amigos.

- E se ela foi pra casa? - Bento pergunta e todos o encaram. - Procuramos em todo lugar e não achamos, ela foi pra casa.

- Bento tem razão. - Júlio fala de forma calma, tentando tranquilizar Sérgio, Dinho e Samuel. - Ela deve ter saído do banheiro, não deve ter nos achado e foi pra casa.

- Não, ela não faria isso. - Cláudia passa as mãos no rosto. - Por que eu fui deixar ela sozinha? Puta que pariu, que merda que eu fiz?

- Clau, se acalma. - Sérgio segura as mãos da namorada. - Nós vamos encontrar ela.

- Vamos pra casa. - Aninha fala e segura Valéria pela cintura, com a ajuda do namorado.

- Vocês vão na frente, eu vou ir a pé. - Samuel fala e não espera os amigos responderem, ele sai da balada e logo Dinho se aproxima.

- Aninha vai cuidar da Valéria, eu vou com você. - ele fala e Samuel assente em silêncio.

Já passava das três da manhã quando eles saíram da balada e começaram a caminhar sem rumo, após uns quinze minutos andando eles avistam a jaqueta de Diana no chão e a mesma caída a alguns metros.

Ambos correram em direção a garota que estava encolhida no chão e chorava de forma desesperada. Quando ela os vê se aproximando, se arrasta tentando se afastar.

- Hey, Diana. - Samuel a segura pelos braços e ela se nega a encarar o mesmo. - Diana, sou eu.

Diana estava transtornada e chorava como criança, Dinho se agacha ao lado da irmã e a pega no colo.

- Vamos pra casa, Samuel. - é a única coisa que ele fala antes de seguir caminhando.

Samuel não sabia o que sentir, apesar do alívio de ter encontrado a namorada, o desespero ainda estava presente em seu peito. A reação de Dinho também o incomodou, mas ele apenas ficou em silêncio e seguiu o cunhado.

Ao chegarem na casa encontraram os amigos sentados no chão da sala, todos se levantam ao ver Dinho entrar com Diana, ele apenas fica em silêncio e sobe as escadas com a irmã no colo. Cláudia sobe correndo atrás do mesmo, assim como Samuel.

Dinho entra no quarto que seria seu e de Valéria e vê a namorada dormindo encolhida na cama, ele sai do quarto e segue até o de Diana e Samuel, ele deita a garota na cama e ela segura sua camiseta a puxando, não querendo se afastar.

- Eu estou aqui. - ele se senta ao seu lado e acaricia seus cabelos.

Samuel entendeu o que aconteceu quando finalmente conseguiu olhar no rosto da namorada. As pupilas dilatadas, o rosto pálido e a boca trêmula, ela apertava a blusa de Dinho com tanta força que os nós de suas mãos ficavam brancos.

A culpa invadiu seu coração, não só o seu, como o de sua cunhada que não conseguiu ficar no quarto e desceu em prantos.

- Dinho... - Samuel chama o amigo. - A Diana... - ele deixa a frase no ar.

- Drogaram ela, Sam. - a resposta do amigo fez seu coração acelerar.

Ambos ficaram em silêncio, observando a garota. Quando seus dedos afrouxaram no aperto da camiseta do irmão e seus olhos começaram a pesar, Dinho se levantou com cuidado e saiu do quarto, pouco tempo depois voltou com Cláudia ao seu lado.

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora