*Narrador
A casa estava cheia e Diana sentiu o peito encher de felicidade ao ver os familiares de todos presentes, na garagem ela viu o pai de Júlio, o senhor Juliano na churrasqueira e ao seu lado estava Manoel, ambos conversavam animadamente enquanto Juliano virava as carnes.
Ao entrar na casa, viu dona Toshiko e Carolina no sofá, ambas conversavam e tinham um livro de receitas nas mãos. Diana as cumprimenta com um abraço apertado, surpreendendo as duas.
Dinho entra na sala e segura a mão da irmã.
- Vou roubar ela só um pouquinho, tias. - ele fala para as duas que assentem, o garoto então puxa Diana até a cozinha onde sua mãe e dona Helena terminavam de decorar o bolo.
- Diana! - Maria larga a espátula e corre em direção a filha a puxando para um abraço. - O que aconteceu com você? - ela pergunta se afastando e segurando o rosto da filha. - Você sumiu e agora volta assim? Com o rosto abatido, mais magra e pálida, onde estava, meu amor?
- Me desculpa, mamãe. - Diana a abraça novamente. - Não queria preocupar a senhora.
- Somos seus pais e você sumiu por um mês e sem dar notícias, só não fui para a delegacia porque Dinho nos avisou que estava com seu namorado novo. - Manoel que estava sentado na beira da mesa fala ao se levantar. - Ainda somos seus pais, Diana e você nos deve satisfação.
Diana olha para o pai e solta a mãe, ela segue até o mesmo que a encarava irritado e o abraça com força. Manoel engole em seco ao sentir a filha o abraçando e a sua expressão de raiva se dissipa, dando lugar a uma mistura de alívio e tristeza.
- Me perdoem, eu prometo explicar tudo. - ela fala ao soltar o pai. - Mas não hoje, hoje é dia do Sérgio e eu quero que seja perfeito.
- E eu não ganho nenhum beijo? - Helena fala e Diana sorri, seguindo até a mesma e a abraçando. - Senti sua falta, querida.
- Não está brava comigo?
- Pelo que houve entre você e o Sam? - ela pergunta e Diana assente. - Claro que não, você é minha filha postiça antes de ser namorada do Samuel e eu não me preocupo com isso porque sei que é temporário. - ela volta a decorar o bolo. - Seus olhos não mentem querida, você ainda o ama.
- Já cumprimentou todo mundo, agora vamos lá pra fora. - Dinho fala ao ver a irmã corar, ele a puxa pela mão novamente e escuta a risada dos pais e de dona Helena.
O aniversário foi incrível, a turma dançou, comeu e brincou como sempre. A presença de Diana aquecia o coração dos amigos e familiares e ela se sentiu amada, conseguiu ver nos olhos de cada um o quanto ela fez falta em pouco tempo e ao olhar nos olhos de João, sabia que tinha que contar a verdade pra ele e estava decidida a fazer isso assim que virasse o dia.
Ela estava escorada na parede e segurava um copo de refrigerante quando Samuel se aproximou. Os mais velhos já haviam ido embora, pois já se passavam das duas da manhã e na casa só restava os amigos.
- O dia que o Sérgio conseguir dançar lambada eu vou apostar na loteria. - Samuel fala acompanhando o olhar da garota, que observava o casal dançando.
- Uma hora ele pega o jeito. - ela fala e ele assente. - Cadê a Laísa?
- Foi embora. - ele se escora ao lado dela. - Não quis ficar para o aniversário. - ele fala e Diana o encara. - De onde tirou que eu estava me apaixonando por ela?
A garota fica nervosa e entra em casa, mas Samuel a segue. Ela sobe em silêncio até o quarto que dividia com o mesmo e em silêncio pede permissão pelo olhar para entrar, ele não a responde, mas abre a porta do quarto e acende a luz.
- Pelo jeito que a olhava, costumava me olhar assim no começo. - ela fala ao ver que ele esperava uma resposta e ele dá risada. - O quê?
- Eu a olhava daquele jeito porque tinha você nos pensamentos, porque toda vez que ela dava risada, a sua risada ecoava em minha mente. - ele responde e Diana suspira. - Eu amo você, Diana, eu sou apaixonado por você.
- Sam... - ele a interrompe.
- Eu sei que você está com o Diogo agora, eu só não consigo entender... - ele respira fundo. - Quando deixou de me amar?
- Nunca, eu te disse hoje mais cedo, eu não deixei de amar você um dia sequer.
- Então por quê? - ele pergunta e Diana sente o coração acelerar ao ver a tristeza refletir nos olhos do rapaz a sua frente e em um impulso, ela segura o rosto do mesmo e o beija.
Samuel retribui de imediato e a puxa pela cintura a deixando mais perto, mas mesmo com seus corpos colados um ao outro, não parecia ser o suficiente. Diana entrelaça seus braços no pescoço do rapaz e sente um arrepio percorrer seu corpo ao sentir a pressão de suas mãos em sua cintura.
Foi um beijo voraz, repleto de paixão e saudades, saudades do que tiveram um dia e acabou de um estalar de dedos. Ali, naquele exato momento, seus lábios eram tudo o que eles precisavam e o desespero de se separar era grande, um beijo não conseguiria saciar a vontade, a paixão e o medo que ambos sentiam.
Ao se separarem por conta do ar que começava a faltar, seus olhares se encontrarem a ainda com o rosto a milímetros um do outro, Samuel viu uma lágrima escorrer no rosto de Diana.
- Não desiste de mim! - ela sussurra para ele e ele nega.
- Eu nunca desisti de você, Diana. - ele segura o rosto dela e sela seus lábios demoradamente. - E nunca vou desistir, você é a dona do meu coração.
- Eu tenho umas coisas para resolver, mas eu prometo que amanhã eu explico tudo. - ela fala e ele assente, apesar de estar confuso, ele sabia que ela estava falando a verdade.
- Eu confio em você, só volta pra casa. - ele pede e ela assente e o abraça.
Samuel a envolve e a aperta contra o seu corpo, o abraço durou mais que o normal, pois ambos estavam gravando cada detalhe um do outro. Sam gravou a sensação de ter a pele quente da garota contra a sua, gravou o cheiro de seu cabelo e o seu perfume doce e quando se separaram, olhou para os olhos dela e os gravou na mente mais uma vez.
- Não tirei nada do lugar. - ele fala quando ambos se afastam e ele vê ela olhando ao redor, Diana segue até o guarda-roupa e pega uma caixinha vermelha, ela abre a mesma e tira uma fita. - O que é isso? - ele pergunta curioso.
Diana fica em silêncio e coloca a fita no vídeo cassete, ela liga a televisão e se senta na cama. Samuel se senta ao seu lado e a encara confuso, mas logo entende quando a fita começa.
- Eu sou Samuel Reoli. - Diana fala em frente ao espelho, vestida com as roupas de Samuel.
- E eu sou Diana Alves. - Samuel fala com uma voz fina, usando o vestido de Diana.
- Eu não falo assim. - Diana fala incrédula.
- Fala sim, querida. - Samuel responde apontando pra ela e com a outra mão na cintura.
O rapaz olha para a garota ao seu lado que estava com o olhar fixo na televisão, ela tinha os olhos marejados e um sorriso no rosto. Algo o dizia que talvez aquela seria a última vez que ele veria o olhar daquela que ele tanto ama.
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Capítulo escrito: 22.04.2024
Capítulo postado: 22.04.2024
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
Teen FictionO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...