Vivendo nas Sombras
Parte 1
“Nas sombras dos pecados de Edgar, onde a luxúria tece sua teia, o início de sua trajetória se desenha, revelando um homem entregue aos prazeres mais sombrios, sem temor ou remorso.”
Edgar
Sete anos atrás.
Minha festa de 18 anos é o evento mais aguardado do ano. Convidei todos os meus amigos da faculdade, assim como toda a família. Quero aproveitar esse momento para pedir Suzana em casamento; somos namorados há bastante tempo, desde os 13 anos, então não pretendo esperar muito para fazê-la minha esposa.
— Os convidados já estão chegando. Onde está Venâncio?
— Deve estar ocupado com alguém, você sabe como é seu primo. Os convidados já estão chegando; seria bom recebê-los. Vamos.
Minha prima me puxou pelo braço enquanto os convidados desejavam felicidades. De repente, vejo Suzana, toda linda em seu vestido dourado, um presente meu a ela. Quero que essa noite seja perfeita, com toda a minha família reunida com os meus amigos. Suzana sorri em minha direção, e ao mesmo tempo, seu pai aparece ao seu lado. Ele é um velho amigo do meu pai nos negócios.
Meu pai, Raimundo Cunha, é um exportador conhecido em todo país. Minha família trabalha com exportação desde quando meus antepassados vieram de Portugal. Fazemos parte de uma longa linhagem de ricos comerciantes. Sou rico o bastante para viver sem me preocupar com trabalho.
No entanto, para os Cunha, é importante que seus descendentes produzam para que a riqueza cresça ainda mais. Dinheiro nunca foi um problema, e também nunca é demais. Roseli, minha prima, se afasta ao perceber que meu pai está chegando, junto com sua mãe. As duas vivem discutindo porque minha prima insiste em se envolver com homens que não são apropriados para ela.
Meu pai e eu nunca formos próximos, na realidade, fui criado por babás pois ele estava ocupado demais ficando ainda mais bilionário, seu casamento com minha mãe foi um acordo bem arranjado entre os pais dela e meus avôs. Ela logo ficou grávida, tiveram a mim e uma doença a levou rapidamente, meu pai não fala muito dela, e eu também não me preocupei em saber dela.
Não convivemos muito, mas preciso dele hoje para conseguir que o pai de Suzana aceite meu compromisso com ela. Meu pai sorriu e me cumprimentou como se fosse um simples convidado, não me importei tanto, eu preciso apenas de sua aprovação nada mais que isso. Ele cumprimenta os outros convidados conversando com alguns ou apenas apertando as mãos, sei que tem membros importantes de seus negócios escusos aqui.
Venâncio aparece cercado pelas suas amigas ou digamos namoradas, meu primo esbanja a vida como se fosse imortal, já eu sei das minhas responsabilidades, quero ter uma família dar seguimento no legado dos Cunha, vejo Suzana vindo em minha direção, ela está séria. Imagino que novamente houve um impasse com seu pai por conta do nosso namoro.
Antes que pudesse falar algo com ela, sou chamado pela minha tia para cantar os parabéns. Tia Soraya é muito rígida com questões de horários, é ela que organiza todas as festas da família, foi me levando até a grande mesa com um bolo enorme enquanto aplaudiam cantando a música tradicional do parabéns. Assoprei as 18 veias desejando ter uma família como nunca tive, esse pedido é fruto da vida solitária que tive na infância até os dias de hoje.
Meu pai como sempre disse algumas palavras de um discurso já antigo usado em todos os meus aniversários, eu sorrio como sempre fiz, mas no fundo estou preocupado com Suzana, assim que corto o primeiro pedaço procuro por ela que aceita sorrindo e beijando meu rosto, estranho sua ação, talvez o que abalou seu emocional não permita que se expresse como tem costume.
As felicitações foram tantas que quando finalmente consegui me afastar para falar com Suzana em um lugar reservado já estava quase no final da festa. Ela não tocou em mim desde o momento que entreguei o primeiro pedaço do bolo, mais um momento estranho para contabilizar no dia de hoje.
— Suzana, o que houve?
— Edgar, não podemos seguir com esse relacionamento. Eu tenho uma vida inteira pela frente, não quero me prender a você tão jovem sendo que posso ter outras experiências e conhecer pessoas novas.
Suzana só pode ter enlouquecido apenas isso explica o que está falando, ela sempre quis se casar comigo e construir uma família.
— Você está louca? Foi seu pai que colocou merdas na sua cabeça, não foi? Não tem sentido o que está falando.
Tentei me aproximar sendo repelido por ela, o que vi nos seus olhos não foi o brilho de sempre e sim um olhar estranho como se ela estivesse desprezando tudo que vivemos desde da adolescência. Essa mulher não é a minha Suzana, como se estivesse sendo trocada por outra pessoa.
— Edgar, acabou! Não quero você mais, e é isso.
Ela tirou o anel de compromisso que usa desde quando a pedi em namoro perante seus pais e entregou para mim como se tudo que vivemos não fosse nada, virou as costas e foi embora me deixando como se não fosse ninguém. De repente, sinto uma mão em meu ombro, é meu pai, estranhei sua presença aqui justo nesse momento.
— Essa garota não é adequada para você. Sempre soube que iria terminar quando recebesse algo que pensasse ser melhor que você.
— O que fez, pai?
— Suzana preferiu uma viagem para os Estados Unidos e posteriormente à Europa com todas as despesas pagas, seu pai me devia favores e não foi difícil fazer com que testasse a filha. É muito novo para se prender em alguém, ainda mais essa garota fútil que não pensou duas vezes em trocá-lo por Nova York e Paris.
Meu pai conseguiu mesmo não se importando com minha vida destruir tudo que pensei que conquistei. Pego o anel de compromisso apertando em minha mão, se o grande senhor Cunha não tivesse interferido na minha vida, sei que com certeza Suzana aceitaria ser minha esposa, agora preciso mudar meu foco e planos tendo a consciência que nenhuma mulher pode estar ao meu lado e sim aos meus pés.
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Entre Sombras e Redenção (concluído)
RomanceSob o véu da redenção, Edgar e Aparecida dançam na penumbra do destino entrelaçado. Entre sedução e resistência, uma obsessão floresce, guiando-os por caminhos inesperados. Chantagem tece laços que os aprisionam, mas nas sombras, uma conexão profun...