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Edgar

Há tanto tempo que não a vejo, seis meses para mim pareceram anos. Foquei no meu trabalho, tentando esquecê-la. Afinal, era só uma submissa das várias que passaram pela minha cama com a diferença que tínhamos um laço sanguíneo, no entanto, com o passar dos dias a falta dela se tornou insuportável.

Tentei tocar em outros corpos e até pensei que conseguiria, só que todas as vezes que pensava em trepar era em Aparecida que vinha na minha mente. Eu sonhava com nossas interações, com o seu sorriso e em sua boca deliciosa, desejando tê-la comigo. Eu não sabia de sua partida, e quando soube intensifiquei ainda mais a busca por seu irmão, sem sucesso, assim como meu pai também não desistiu.

Por uma coincidência descobri que minha linda submissa está aqui em Madrid, eu fiquei animado, pensei que seria a oportunidade perfeita de revê-la depois de todo esse tempo. Jonatas voltou até rápido da casa onde ela está morando, fiz questão de reservar minha hospedagem em um hotel próximo a casa dela, meu pai a deixou na melhor mansão dele aqui na Espanha, pelo menos, o velho tem afeição por ela.

— O que ela disse?

Antes que Jonatas pudesse falar a resposta dela, meu celular toca, resolvo atender ao perceber que é meu pai, já imagino que essa é a resposta dela.

— Como vai, meu pai querido?

— Não vem com essa de “pai querido” pare de atormentar sua irmã, Aparecida precisa de paz e não de você retornando para atrapalhar a vida dela.

Fofoqueira. Já abrir a boca para meu pai, quando a tiver em minhas mãos vou surrar sua bunda até não aguentar mais, ela pensa que pode parar minhas ações com ligações ao nosso pai.

— É errado querer me aproximar da minha irmã? Se não fosse você e o seu desejo de esconder seu caso extraconjugal, poderíamos ter sido grandes amigos.

— Edgar, não seja cínico. Tudo que você não quer é ser amigo de sua irmã, a deseja e a quer de uma forma que não pode. Filho, errar é humano, persistir no erro é burrice, espero que pare de perseguir sua irmã para o seu próprio bem.

Ele está claramente usando de ameaça para me fazer parar, se soubesse que nada nesse mundo me importa mais além de ter Aparecida só para mim. Não interessa que seja minha meia irmã, isso para mim realmente é um detalhe inútil.

— Tudo bem, papai querido, diga para sua nova filha preferida que não irei incomodá-la.

Meu pai desligou o telefone sem despedidas, Aparecida pensa que tenho medo dele, e está completamente enganada. Resistir a mim só faz querer tê-la comigo, vou até o pequeno bar instalado no quarto pegando um copo de uísque.

— Jonatas, como ela está? Não poupe os detalhes, por favor.

— Linda, senhor, continua sendo uma criatura angelical, educada e polida. Um pouco rancorosa devo informar, no entanto, está ainda mais bonita que antes. O status e o dinheiro que o senhor Raimundo proporcionará a ela fez muito bem.

Eu poderia proporcionar tudo isso a ela se não fosse meu pai e seu desejo de mandar na minha vida. Já havia percebido como é fina mesmo não tendo a base para uma boa educação, Aparecida conversa de maneira correta, acredito que seja por ser uma leitora assídua mesmo que seja da Bíblia.

— Ela disse que tem um compromisso, seu pai com certeza já arranjou um acordo de casamento. Talvez seja melhor deixá-la em paz, senhor.

— Odeio seus conselhos porque são bons, e eu normalmente quero fazer o contrário.

Queria deixá-la em paz, esquecer seu corpo, seu sorriso, seu jeito de se entregar e confiar em mim. A questão é que só consigo pensar nela, nenhuma mulher mexeu tanto comigo como Aparecida.

Entre Sombras e Redenção (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora