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Edgar

— Por que está cercando a minha empregada? Agora pouco estava perguntando sobre ela e suas referências e agora veio perturbar a garota.

Não gostei de vê-lo perto dela, ainda mais por saber que meu pai pode muito bem querer minha mulher, meu pai gosta de garotas que tem idade para ser suas filhas. Sei que costuma sair com algumas acompanhantes de luxo da idade de Aparecida, não posso arriscar que fique perto dela.

— Ela é o motivo para não querer afiliação com Carmo, não é? Está trepando com essa menina, Edgar? Diga para mim que não.

—  Isso não é uma questão que precise da sua intervenção, não pensa que já interferiu na minha vida demais? Sei que está preocupado, mas tudo está sob controle. Volte para mesa, Assis quer conversar com você.

Meu pai não vai afastar Aparecida de mim, dessa vez, não vou aceitar interferência dele, sei bem o que estou fazendo, ao contrário do que houve entre mim e Susana, Aparecida é minha e não vou permitir que a tirem de mim.

— Essa conversa ainda não acabou, Edgar!

Por enquanto não vou me preocupar com ele, nesse momento, preciso ver como minha submissa está, ao chegar no seu quarto a vejo andando de um lado para o outro. Assim que percebi que estou aqui se joga em meus braços, ela está tremendo, com certeza meu pai a assustou.

— Cunha, eu falei demais, me perdoa, por favor. Quando vi comecei a falar sem parar, ele pode pedir para você me abandonar? Não, seu pai não tem esse poder sob você.

— Preciso que respire e se acalme, Aparecida, o que você disse para ele?

Ela começou a chorar, conseguindo com muita dificuldade contar o que houve, eu fiquei o tempo inteiro tentando acalmá-la, está agitada e nervosa. A percepção que tenho é que apenas não pensou antes de falar, é frágil demais.

— Está tudo bem, querida. Sei como meu pai pode ser difícil de lidar, tire o resto do dia de folga. Não devia ter feito aquilo com você no corredor, eu lamento! Está sob muita pressão, fique aqui no quarto, preciso ainda ser gentil com meu visitante, mas a noite venho ficar com você. Tudo bem?

— Tudo bem! Cunha, não me deixe, por favor. Eu sonho com nossa família, sei que ainda é cedo, mas no meu sonho só há você, não tem outro, por isso não pode me deixar.

Eu era responsável por ela, nesse momento com Aparecida em meus braços soube que não poderia viver sem sua presença, sem seu amor e entrega. Quero tê-la para toda a minha vida ao meu lado, não a descartar como imaginei, ela precisa de mim, mas eu preciso muito mais dela.

Precisava colocar a máscara de bom anfitrião para não levantar suspeitas, pede para Luzia preparar o jantar já que o senhor Assis iria receber Gabrielli e Marcele para um jantar de negócios mediante suas palavras. Fui até meu escritório encontrando meu pai, eu sabia que ele não iria esquecer essa história facilmente, infelizmente somos muito parecidos um com o outro. Não adianta enganá-lo ou camuflar minha relação com Aparecida, tenho que assumir tudo pois ele não vai se contentar com uma informação qualquer e pode investigar.

— O que quer saber?

— Quanto tempo está tendo relações com aquela garota? Está levando-a naquele clubinho de espancamento que vai? Não tem noção do problema que uma garota como ela pode trazer, só isso para explicar o fato de ter se envolvido com uma empregada doméstica. Vou dar um jeito nisso, filho, não terá problemas com essa menina.

— Estou com ela tempo suficiente para saber que não vou deixá-la. Meus relacionamentos não são da sua conta, esse em especial, menos ainda. Não preciso da sua ajuda, sei como você resolve, e eu francamente dispenso. Pai, lhe tenho muito respeito pelas questões que já sabe, mas não entre no meu caminho. Mas alguma dúvida?

Meu pai sabe que não tem controle sobre a minha vida, mesmo que queira muito, agora que mando em tudo não tem mais nenhuma influência nas decisões que tomo, percebo como fica incomodado com toda a situação.

— O que está pensando? Quer assumir uma empregada doméstica? Uma criada que não tem nem onde cair morta. Eu não vou permitir que manche o nome da família se relacionando com uma garota como essa.

— O senhor não tem que permitir nada. Essa decisão não cabe a você ou a ninguém da nossa família, pai. Agora se me der licença, preciso inspecionar os preparativos para o jantar do senhor Assis com as noras, ao contrário do senhor que parece extremamente preocupado com minhas decisões e escolhas pessoais, eu estou focado em deixar uma excelente impressão para o nosso melhor sócio.

Saio do escritório sem dar abertura para o meu pai dizer mais nada, se ele pensa que vai tirar Aparecida de mim, está muito enganado. No caso de Susana, não corri atrás ou tentei impedir, era jovem demais para tomar qualquer atitude e isso se provar a melhor escolha, agora com minha linda submissa é diferente. Não vou permitir que ninguém a tire de mim, não me importo com nome ou manter a reputação da minha família, para mim o que realmente importa é ter Aparecida ao meu lado para o resto da vida.

Entre Sombras e Redenção (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora