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Edgar


Aparecida pensativa trouxe um certo medo em mim como também incomodo. Não queria que pensasse muito para que não tivesse oportunidade de perceber como tudo entre nós é extremamente frágil, seu olhar focou no mar, eu não sabia se ela já tinha nadado alguma vez, no entanto quando se aproximou da beirada da lancha imaginei que soubesse principalmente ao pular no mar.

Pulei logo depois notando que ela submergiu ficando muito tempo no fundo, tenho experiência com o mar para saber que isso não é um bom sinal. Mergulho encontrando Aparecida se deixando levar para o fundo como se quisesse isso, a puxo pela cintura, ela se debate em meus braços tentando voltar, Jonatas como sempre muito atento me ajuda pulando no mar, ela se acalma ao sentir os braços dele.

Comecei a fazer respiração boca a boca assim que conseguimos colocá-la dentro da lancha, Aparecida cuspiu muita água, sentia como se meu coração fosse explodir dentro do meu peito, o desespero e adrenalina me deixaram exausto em poucos minutos. Ela tentou se matar, sair da minha vida tirando a própria, ainda bem que percebi a tempo sua ideia suicida. Jonatas a amparou, eu não tinha condições para isso, não depois de perceber o que pretendia fazer.

Mandei o piloto voltar para o cais, esse passeio acabou. O homem percebeu a situação indo rapidamente, Aparecida se agarrou a Jonatas que ficou sem jeito com a situação. Fui até eles pedindo com um olhar para Jonatas se afastar, o substituiu agarrando Aparecida em um abraço me aproximando do seu ouvido.

— Não faça isso nunca mais. Eu não posso viver sem você, não quero estar nessa merda de planeta sem sua cia. Se está infeliz, vamos resolver juntos, mas não tire o meu privilégio de tê-la em minha vida. Entendeu? Quero ouvir! FALE QUE ENTENDEU, PORRA!

— Eu...entendi.

Ela começou a chorar se agarrando ainda mais a mim. Eu retribui percebendo como está vulnerável, tenho que cuidar dela, Aparecida precisa imensamente de mim como eu preciso dela. Assim que chegamos no cais percebo uma movimentação estranha, peço para Jonatas ir na frente e descobrir o que é.

— Senhor, são jornalistas, paparazzis e representantes de sites de fofoca, alguém do cais o viu e avisou a eles. Preciso perguntar: pretende manter Aparecida no sigilo?

As perguntas pontuais que Jonatas sempre me fez desde que éramos pequenos traziam uma certa sutileza, você tem certeza que quer esse cachorro? O senhor sabe que seu pai não vai aceitar este noivado muito menos esse casamento, o que vai fazer? No decorrer da minha vida, Jonatas nunca tomou nenhuma decisão por mim diretamente, mas sempre fez indiretamente com suas perguntas.

— Ainda não, Jonatas.

Aparecida ainda precisa ser preparada para lidar com esses abutres, minha submissa linda não vai sobreviver a tudo isso depois do que houve. Saio primeiro sem ela para atender todos, tirar a atenção deles da minha Aparecida.

— Parece que hoje não terei minha folga. Boa tarde, meus amigos, como eu posso ajudá-los?

— O herdeiro mais cobiçado do país está com cia nova, o Brasil inteiro está curioso. Quem é a nova pretendente de Edgar Cunha?

— Meus queridos, no momento certo, todos vão saber, gostaria que fizesse essa cobertura toda no meu evento de amanhã, mas como é privado, infelizmente não será possível a presença de vocês.

Eles fizeram todos um som de desapontamento, eu tinha todos eles nas minhas mãos e sabia bem como afastá-los e tirar minha Aparecida daqui.

— Bom, façamos um combinado: vocês vão embora deixando os contatos de vocês e amanhã vão receber os convites da minha festa para comemoração da minha excelente parceria com a marca de moda Brasilidades. Assim satisfaço vocês, meus queridos?

Aceitaram sem discutir indo embora felizes, pedi para Jonatas se certificar de que todos foram, felizmente não havia mais ninguém quando a peguei em meus braços, beijei sua testa enquanto seu olhar me acompanhava, Aparecida está apaixonada por mim, e depois de hoje sei que o sentimento é recíproco.


Aparecida

Eu dormi em seus braços, e por mais incoerente que seja estando em seus braços me senti totalmente protegida como nunca antes, mas eu sabia que isso não iria durar por muito tempo, quando me levou para o seu quarto eu sabia bem o que me aguardava.

— O QUE ESTAVA PENSANDO, GAROTA? TIRAR A PRÓPRIA VIDA, MINHA VIDA, VOCÊ É TUDO PARA MIM, O QUE IMAGINOU? QUE PODERIA ME DEIXAR?

— Não, Edgar. Eu realmente me afoguei, sei nadar muito bem.

Mentira. Eu queria tirar a minha vida, ter pelo menos uma vez o controle de tudo. A realidade é que nunca fui dona de mim mesmo, pertencia a minha avó e sua autoridade sob mim ao meu irmão e seu vício e por fim a Edgar e seu desejo desenfreado. Queria pelo menos uma vez ter o comando da minha própria vida.

— Não minta para mim. Eu não sou nenhum otário para acreditar nessa historinha falsa, seja verdadeira comigo, Aparecida. Você pretendia se matar, não é? Acabou com o nosso momento apenas para colocar em prática seu desejo de acabar com sua vida.

— Não, não. Você entendeu tudo errado, senhor, realmente foi um acidente.

Sei que ele não acreditou em mim, seu olhar julgador mostrava que sabia a verdade que eu tentava esconder dele.

— Não vai falar a verdade. Tudo bem! Tira o maiô, e rápido, hoje não estou com paciência para mais nenhuma gracinha vinda de você.

Eu tirei a peça de banho praticamente correndo, não sabia o que aguardar dele além do medo constante do improvável. Edgar é imprevisível demais. Sinto suas mãos apertando minha bunda com bastante força, queria fugir, mas sabia que não podia. Percebo que passa um líquido no meu ânus, eu não sei o que é mais parece relaxar toda a região.

— Ontem, eu testei sua resistência. Quando tentei meter aqui, você pediu para parar, eu respeitei. Agora, como não confia em mim nitidamente mentindo acredito que preciso fazê-la entender que quem manda em você sou eu.

Ele pegou um objeto estranho colocando lentamente no meu ânus, eu não senti dor apenas um incomodo.

— Esse é um plug anal. Vai acostumar seu ânus a receber meu pau, eu não queria que fosse assim, mas você mente para mim e não confia, portanto merece ser castigada. Vai usar todos os dias até acostumar, começará a ficar sem calcinha durante todo o dia, se eu quiser tê-la não terei impedimentos como uma peça íntima, é só levantar a saia e meter.

Esse jeito horrível de agir e falar dele causa em mim um sentimento terrível, eu sou dele mas ele nunca será meu. Nem mesmo tirar a minha vida posso, nada jamais foi meu. Seu celular toca, ele sai do quarto, aproveito o momento para chorar, lamentando por um futuro incerto.


Entre Sombras e Redenção (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora