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Edgar

Uma semana depois

Como Aparecida previu Gabriel nasceu três dias depois que acordei, meu filho veio forte, bochechudo e extremamente apegado comigo, ama os peitos da mãe na hora de comer como o jeito doce que ela o trata mas sei que sou o preferido do meu garotão. Apesar de ter poucos dias é um menino esperto e atento a tudo que está ao seu redor.

Aparecida sorri ao me ver na porta, ela está totalmente dedicada ao nosso filho, dividimos algumas tarefas no entanto esses primeiros dias Aparecida decidiu ficar mais perto de Gabriel, é uma mãe de primeira viagem dedicada e muito atenta para não perder nenhum aprendizado que Luzia carinhosamente dá.

— Ele dormiu agora, ficou resmungando e imagino que seja por saudades do papai. Mamou reclamando, você acredita?

— Acredito. Tive que resolver algumas pendências para poder ficar tranquilo para próximas semanas, aliás, sou oficialmente seu e do nosso filho. No entanto, tenho que ir até a delegacia prestar depoimento em relação a tentativa de homicídio.

A expressão de Aparecida mostrou como essa história a deixa incomodada. Susana está presa mas não duvido que vai ganhar liberdade provisória. Prometi não fazer nada com ela esperando que o pai desapareça com ela do Brasil, é perigoso tê-la aqui perto de nossa família.

— Não farei nada com ela preciso prestar esses esclarecimentos, caso contrário nem iria. Fique tranquila, não quero que se estresse com isso, pode secar seu leite.

Luzia não queria nem mesmo que comentasse isso com Aparecida alegando que poderia secar o leite dela, só que não poderia esconder isso dela. Beijo sua testa segurando suas mãos, sei que teme por mim, mas preciso resolver essa situação.

— Vou estar aqui rezando por você, e espero que Susana pague pelo crime que cometeu.

Susana não vai sair ilesa, tentarei usar de todo meu poder para mantê-la atrás das grades caso não consiga espero que Carmo suma com sua filha do país, não posso permitir que fique livre para continuar me perseguindo. Jonatas já estava me esperando na porta da delegacia, como meu advogado e o homem de confiança não poderia escolher companhia melhor.

O delegado, é um velho conhecido da família, assim que me viu se levantou sendo muito educado e solicito. O escrivão digitou todo meu depoimento depois o delegado pediu para ser digitalizado e incluída no processo.

— Tem muitos fatores a favor da filha de Carmo, ela é réu primária, tem residência fixa, dinheiro para pagar a fiança e bons advogados para conseguir um Habeas corpus. Por mais que entenda o risco que ela representa a sua integridade física como também da sua família estou impotente.

— Edson, agradeço de qualquer forma, tomarei minhas próprias medidas para me proteger.

De repente o telefone de Edson toca, ele pede licença para atender deixando Jonatas e eu sozinhos.

— O que devo fazer?

— Conversar com Carmo, ele é o único que pode frear a louca da filha. Não vamos prolongar essa situação, minha comadre está preocupada com essa situação, e minha mãe com medo do leite dela secar por conta disso.

Edson volta um tempo depois com o semblante bem assustado como se tivesse recebido uma notícia terrível.

— Cunha, acabei de receber uma ligação: Susana foi encontrada morta em um motel de luxo junto com uma amiga, Janaina Delfino. Aparentemente elas foram envenenadas, espero que não tenha nenhum envolvimento nisso.

— Meu cliente não tem envolvimento nenhum nesses crimes, nem sabíamos que ela estava solta. Imagino que nem mesmo o senhor já que deu a entender que Susana ainda estava presa.

Entre Sombras e Redenção (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora