Entre Sombras e Redenção (concluído)

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Edgar

Eu sabia bem que não poderia adiar a questão como Carmo, e imaginava que ele não iria deixar essa história de lado por isso quando o recebi no meu escritório da empresa hoje não foi surpresa que tivesse chegado primeiro que eu, acompanhado de sua filha mostrando assim que sabia muito o que sua filha fez ou talvez quisesse dar a entender que a situação estava sendo provocada por algum tipo de perseguição, ainda bem que vim preparado.

- Bom dia, Carmo e Susana, fico feliz que tenham vindo. Como estou com o dia cheio, vou direto ao assunto: sua filha entrou na minha casa sem minha autorização junto com o idiota do meu primo e a imbecil de sua namorada para humilhar e constranger minha funcionária, em relação aos dois já resolvi a situação agora sobre sua filha acredito que devo ser mais incisivo.

- Edgar, não pode levar a sério essa situação. Suzana apenas quis mostrar para a garota a realidade dela perante esse relacionamento, você sabe muito bem que nosso ciclo social jamais vai aceitar uma relação com a que está tendo com essa empregada.

Não ligava com a sociedade em si, já que eu não era um frequentador assíduo das festas luxuosas da alta classe que fazia parte. Na realidade, não desejo sequer expor Aparecida a esse meio. Ela é minha, e não pretendo deixá-la à mercê dos abutres. Seria meu passarinho em gaiola de ouro, daria a ela tudo que quisesse em troca, viveria em minha casa tendo tudo que merece e precisa para ser feliz.

- Para mim, essa situação é séria. É impressionante como você menospreza o fato de sua filha ter invadido a minha privacidade, ter sido minha namorada, não dá o direito para ela se intrometer na minha vida. Sua fala só prova que tomei a decisão certa em desvincular meus negócios de sua empresa.

- Talvez tenha usado as palavras de maneira errada, Edgar, e peço desculpas por isso, diga o que posso fazer para me remediar com você?

Ele não está sendo verdadeiro. Sei quando alguém dissimula descaradamente, estar nesse meio tanto do crime como da moda me fez reconhecer certos tipos de comportamentos desagradáveis.

- É fácil, Carmo. Volto com todos os meus negócios com você, com tanto que sua filha se desculpe com minha funcionária de joelho pedindo perdão pelo incômodo de dias atrás. É simples, não?

- Edgar, minha filha não vai se humilhar perante uma empregada. Isso é um absurdo, Susana somente quis evitar transtornos futuros para você, apesar de tudo que houve, minha filha tem muito apreço por sua pessoa. Cresceram juntos e é perfeitamente normal a preocupação dela.

Carmo pensa que sou algum idiota, sua filha não tinha nenhuma preocupação comigo apenas queria tirar a concorrência do seu caminho, talvez tivesse algum tipo de esperança comigo. Poderia considerar ter algo com ela antes de ter Aparecida em meus braços, tudo mudou com a presença dela em minha vida.

- Sua filha não estava preocupada comigo. Não sou nenhum idiota, Carmo, não teste minha inteligência. Se ela não fizer isso, continuamos como estamos, a escolha é sua.

Até aquele momento, Susana estava calada observando toda conversa com certeza aconselhada por seu pai a não dizer nada, mas ao perceber que seu pai iria ceder, não aguentou ficar em silêncio.

- Isso é vingança por ter abandonado você naquela época, tem que superar isso, Edgar.

- Está mais que superado, Susana, é você quem foi na minha casa invadir minha privacidade e se intrometer na minha vida, acredito que quem não superou foi você. Eu entendi que queria aproveitar sua juventude, não fui atras de você mesmo tendo todas as informações para isso, se eu quisesse vingança, teria feito isso a muito tempo. A verdade é que não aceita que não quero nada com você, que prefiro uma garota de baixa renda a uma socialite fútil feito você, uma herdeira inútil que se não fosse o dinheiro de sua família não seria nada e não teria nem metade do que tem. Carmo, estou esperando uma decisão sua, se não quiser concordar, sem problemas, tenho outros fornecedores dispostos a ficarem em seu lugar.