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Edgar

O gosto delicioso da vitória é o que mais torna esse momento maravilhoso, ela chorou mas no final entendeu que a escolha era simples. Seu olhar de tristeza não me comove, ela precisa entender que tudo foi melhor assim como também que apenas comigo poderá ser feliz. O vestido com um decote bonito me faz lamber os lábios sedento por tê-la do jeito que quero. Ela mexe a comida no prato enrolando para comer sabendo que detesto que faça isso.

- Coma, Aparecida. Não vai adoecer estando comigo, além disso, sua medicação é forte não quero que passe mal do estômago.

- O que vai fazer com meu irmão, Cunha? Eu quero ver ele de novo.

- Não farei nada com ele, querida, você agora é minha. Trocou sua liberdade pela vida do seu irmão, portanto Cido continua vivo. Mas como disse, você não vai vê-lo de novo, se contente com o fato dele estar com vida.

Ela respirou fundo decidindo por comer, estou comemorando minha vitória contra meu pai e as imposições sociais, agora Aparecida é minha até enquanto viver. Sei que peguei pesado com ela mais cedo, porém Aparecida precisa saber quem manda na sua vida.

- Temos um compromisso especial agora a noite.

- Compromisso?

Aparecida precisa entender que quem tentar entrar no meu caminho sofrerá as consequências. Não gosto de ter que entrar em ação, Pirata gosta do anonimato, quando era jovem, gostava de participar das torturas e cobranças. Foi uma forma de concentrar minhas atenções em algo diferente do que o pé na bunda que levei de Susana. Usei o codinome Pirata, uma forma de homenagear meus antepassados que adquiriram sua fortuna com o contrabando e pirataria.

Ela terminou seu jantar, a levei até o carro pedindo para que meu motorista nos levasse até o galpão onde Diogo está. Ajudo Aparecida a descer notando como está assustada com o ambiente e também com o inesperado. Assim que entramos ela viu Diogo amarrado, Jonatas já tinha dado uma boa surra nele, Aparecida tentou se afastar mas não deixei.

- Fique. Agora você vai entender como é preciosa para mim, e que não vou permitir que a tirem de mim ou que toquem em um fio de cabelo seu.

Diogo mesmo ferido parecia feliz ao ver minha mulher, eu não tive piedade quando soquei seu rosto bem perto do seu olho esquerdo, infeliz desgraçado mesmo sabendo que vai morrer por tocar na minha submissa ainda continua a cobiçando.

- Diogo, eu realmente quis salvar sua vida. Uma nomeação relâmpago para delegado civil foi algo inesperado e que um corrupto como você não merecia, tudo que precisava fazer era ficar longe da minha mulher. Mas você não iria aceitar não ter Aparecida, tinha que voltar para cidade, sejamos sinceros, não queria cuidar da sua mãe e sim procurar a minha mulher, não é?

Seu silêncio foi a resposta mais clara que se houve palavras, eu não sou idiota e sabia como a mente de um perturbado como ele funcionava. Ao encontrar Aparecida vulnerável na mesma clínica que sua mãe estava internada fez questão de visitar o lugar todos os dias para assediar e abusar da minha mulher.

- Eu vi as filmagens das câmeras de segurança. Vi como tocou na minha mulher com essas mãos sujas, maculou o corpo dela com sua boca podre, fazendo tudo isso sob as visitas grossas daquele merda dono da clínica.

Aparecida começou a chorar talvez revivendo tudo que houve, Jonatas foi até ela dando o amparo que precisava já que sabe bem que sou eu que vou matar esse maldito.

- Vou torturar você e deixar um recado bem claro para quem ousar desafiar o Pirata de novo.

O olhar dele mudou percebendo com quem estava lidando, Diogo agora sabe que vai morrer da pior maneira possível.

- Jonatas, segure o rosto dela, deixe que veja o que acontece com quem tocar nela.

Aparecida se desesperou mas sabia que não poderia lutar contra Jonatas, ele segurou seu rosto bem onde Diogo está, comecei meu trabalho arrancando os dedos das mãos do polícia com uma faca bem afiada, um a um, depois abri sua boca cortando sua língua e finalmente tirei seus olhos ouvindo seus gritos desesperados, meu corpo está coberto com seu sangue mas o trabalho foi muito bem feito.

- Vai morrer por ser burro mas principalmente por tocar no que me pertence.

O tiro no meio da testa foi a sentença final para o infeliz desgraçado que entrou no meu caminho, Aparecida ficou estática olhando minha obra de arte, Jonatas soltou seu rosto se preparando para limpar a sujeira que fiz com o alicate e faca. Quando me aproximei dela, Aparecida recuou mostrando o medo que sentia.

- Não precisa ter medo de mim, amor, você jamais será ferida assim. Porque é submissa e obediente, vou me limpar dessa sujeira toda e logo vamos para casa.

Seu olhar perdido mostra que ela finalmente entendeu quem realmente sou e não vai me enfrentar nunca mais ou tentar fugir de mim novamente.

Aparecida

Pavor, medo, tristeza e um profundo sentimento de certeza que de que o homem que amo não existe, ele é alguém que idealizei, um sonho de um namorado bonito, um noivo romântico e um marido amoroso, tudo isso não existe, toda essa idealização foi fruto da minha mente carente e depressiva, respirei fundo sentada dentro do carro, minhas mãos trêmulas mostravam como toda cena que vi ficarão na minha mente por muito tempo.

- Aparecida, eu realmente lamento. Mas quanto mais rápido entender quem é Edgar, melhor vai compreender sua situação. Ele não vai machucar você com o tanto que faça o que ele quer.

- Você mentiu, disse que ele iria enjoar de mim quando tivesse o que queria, mas ele não enjoou agora sou esposa dele, o que eu vou fazer da minha vida casada com um assassino cruel?

- Eu não menti, porém não podia contar que ele iria se encantar por você e por tudo que representa, seja forte e mantenha sua postura dócil e submissa.

Jonatas tomou o lugar do motorista assim que percebeu Edgar voltando totalmente limpo e sorridente, mandou que ele seguisse para casa o mais rápido que pudesse. Fiquei quieta olhando minhas mãos evitando de tremer ou mostrar nervosismo quando a mão dele pousou sob minha coxa levantando o meu vestido fiquei sem reação.

- Matar aquele desgraçado me deu um tesão, abra as pernas.

- Podemos fazer em casa, Edgar, eu não quero fazer isso na frente de Jonatas. Estamos chegando, Cunha, tenha paciência.

Eu sorri como se pudesse convencê-lo do contrário, Edgar apertou minha coxa com tanta força que com certeza ficará marcado, beijei seu rosto como forma de mostrar que estou disposta apenas não quero que seja dentro do carro na frente do seu homem de confiança.

- Tudo bem, cadela. Assim que chegarmos em casa terá que abrir essas lindas pernas para o seu dono, estou com tantas saudades de dominar você como antes.

Não queria transar com ele não depois de tudo que houve, mas que opção tenho? Cunha consegui tudo que quer sem medir as consequências disso, espero que possa convencê-lo de que estou feliz com tudo isso mesmo que na verdade esteja apavorada por estar apaixonada por um monstro como ele.

Entre Sombras e Redenção (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora