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Aparecida

Acordo em uma cama diferente da minha, assustada observo o ambiente notando que não estou na casa de Edgar, eu tomei remédios demais, preciso parar com isso, só não consigo, o alívio que tenho usando é grande. Jonatas me levou no consultório para colocar o implante, não queria, eu sempre quis filhos para amar e cuidar. Edgar não, acredito que se fosse uma herdeira talvez ele iria querer algo comigo e até ter filhos.

Mas eu não sou, sou um brinquedo para ele que logo vai se enjoar e jogar fora, do momento que sai do consultório até chegar aqui tomei mais do que o recomendável de antidepressivos, não me lembro de absolutamente nada que fiz ou falei, nem sei como cheguei aqui. Sinto algo no meu pescoço, coloco a mão percebendo que era uma espécie de coleira, tento tirar, sem sucesso.

— A bela adormecida acordou, pensei que teria que acordar você, cadela.

Edgar está nu na minha frente, coloco a mão nos olhos sentindo vergonha de vê-lo assim, porque está nu? Estou confusa.

— Pode colocar uma roupa, por favor!

— Você me viu nu várias vezes durante a noite, Aparecida, não venha se fazer de inocente. Não me negou em nenhuma das vezes sendo uma garota totalmente obediente.

O que ele está falando? Eu não lembro de nada disso, sinto uma dor terrível na minha parte íntima como também na bunda, vejo sangue em alguns pontos do lençol, ele me estuprou? Há um desconforto na minha bunda, me levanto para perceber que está inchada, Edgar ri provavelmente foi ele que me bateu. Estou nua também, coloco o lençol em meu corpo totalmente desorientada.

— Eu preciso ir no banheiro. Onde é?

Ele indicou o caminho, fui praticamente correndo, o banheiro é enorme com um espelho gigantesco foi quando vi meu reflexo, eu tinha marcas em todo o corpo, mordidas nos seios e pescoço, meus pulsos estão marcados como se estivessem sido amarrados, viro de costas notando que há vestígios de que fui surrada na bunda, foi um cinto ou chicote.

Eu começo a chorar tendo a sensação de total desespero, não consigo lembrar de absolutamente nada. O que Edgar fez comigo? Vou até o chuveiro ligando a ducha deixando meu corpo ser limpo de tudo aquilo, fico por um longo tempo no banho até perceber que ele está entrando aqui dentro, fico paralisada.

— Me deixe cuidar de você, Aparecida, acredito que eu exagerei. Fiquei animado além da conta, recebeu tão bem tudo que propôs ontem a noite, acabei ficando exausto, não cuidando de você como merecia.

O que este homem está falando? Cuidar de mim? Eu tenho que sair de perto dele, vai me bater de novo. Edgar se aproxima segurando minha cintura, ele parece ser carinhoso no toque sem apertar, suas mãos deslizam sob mim como se estivesse fazendo uma massagem, me vira de costas usando a esponja para lavar meu corpo com uma certa calma.

— Eu nunca encontrei uma submissa como você. Se entregou a mim sem medo, confiou como ninguém jamais confiou antes. Fico até lisonjeado de receber tanto da sua parte, pode continuar me chamando de Cunha, Aparecida, eu não me importo com o tanto que seja submissa como ontem e que me sirva bem assim sempre.

Sempre? Essa palavra é poderosa demais, quer dizer que pertenço a ele de maneira permanente. Isso não pode acontecer, Edgar só quer me usar. Quero ficar longe dele, porém me lembro das palavras de Jonatas, eu tenho que obedecer. Deixo que lave meu corpo como também que passe shampoo nos meus cabelos, está cuidando de mim como disse que faria.

Antes de saímos do banheiro, ele começou a passa uma espécie de pomada em cada marca inclusive aquelas do pescoço e seios, eu não conseguia olhar para ele, tudo para mim é tão estranho ainda mais por não conseguir me lembrar de nada. Ele me guia até o quarto tirando um vestido bonito de um guarda roupas, ele me entregou também um conjunto de lingerie.

Entre Sombras e Redenção (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora