Não era muito comum que os estudantes permanecessem em Hogwarts durante o Natal, menos ainda que os estudantes escolhessem isso. Mas Daisy adotou essa medida, porque achou que precisava de todo o tempo do mundo para se debruçar sobre o livro de fofocas e arrancar dele todas as informações sobre seu crush, Hugo Granger-Weasley, e esclarecer alguns pontos com base nas conversas que ouviu pelos corredores de Hogwarts.
"Livro, o Hugo Granger-Weasley gosta da Lavender Khanna".
A resposta não tardou a aparecer:
"Hugo Granger-Weasley gosta da Lavender Khanna? Que provas você possui de que isso é verdade?"
Ao ler isso, Daisy rapidamente escreveu:
"Hugo disse várias vezes que acha ela bonita, e eu já vi que ele sempre espicha o olho quando ela passa. E semana passada, eu o ouvi comentando com os amigos dele que pensa em chamar ela pra sair".
Daisy ficou olhando o livro com expectativa de que ele, ao menos, demonstrasse interesse em suas recentes descobertas. Esse comentário era real, ela flagrou Hugo conversando com dois colegas da Lufa-Lufa a respeito de sua intenção de se aproximar de Lavender Khanna. Todavia, a resposta do livro foi, segundo a opinião de Daisy, decepcionante:
"Neste livro não há qualquer informação a respeito disso, sugiro que leia o capítulo dedicado a Hugo Granger-Weasley".
Daisy acabou fazendo isso, pois ela não havia terminado a leitura daquele capítulo. Só restava um parágrafo quando ela teve a iniciativa de escrever a pergunta sobre Hugo e Lavender. Mas ela optou por ler todo o texto, para ver se não deixou escapar nenhuma observação importante. Isso só a fez relembrar os comentários desagradáveis que o livro fez a respeito da casa Lufa-Lufa, e sobre as insinuações a respeito da sexualidade de Hugo, que para Daisy, eram completamente falsas. E o último parágrafo era, basicamente, o resumo de tudo o que Daisy menos gostara de ler:
"Será que um dia o Granger-Weasley conseguirá se libertar e assumir que é gay? Pouco provável, já que nem mesmo Rose, a queridinha dos pais, tem a liberdade de viver a sua paixão com Tessa Boot. Em todo caso, não acredito que a ministra Granger e Ronald Weasley esperem muita coisa do futuro de seu filho Hugo, afinal, ele foi para a Lufa-Lufa, que diz valorizar o trabalho duro, mas não se engane, isso é apenas uma fachada para disfarçar que seus membros são incompetentes, inúteis e nada inteligentes. Tudo o que conseguem é ocupar o posto de escudeiros de bruxos mais poderosos, mas na hora em que são chamados a protagonizar algo, metem os pés pelas mãos, isso quando os grifinórios não tomam seu lugar, ou os sonserinos assumem o que lhes é de direito. Esse é o caso de Teddy Lupin, que graças ao seu padrinho Harry Potter, ocupou injustamente os cargos mais cobiçados entre os estudantes de Hogwarts, e no próximo capítulo, traremos a verdade sobre ele".
Furiosa, Daisy escreveu no rodapé da página:
"Hugo não é gay! E desculpa, mas você não trouxe prova nenhuma de que ele gostava de meninos, só ficou especulando e xingando a Lufa-Lufa!".
Em poucos instantes, o livro fez com que o capítulo do Hugo e as frases escritas por Daisy desaparecessem. No lugar, surgiu um pequeno parágrafo:
"Este livro não trabalha com especulações e xingamentos, apenas traz fatos e deduções lógicas sobre o comportamento dos membros da elite bruxa. Nossas alegações podem ser facilmente comprovadas por aqueles que forem capazes de observar a sociedade atual de forma imparcial e fazer pesquisas em fontes confiáveis, que não se vendem aos desmandos de Harry Potter e o Ministério da Magia".
Daisy escreveu sua réplica logo abaixo.
"Mas por que você xingou os lufanos de burros, preguiçosos e inúteis? Porque isso é mentira, nós não somos nada disso!"
O livro demorou um pouco mais para formular sua resposta, mas ela veio.
"Este livro não foi criado com o intuito de ofender qualquer casa, mas se os fatos que constam nele são considerados ofensivos pelas pessoas exageradamente sensíveis, a culpa não é de quem o escreve".
Daisy sentiu que o livro estava a culpando por ter se sentido ofendida com as falas depreciativas que ele trouxe sobre a Lufa-Lufa. Seus olhos se encheram de lágrimas, pois ela sabia que muitos colegas de casas rivais debochavam da Lufa-Lufa por conta desses estereótipos negativos. E Daisy sabia que nem mesmo suas colegas do clube do livro escapavam, na verdade, a lufana percebeu que esse clima de hostilidade contra ela e sua casa só fez aumentar depois que ela perdera uma cópia do livro às vésperas do Halloween. Então, como forma de lavar a alma e descontar todas as suas frustrações, ela acabou escrevendo todos os xingamentos que lhe vieram à cabeça.
"Vá à merda, seu livro filho da puta, foda-se você e quem te escreve"
Então, algo completamente inesperado aconteceu. Subitamente, as páginas do livro começaram a se mexer, e depois elas se agruparam para formar uma escultura de papel. Era a imagem de uma cabeça de serpente, feroz e assustadora, que tentava morder as mãos e os braços de Daisy a todo custo.
- AAAAAAAIIIII!!! – gritou Daisy, largando o livro no chão após sentir algo picando sua mão direita.
A cabeça de serpente feita com as páginas do livro ainda se movia de forma ameaçadora. Daisy notou que sua mão doía, e que uma mancha preta aparecera ali.
Desesperada, Daisy começou a chorar e a murmurar:
- Preciso de ajuda... Fui mordida por uma cobra de papel... Preciso de socorro!
A Sala Precisa novamente a salvou, fazendo com que um antídoto para venenos de cobra se materializasse, junto com um rolo de gaze. Daisy rapidamente o pegou com sua mão esquerda, e com alguma dificuldade, ela aplicou o antídoto na sua mão direita. Ela fumegou, a quintanista sentiu dor, mas ao ver sua mão, sentiu que o pior já havia passado.
Em pânico, Daisy deixou a Sala Precisa sem olhar para trás. Ela não retornou nos dias seguintes, e preferiu se afastar do livro por tempo indeterminado.
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Harry Potter: Next Generation Exposed
General FictionSe você encontrou esse livro, parabéns, hoje é seu dia de sorte! Você terá a chance de descobrir a verdade sobre o mundo bruxo do século XXI. Todos acham que é pacífico, que estamos vivendo a melhor época de todas, mas eu acredito que não, que há al...