Lorcan Scamander, o gêmeo hipócrita

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Ainda na espera do raiar do dia, as cinco segundanistas sonserinas tentavam passar o tempo com a leitura de um misterioso livro que trazia fofocas sobre a nova geração da elite bruxa. O capítulo mais recente, dedicado a Lysander Scamander, não foi eficaz em solucionar os questionamentos que Mary e suas companheiras tinham a respeito dele ter ou não ficado com Lily Potter durante uma festa ocorrida meses atrás. Por isso, elas decidiram voltar algumas páginas para ler o capítulo do irmão gêmeo dele.

"Quando anunciou sua gravidez, Luna afirmou estar esperando apenas uma criança, que se fosse menino se chamaria Lorcan, e se fosse menina, atenderia por Lysandra. Para a sua grande surpresa, quando deu à luz no dia 28 de julho de 2010, Luna e seu esposo Rolf Scamander se depararam com dois meninos, gêmeos idênticos. Eles usaram o nome Lorcan no mais velho, e mudaram o gênero do nome do segundo, chamando-o de Lysander.

Eles demoraram a publicar fotos oficiais com seus herdeiros, e tanto Lorcan quanto seu irmão não foram vistos durante a partida final da copa do mundo de quadribol de 2014. Seus pais alegaram que foi por que eles eram muito pequenos para participar, mas o real motivo foi a vergonha, por conta de os gêmeos terem herdado mais traços da família paterna.

Apesar do sobrenome Scamander ser europeu, o ramo de Newt do qual os gêmeos descendem possui traços mais latinos. Phoenix Scamander, um dos filhos que o magizoologista teve com a ex-auror Porpentina, jamais fez algo relevante, tanto que teve que se mudar para o Peru após se formar em Hogwarts, para ver se tinha mais sorte em arranjar emprego. Seu único momento de fama foi quando ele resolveu se casar com uma nativa trouxa deste país, que também não era nada interessante, ela nem ao menos dominava o idioma local, o espanhol. E Rolf, fruto dessa união, iria pelo mesmo caminho, se não tivesse tido a "brilhante" ideia de se vender como substituto do avô. Com Newt aposentado, Rolf decidiu apanhar a mala do avô e partir para uma viagem ao redor do mundo, sem previsão de encerramento, e foi assim que ele conheceu Luna, se casou com ela e teve dois filhos, que os dois deixam aos cuidados dos outros. Um estilo de vida bastante irresponsável para um pai e uma mãe, não é?

No entanto, se analisarmos as famílias dos dois, veremos que na verdade, esse tipo de conduta errática é comum e até esperada por eles.

Vamos começar pela mais ilustre do casal, Luna. Ela se fez heroína após participar da Armada de Dumbledore e lutar ao lado de Harry Potter, de quem se tornou amiga a ponto de ser madrinha de uma das crianças e emprestar seu nome à caçula, Lily Luna. Contudo, antes de assumir seu lado rebelde, Luna Lovegood não era nem um pouco amada por seus colegas de Hogwarts. Eles a apelidaram de Di-Lua por conta de seu comportamento errático, incomum até para os padrões da Corvinal. Ela se vestia mal, cheirava mal, usava acessórios esdrúxulos que ela pegava do lixo e compartilhava as teorias insanas de seu pai psicótico e mitômano Xenophilius Lovegood, dono e único funcionário da revista O Pasquim. Nem mesmo seus "amigos" da AD, notadamente Michael Corner, Terry Boot, Padma Patil, Anthony Goldstein e Cho Chang, a poupavam do bullying, repetindo junto com os outros os apelidos e brincadeiras que teriam traumatizado qualquer ser humano.

Por que eu disse isso? Porque Luna não era como os outros. Ela não sente da mesma forma que nós, e não só por conta de sua provável loucura. Ela também era alcoólatra desde muito nova, e quem a introduziu no vício foi justamente o seu pai.

Xenophilius Lovegood dispensa apresentações. Outro lunático, escreve e divulga histórias bizarras e descaradamente mentirosas em sua revista. Ele apela na tentativa de conseguir alguns trocados, já que nenhuma empresa ou mesmo o ministério contrataria um homem que fede a erva, se veste de forma ainda mais medonha do que a filha e ainda se orgulha em ostentar o símbolo das Relíquias da Morte.

Se você não sabe, as Relíquias da Morte foram criadas pelos irmãos Peverell e consistem em uma capa de invisibilidade resistente à maioria dos feitiços, uma varinha de sabugueiro invencível e uma pedra capaz de trazer os mortos de volta ao nosso mundo. Segundo a lenda, quem as controla se torna o Senhor da Morte, e por tabela, se torna imortal. Ao longo dos séculos, muitos bruxos tentaram se apossar das relíquias, e dentre estes, estava Gellert Grindelwald, que era tão obcecado por elas que as usou como seu símbolo pessoal, colocando essa marca em tudo o que podia: pingentes, tatuagens, livros e tudo o mais. Seus seguidores, os acólitos, também a usaram, e com o tempo, esse símbolo foi se tornando o sinônimo de morte e destruição, isso só teve fim quando seu antigo aliado (e amante) Albus Dumbledore o derrotou em um duelo em 1945. Apesar de ter alegado que desistiu de buscar as tais relíquias, os boatos afirmam que Dumbledore mentiu, ele seguiu procurando, ainda que de forma discreta, mas mesmo que as tivesse achado, elas jamais o ajudariam a curar a maldição que tomou seu corpo após ele tentar se apropriar do anel de sinete da família Gaunt.

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