ᴠᴏᴄê ᴇsᴛá ʟɪɴᴅᴀ

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𝓓𝓲𝓪𝓷𝓪 𝓡𝓪𝓲𝓸𝓵

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𝓓𝓲𝓪𝓷𝓪 𝓡𝓪𝓲𝓸𝓵

Respirei fundo e bati na porta.

— entre.

Ouvi a voz grossa de Edgar do outro lado.

Abri a porta e o vi sentado em sua mesa como sempre.

— oque você quer?

Perguntou.

— preciso saber como vai ficar a apresentação de hoje.

Ele colocou o charuto na boca e depois soltou a fumaça no ar.

— você vai se apresentar normalmente, só depois que eu vou fazer o leilão.

Franzi a testa e perguntei:

— leilão? Não me diga que vai leiloar a garota como se fosse um objeto?!

Edgar deu uma risada alta.

— querida, é assim que fazemos aqui, você não se lembra?

Não respondi a sua provocação, voltei ao assunto que me interessava.

— e como vai ser?

— já disse, você vai dançar normalmente, e quando você terminar vai subir com ocliente, o resto não interessa a você.

— está bem, Edgar.

Saí da sua sala e fui para o meu quarto.

Comecei a preparar as coisas para a noite, procurei uma lingerie bem sexy. Eu esperava ver o Hector hoje de novo, não gosto dele, mas não posso negar a mim mesma de que ele me da um tesão do caralho. Depois de algumas horas eu fui fazer minha maquiagem, me sentei em frente ao espelo e peguei tudo que eu precisava. Talia deu uma batida na porta e logo em seguida abriu um pouco.

— posso entrar?

— pode.

Talia se sentou na cama atrás de mim e ficou me olhando pelo espelho.

— aconteceu alguma coisa?

Perguntei enquanto passava a base no rosto.

— não... Na verdade, eu estou meio preocupada.

— com oque?

— ouvi a Raquel comentando com uma das meninas do grupo dela, que o Edgar vai escolher uma de nós para mandar pra boate do irmão dele na Turquia.

Parei de espalhar a base por um momento e me virei.

— eu não ouvi ele comentando nada sobre isso esses dias, só pode ser mentira.

Voltei a espalhar a base.

— e se não for mentira, Diana? Como vai ser se ele escolher uma de nós?

— ele não vai fazer isso, Edgar sabe que somos as que mais da lucro pra ele, a Rebecca as vezes pega mais clientes do que ele exige.

— mesmo assim, nunca sabemos quais são os planos desse cara.

— não deve ser tão ruim viver na Turquia.

Disse sorriso.

— Diana, estou falando sério.

Relaxei as mãos sobre a penteadeira e a encarrei pelo espelho.

— Relaxa, Talia, isso não vai acontecer. E se acontecer... Vamos dar um jeito de não ir.

Ela se levantou da cama e parou ao meu lado, me fazendo olhar em seus olhos.

— as vezes parece que você esquece quem é o Edgar.

Disse Talia.

— eu não me esqueço, Talia. Eu apenas não demonstro medo dele como vocês fazem, e eu posso te garantir, que se não fosse assim eu já teria enlouquecido.

— você é muito corajosa, eu te admiro muito, garota.

Ela sorriu com um olhar triste e me deixou sozinha no quarto.

Sempre quando ouvimos boatos de que Edgar pretende transferir uma nós da boate para a Turquia, era sempre um desespero. Ninguém queria ir pra lá, pois sabemos como as garotas são tratadas lá, tanto pelo dono de lá, que é irmão do Edgar, como pelos homens de lá também.

Terminei de fazer minha maquiagem com um turbilhão de pensamentos passando pela minha cabeça. Peguei uma lingerie preta e vesti. Olhei para o relógio e vi que já era 20:30, me restavam apenas 20 minutos para eu comer alguma coisa antes da apresentação. Fui até a cozinha e peguei uma bolacha e um copo de suco.

Quando minha bunda tocou a cadeira, me lembrei de Dalila e de que tinha recebido ordens de arruma-la.

— puta que pariu.

Disse.

Subi correndo as escadas e fui até o quarto que pertencia a ela agora. Abri a porta sem bater, e quando meus olhos viu a garota se olhando no espelho com uma lingerie cor de vinho e com uma linda maquiagem no rosto, fiquei paralisada.

— Diana, você está bem?

Engoli a bolacha que estava na minha boca com dificuldade.

— Diana?

Ela veio até mim e tocou meu rosto.

— Sim, está tudo bem.

Falei com dificuldade.

— você está linda, Dalila.

— obrigada, você também está linda como sempre.

Se eu me olhasse no espelho poderia ver a decepção em meu rosto. Hoje seria o dia que provavelmente aquela garota que estava a minha frente, perderia toda a sua inocência, e só ela poderá saber se vai ser da forma razoável ou da pior forma.

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