ᴇᴜ ᴇsᴛᴏᴜ ɢʀáᴠɪᴅᴀ

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𝓓𝓲𝓪𝓷𝓪 𝓡𝓪𝓲𝓸𝓵

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𝓓𝓲𝓪𝓷𝓪 𝓡𝓪𝓲𝓸𝓵

Eu pisquei os olhos e já era sexta-feira, dia da viagem com Hector, estava uma loucura minha vida essa semana. Eu continuava tendo enjôos de vez enquando, estava ficando difícil ir para a faculdade desse jeito.

Resolvi não contar a Hector sobre a gravidez agora, decidi que contaria quando chegarmos na casa dos seus pais. Estava voltando do hospital, fiz o pré-natal e conversei com o médico sobre a saúde do bebê, ainda não fiz a primeira ultrassom, só vou fazer quando contar para o meu noivo.

Vamos viajar as 15:00 da tarde, agora era 13:00, quando eu chegar em casa vou terminar de arrumar a mala de mão e já vamos para o aeroporto, eu estava ansiosa e com receio do que os pais de Hector acharia de mim. Chegando em casa passei na cozinha e peguei algumas uvas e subi para o quarto, a casa estava silenciosa, provavelmente Daniel não estava em casa e a Ellen tinha ido ao mercado.

- amor, eu vou...

Entrando no quarto, vi Hector parado em pé ao lado da cama, a segunda gaveta do criado mudo que ficava do meu lado da cama estava aberta, "o anticoncepcional" pensei. Hector se virou e seu olhar frio, sua expressão séria e de desapontamento me atravessou. A cartela do anticoncepcional que eu havia esquecido de jogar fora, estava na sua mão.

- oque é isso, Diana?

- amor, eu posso explicar.

- eu acho bom você ter uma boa explicação.

Com o coração na mão, me aproximei dele e falei:

- eu estava tomando anticoncepcional para não engravidar...

- por que? Achei que quisesse ter um filho, Diana. Você mentiu pra mim, me enganou durante todos esses meses, eu achei que eu tinha algo de errado e agora eu descobri que você estava mentindo e tomando anticoncepcional escondido.

Hector jogou o comprimido na cama e passou a mão no rosto.

- por que você fez isso, Diana?

- porque eu nunca quis ter filhos.

- e porque não me disse antes? Não precisava ter mentindo, Diana.

Gritou. Eu nunca tinha o visto tão zangado como estava agora, seus olhos estavam completamente escuros e a raiva transbordava no seu rosto.

- eu não queria magoa-lo, eu sempre te disse que era cedo demais para termos filhos, deveria ter entendido que eu não queria.

- como você quer que eu adivinhe as coisas, menina? Se tivesse me contato que não queria filhos eu não teria insistido, poderíamos ter adotado, eu te falei sobre isso.

- você não entende, Hector? Eu não queria ter filhos de jeito nenhum, nem vindo de mim e nem adotando. Eu só aceitei porque você quer muito ser pai, achei que com o tempo você iria desistir da ideia depois de ver que eu não engravidaria.

Hector pegou o vasinho de flores que estava em cima do criado mudo e o tacou na parede. Eu me assustei com a sua atitude, me afastei um pouco e ele apoiou a cabeça na parede.

- eu preferia que você tivesse sido verdadeira comigo, Diana, ao invés de mentir para mim e fazer se sentir culpado de não conseguir engravida-la.

- eu tive medo... Eu tive medo de você não me querer mais e desistir de nos dois por causa disso. Hector, eu fiz isso por nois.

- você fez isso por você.

Falou, apontando o dedo para mim.

- você só pensou em você, só pensou no que você queria, e nem se importou em pensar oque eu pensaria. Eu nunca te obrigaria a nada, Diana, eu não tenho esse direito e nem se tivesse o faria.

- você tem razão.

Disse, me sentando na cama.

- eu só pensei em mim, mas eu quero que você entenda o meu lado, quero que entenda o porque fiz isso.

Hector ficou calado, o silêncio tomou conta do quarto por uns 3 minutos, aquele silêncio estava ficando insuportável.

- oque mais você esconde de mim, Diana? Me fala, eu preciso saber se vou casar com uma mentirosa ao extremo.

Ouvir Hector falar aquilo me deixou extremamente nervosa, ele ter me ofendido desse jeito foi a gota d'água.

- eu estou grávida.

Em meio a raiva e tensão, contei logo a ele e acabei com a surpresa que faria.

- oque?

Ele apertou a mandíbula e serrou o punho. Fui até o closet aonde estava o resultado do exame e o entreguei a ele.

- eu estou grávida, Hector, não era oque queria? Conseguiu!

Hector olhou para o papel em sua mão e perguntou:

- quando você descobriu isso?

Ele foi chegando mais perto de mim e eu fui me afastando.

- sábado.

- e também ia esconder isso de mim?

- eu ia te contar quando chegasse na casa dos seus pais, droga.

- você bebeu sábado, você foi naquele lugar no sábado, oque você fez lá que pagou aquela quantia?

Ele tinha visto o extrato do cartão, ele sempre me disse que não via e que não ligava para a quantidade de dinheiro que eu gastava no cartão.

- eu bebi sábado, e eu paguei para pode falar com as minhas amigas.

- você chama aquelas garotas de amigas?

Franzi a testa e falei irritada olhando nos seus olhos.

- oque você está insinuando, Hector? Não se esqueça que você me tirou daquele lugar e eu fazia as mesmas coisas que ela.

- Diana...

Eu levantei a mão para impedir ele de falar.

- você deveria agradeçar a elas, por que graças a elas eu não abortei esse bebê, o seu filho que você tanto queria. Elas me fizeram olhar pelo lado bom de ter um filho, e eu desisti da ideia, prometi a mim mesma que tentaria dar o meu melhor por esse bebê que vai vim, pela nossa família.

Comecei a me sentir tonta, me sentei na cama e tentei me acalmar.

- você está bem?

Hector se sentou ao meu lado e tentou virar o meu rosto.

- não me toca.

- que?

Perguntou sem acreditar no que acabou de ouvir.

- não me toca, Hector, não quero que encoste em mim.

As lágrimas que eu segurava começaram a rolar pelo meu rosto. Ele se levantou e caminhou até a mala que estava no quarto.

- temos que ir, Diana, já está na hora.

- eu não vou a lugar nenhum.

Ele não rebateu, não insistiu e nem tentou conversar, apenas saiu do quarto e deixou a minha mala no mesmo lugar. Ouvi a porta se fechar e finalmente pude deitar na cama e colocar todo o choro que segurava para fora.

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