ɴãᴏ ᴇsᴛʀᴀɢᴜᴇ ᴀs ᴄᴏɪsᴀs

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𝓓𝓲𝓪𝓷𝓪 𝓡𝓪𝓲𝓸𝓵

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𝓓𝓲𝓪𝓷𝓪 𝓡𝓪𝓲𝓸𝓵

Olhei para a sua mão que estava sobre a minha e depois o encarrei.

- eu não tenho medo de nada, Hector. Quantas vezes você acha que eu já ouvi isso que está me dizendo? Quantas vezes você acha que eu criei expectativas em sair daquele lugar e poder viver a minha própria vida? Muitos homens já me falaram que me tiraria daquela boate, e eu ficava igual boba esperando esse dia chegar, e adivinha.

Fiz uma pausa, esperando que Hector falasse alguma coisa, mas ele continuou calado.

- Nunca chegou, e isso me deixava tão frustrada que eu passei a não acreditar mais que um dia eu possa sair de lá levada por algum homem que fala que quer ter algo comigo além de sexo!

Abri a porta e coloquei os pés para fora do carro.

- então não estrague as coisas, eu gosto de passar as noites com você, e eu sei que nunca vai passar disso.

Não esperei ele falar algo, apenas saí do carro e bati a porta.

Caminhei em passos apressados. Saí sem Edgar saber pois ele não estava na boate, e espero que ele ainda não tenha voltado. Cheguei na boate e abrir a porta devagar, o salão estava vazio e eu entrei sem fazer barulho. Aparentemente Edgar não havia chegado ainda, fui até a cozinha e tomei o anticoncepcional, coloquei o outro no bolso do short e subi para o meu quarto.

Abri a porta e vi Edgar mexendo em algumas coisas na gaveta que ficava do lado da cômoda. Fechei a porta e fiquei encostada nela, ele olhou pra trás e me viu.

- na onde você estava, Diana?

Perguntou, cruzando as pernas.

Não poderia dizer que fui comprar remédio, por que já havia dado essa desculpa semana passada.

- fui dar uma volta.

- uma volta?

Disse, franzindo a testa.

- sim.

- e quem te deu permissão?

- Edgar eu só fui até a outra rua.

- mas quem te deu permissão, Diana?

- ninguém.

Falei, desviando o olhar do seu.

- sente aqui.

- estou confortável aqui.

- Diana, não me irrita, porra.

Gritou.

Fiz oque ele me mandou e me sentei ao seu lado. Edgar passou a mão pelo meu pescoço e o apertou devagar, começou a passar o nariz no meu rosto como se fosse um animal cheirando sua presa.

- não está mentindo pra mim, não é, Diana?

Disse, mordendo minha bochecha.

- não.

Ele subiu em cima das minhas pernas e pressionou meus ombros para que eu deitasse.

Edgar continou passando seu nariz por todo meu rosto e depois desceu até meu pescoço. Apertou um dos meus seios e eu gemi sentindo uma leve dor.

- oque você fez para o seu primeiro cliente ontem? Ele saiu daqui furioso.

- não interessa a você.

Falei espontaneamente, e me arrependi na mesma hora. Edgar parou oque estava fazendo e apertou meu pescoço com mais força.

- quantas vezes eu vou ter que falar a você pra me respeitar? Você não está querendo apanhar de novo, ou quer?

- não.

Disse, tentando puxar o ar.

- eu acho bom você tratar aquele cliente muito bem, Diana. Ele está pagando muito bem pra foder você. E se alguma coisa que ele não gostar acontecer, e ele parar de vim, você que vai pagar bem caro.

Ele soltou meu pescoço e saiu de cima de mim.

- você está proibida de sair de dentro da boate sem a minha permissão.

Edgar saiu, deixando a porta aberta.

Fui até a porta e a tranquei, guardei o outro comprimido que estava no bolso e fui tomar um banho. Quando saí do banheiro, vi um bilhete no chão, o peguei.

"me encontre na cozinha, preciso da sua ajuda. Ass: Dalila."

Me troquei e desci até a cozinha. Dalila estava andando pra lá e pra cá inquieta.

- Dalila, aconteceu alguma coisa?

- Diana.

Ela veio até mim e me puxou para o canto da cozinha.

- eu preciso muito da sua ajuda.

- oque aconteceu? Está me deixando preocupada.

- eu deixei...

Ela cobriu o rosto com as mãos envergonhada.

- eu deixei um cliente... Sabe...

Droga.

- não usou preservativo, Dalila?

- não, ele disse que não gostava de usar.

- Dalila, o preservativo é pra sua proteção, você não sabe se a pessoa tem alguma doença que pode te passar.

- eu sei, mas ele me convenceu, e aconteceu tudo muito rápido.

Seus olhos transbordavam de medo.

- venha. Pega uma garrafa de água.

Ela fez oque mandei e subimos até o meu quarto. Peguei o anticoncepcional que havia sobrado e entreguei a ela.

- tome isso.

- oque é isso?

- é uma pílula do dia seguinte, vai te protejer de não engravidar, pelo menos eu espero que faça isso.

- por que você a tem? Deixou...

A interrompi antes que acabasse de falar.

- tome logo, Dalila.

A garota tomou o anticoncepcional e depois me abraçou.

- muito obrigada, não sei oque seria de mim sem você.

- de nada, nunca mais deixe isso acontecer. Mas se por acaso acontecer de novo, me procure a tempo.

- ta bom.

- agora vá dormir um pouco.

- ok!

Dalila saiu do meu quarto indo em direção ao seu.

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