ɴᴏᴠᴀ ɢᴀʀᴏᴛᴀ

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𝓓𝓲𝓪𝓷𝓪 𝓡𝓪𝓲𝓸𝓵

Acordei estranhamente feliz, estava me sentido leve e animada. Saí do meu quarto e fui até a cozinha, na onde se encontrava todas as garotas tomando café.

- Que animação é essa Diana?

Talia perguntou enquanto bebericava seu café.

- Não sei.

Me encostei na pia e olhei pra elas.

- Acordei animada hoje, acho que nada pode estragar meu dia.

- Exceto quando chegar a noite.

Rebecca falou em seguida.

Olhei para ela com um semblante sério e divertido ao mesmo tempo.

- Não gosto de pensar no futuro, então pra mim oque vale é o momento de agora.

Peguei meu café e me juntei as doze meninas que estavam nas cadeiras.

- Alguém viu o Turco hoje?

Yara perguntou do outro lado da mesa.

- Está em reunião.

Uma das garotas a respondeu. Olhei em meu relógio e vi que ainda era 10:30 da manhã.

- A essa hora?

Falei.

- Desde quando tem horário para reunião?

Ingrid respondeu grosseiramente e se levantou da cadeira.

Ela tinha algo contra mim, e eu não sabia oque. Mas também não me importava com isso. A medida que cada uma foi terminando seu café, a cozinha ia ficando cada vez mais vazia. Até que ficou só eu, Rebecca e Talia.

- trabalhou pouco ontem, Diana?

Rebecca perguntou e levantou uma das sobrancelhas. Eu apenas balanceia a cabeça em concordância e coloquei a xícara em cima da mesa.

- Sabe que o Edgar vai pegar no seu pé.

O tom de voz de Talia me pareceu preocupada.

- Eu sei, eu sei. Mas eu estava exausta ontem, precisei dormir mais cedo.

- Quantos clientes?

- Quatro

- Diana... Metade do que tem que ser em uma noite.

- Talia, não se preocupe, eu sei me virar.

Edgar exigia que ficassemos no mínimo com 8 homens em uma noite, as vezes era difícil cumprir com essa ordem. Quando estava no 4 cliente meu corpo ja pedia socorro. Tenho certeza que ele vai querer me matar quando me ver.

Ficamos conversando um pouco na cozinha, depois que terminamos de lavar a louça subimos para o quarto coletivo. Abrimos a porta e eu fui tomada pelo olhar de fúria de Edgar, entramos e ficamos de frente a ele. Ele mantinha a mão apoiada no ombro de uma garota, ela estava assustada e seus olhos azuis estavam quase sendo tomados pelas lágrimas que ela segurava.

- Essa é a Dalila, garotas, a nova colega de vocês. Quero que ensine a ela tudo que vocês sabem e as regras da casa. E de noite quero que arrumem ela, vai ser a atração principal da noite.

Eu olhava para Edgar indignada, a cada palavra que saía de sua boca me enjoava, eu mal podia acreditar que ele estava fazendo isso de novo. Ele deu um leve empurrão na garota e foi até a porta, me fuzilando com o olhar, me chamou.

- Diana, na minha sala.

O segui até sua sala em silêncio, sabia que agora teria que ouvir suas ladainhas sobre ontem a noite. Entramos na sala e ele ficou parado na minha frente, e eu tomei a frente da conversa.

- Por que aceitou a garota aqui? Quantos anos ela tem? É só uma criança, Edgar.

- Calada.

Ele foi chegando mais perto em passos lentos.

- por que encerrou cedo ontem? Quem te deu esse direito?

- eu estava cansada, eu não estava aguentando mais.

- oque eu ja te disse em relação a isso? Sabe o quanto perdi pelo seu capricho, Diana?

- você não pode me obrigar a trabalhar cansada.

Sua mão enorme apertou minha bochecha, e seus olhos chegaram bem perto dos meus.

- você é obrigada a me respeitar desde o dia que pisou os pés na minha boate. Eu não quero que isso se repita esta me ouvindo?

Eu não falei nada, apenas fiquei o encarando.

- está me ouvindo, Diana?

Ele apertou mais ainda minha bochecha.

- sim.

Respondi. Meu rosto virou para o lado assim que ele soltou meu rosto com força.

- vai trabalhar dobrado hoje.

- não coloque aquela criança para se apresentar, você tem noção do que homens como esses que frequentam esse lugar pode fazer com ela?

- você é apenas uma prostituta, não tem opinião nas minhas decisões. Ela vai se apresentar hoje, junto a você.

- Eu não vou apresenta-lá.

- como é?

A fúria tomou seu corpo rapidamente, ele levantou a mão para me dar um tapa, mas antes que sua mão chegasse em meu rosto, eu terminei minha fala.

- espere ela se acostumar um pouco, e depois você a apresenta. Eu já estive no lugar dela e sei que não é nada fácil.

Sua mão começou a abaixar lentamente.

- Quero que a ensine tudo que você sabe e mais. Ela vai ser um grande tesouro na boate. Assim como você foi quando chegou aqui.

Ele sorriu maliciosamente e se sentou na cadeira.

- saía daqui.

Saí da sua sala e fechei a porta. Encostei minhas costas nela e suspirei pesadamente, eu não estava pronta para me ver naquela menina, e isso vai ser difícil de lidar.

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