ᴅɪᴀɴᴀ ʀᴀɪᴏʟ ɢᴜᴇʀʀᴀ

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𝓗𝓮𝓬𝓽𝓸𝓻 𝓝𝓪𝓰𝓪𝓼𝓪𝓴𝓲

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𝓗𝓮𝓬𝓽𝓸𝓻 𝓝𝓪𝓰𝓪𝓼𝓪𝓴𝓲

A noite chegou e eu fui me arrumar para sair com Daniel. Eu estava morrendo de vontade de ir ver Afrodite novamente, mas já era 20:00 e ela se apresentava as 21:00. Se eu não seria o primeiro, também não iria ser o último. Eu e Daniel fomos para a pizzaria e fizemos nossos pedidos. Ficamos conversando enquanto esperávamos.

- Hector, você não pensa em casar? Formar uma família?

Perguntou Daniel curioso.

- por que a pergunta?

- bom, você já tem 30 anos, não tem vontade de ter filhos e uma mulher ao seu lado?

- eu faço filhos até eu morrer, Daniel.

- ta bom, mas e a mulher?

Perguntou de novo, tomando um gole da sua cerveja.

- não estou preocupado com isso por enquanto.

- quando você estiver sozinho naquela casa enorme, vai começar a se preocupar.

Eu bebi um pouco da cerveja que estava na mesa enquanto o encarava.

- eu tenho planos que nunca se passariam pela sua cabeça, irmãozinho.

Disse, piscando um olho.

Ah sim, meus planos eram realmente algo que nunca se passaria pela cabeça de Daniel. Eu já tenho a minha futura mulher, a futura mãe dos meus filhos. E é só uma questão de tempo para eu ter ela em meus braços definitivamente.

- eu tenho até medo dos seus planos.

Falou ele rindo.

Nossos pedidos chegaram e começamos a comer. Conversa vai, conversa vem, quando olhei para o meu relógio vi que já era quase 00:00. Fomos embora e por incrível que pareça, Daniel não ficou enchendo o saco para irmos para outro lugar.

5 𝓭𝓲𝓪𝓼 𝓭𝓮𝓹𝓸𝓲𝓼.

Estava na minha sala do prédio de advocacia, essa semana foi corrida e passou muito rápida. Visitei alguns clientes na cadeia e fui ao fórum resolver outros problemas a mais. Eu estava concentrado em meu computador até o toque do telefone da empresa tirar minha concentração.

- Senhor Nagasaki, tem um homem querendo falar com o senhor.

- quem é?

A recepcionista perguntou o nome da pessoa, e na mesma hora reconheci a voz do outro lado da linha.

- o nome dele é Eduardo.

- pode mandar subir.

Depois de 5 minutos, Eduardo bateu na porta.

- Pode entrar.

Me levantei e fui até ele.

- Como vai, Hector.

O cumprimentei com um aperto de mão e um tapinha nas costas.

- vou bem, e você?

- estou cada dia melhor.

Disse, rindo.

- que ótimo! Tem novidades pra mim?

- claro que tenho.

- vamos nos sentar.

Eduardo sentou na cadeira a minha frente e colocou um envelope em cima da mesa. O peguei e comecei a abrir.

- Diana Raiol Guerra, tem 23 anos e foi comprada quando tinha apenas 16 anos.

Olhei a ficha que estava no envelope e fiquei surpreso com o valor que ela foi comprada.

- ela foi comprada apenas por 10 mil?

- você sabe como funciona o tráfico de menores, talvez por ela já ter 16 anos, não quiseram pagar mais.

- quem a vendeu?

- não consegui essa informação, o cheque já foi descontado a muito tempo.

Olhei novamente para o seu nome e repeti.

- Diana, Diana Raiol.

- isso ai, chefe. Todas as garotas da casa usam apelidos durante a noite. Aparentemente ninguém pode saber seus verdadeiros nomes, é tudo muito controlado la dentro.

- todas as mulheres de lá são compradas?

- creio que não, eu fui até lá domingo, e uma garota nova estava sendo leiloada, ela não aparentava ter mais que 18 anos. Acho que as únicas meninas que são compradas são as que são menor de idade. Talvez as outras vão por livre e espontânea vontade.

- você disse leiloada?

- sim, os homens davam lances absurdos. O esquema de pedofilia do dono de lá é insano. Essa casa vai cair uma hora ou outra.

- ou talvez não, sabemos que muitos polícias e políticos vão lá, e até agora nunca fizeram nada.

- o jeito que as garotas são tratadas lá e desumano, essa garota mesmo que você mandou eu investigar, ela passou mal na hora da apresentação de domingo. E uma hora depois ela já estava trabalhando.

- passou mal? Oque ouve?

- eu não sei, uma das meninas foi ajudar ela e a retirou do palco.

Eu estava agoniado com essa informação, eu precisava ver Afrodite hoje de qualquer jeito.

- cada uma tem uma lista, onde é anotado todos os programas da noite, sabe qual o mínimo de programa que elas fazem por noite?

- quanto?

Falei entredentes.

- 8.

Ouvir aquilo foi demais pra mim. Saber que a futura mãe dos meus filhos é obrigada a transar com 8 caras ou mais em uma noite, fez meu sangue ferver.

- quanto ficou?

Perguntei, tentando me manter calmo.

- deixo por 1,000 pra você.

peguei meu celular e fiz a transferência pra Eduardo.

- muito obrigada.

- eu que agradeço, qualquer coisa é só me ligar.

- pode deixar.

Eduardo foi embora. E eu fiquei ali repassando todas as informações da minha cabeça.

- eu vou te tirar daí, nem que seja a força.

Peguei meu paletó e fui para a garagem pegar o meu carro.

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