ᴍᴇᴜ ᴘʀóᴘʀɪᴏ ᴛɪᴏ

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𝓓𝓲𝓪𝓷𝓪 𝓡𝓪𝓲𝓸𝓵

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𝓓𝓲𝓪𝓷𝓪 𝓡𝓪𝓲𝓸𝓵

- a própria.

Disse, séria.

- oque você quer aqui? Vai embora.

Ele tentou fechar a porta mas eu a empurrei.

- eu só quero conversar, titio.

Ouvimos os passos da pequena garotinha que ao me ver, sorriu e perguntou curiosa.

- quem é ela, papai?

Johnny ficou sem saber oque falar, então eu falei por ele.

- uma velha amiga do seu querido pai, pequena. Não vai me convidar para entrar, Johnny?

Ele sem saber muito oque fazer, abriu a porta e eu entrei. Ah... aquele cheiro... aquela casa... os móveis continuava os mesmos, apenas o sofá foi trocado.

- pode sentar no sofá, moça.

Disse a garota.

Me sentei no sofá e a menina se sentou ao meu lado, ela tocou meus cabelos e o meu rosto com carinho.

- você é muito bonita, qual é o seu nome?

- você também é muito linda, ainda mais com esses cachinhos. Meu nome é Diana, e qual é o seu?

- igual o da mulher maravilha?

A garotinha perguntou com curiosidade.

- igual o da mulher maravilha!

Falei sorrindo.

- Eu me chamo Emilia e o meu sobrenome é Raiol.

- sério? O meu também.

Johnny se aproximou de nois duas e chamou a atenção da garota.

- Emilia, vai para o seu quarto, vamos ter uma conversa de adultos.

- ta bom, papai.

Ela se levantou do sofá e antes de ir, olhou para mim e disse:

- até daqui a pouco, Diana.

- até, pequena.

Emilia subiu as escadas onde ficava os quartos no segundo andar. Johnny se sentou no sofá que tinha na minha frente, era perceptível o medo e a angústia em seus olhos.

- oque você quer? Trouxe a polícia com você?

Franzi a testa e perguntei sorrindo.

- a polícia?

Fiz uma pausa e me ajeitei no sofá.

- ah sim, eu quase me esqueci, oque você fez é contra a lei, tráfico humano, né, de uma de menor ainda por cima.

- a Angela já está quase chegando, se ela te ver aqui...

- oque pode acontecer? Afinal, ela participou disso com você.

Levei meu corpo um pouco para frente para olhar em seus olhos.

- como você pode? Porque você fez aquilo? Meu próprio tio, irmão da minha mãe, ela confiou em você para que cuidasse de mim, e olha oque você fez comigo. Você tem alguma ideia do que eu passei naquele lugar durante todos esses anos? Eu era só uma adolescente que gostava de ir a escola e de ouvir suas piadas idiotas toda noite no jantar, você me apunhalou pelas costas. Me deixou lá para ser usada e tratada das piores formas que você possa imaginar.

Eu me calei por um instante, passei a mão nas lágrimas que começam a cair e me levantei.

- eu era só uma criança, porra!

Gritei.

- e você me fez passar por tudo isso por míseros 10 mil.

Johnny esfregava as mãos uma na outra e chorava baixo.

- por que? Eu quero saber o porque, eu preciso saber a verdade para que eu possa viver em paz.

- eu não queria fazer aquilo, eu não queria, Diana.

- e porque fez?

- eu... Eu...

Gaguejou, ele estava me fazendo se sentir horrível vendo ele assim.

- olhe para mim, inferno, e diga a verdade.

Rosnei. Ele me olhou com angústia e falou:

- eu havia engravidado uma mulher naquela época, sua tia não sabia, e eu não queria estragar o meu casamento, eu precisava de dinheiro para que a mulher abortasse.

- e por isso decidiu me vender?

- eu peguei dinheiro emprestado com um amigo, para a mulher fazer o aborto, ela fez, e depois eu precisava paga-lo. Angela não sabia de nada, ela só sabia que eu também precisava pagar o banco por causa de um empréstimo que eu tinha feito meses antes de tudo acontecer.

- como ela não sabia? Se no dia ela me obrigou a ir com você.

- eu menti pra ela, eu apenas disse a ela que um homem estava interessado em você e que pagaria por uma noite, mas que depois você voltaria para casa. No começo ela não concordou com a ideia e falou que nunca faria isso, então não tocamos mais no assunto, mas depois de um tempo as contas começaram a apertar e eu toquei de novo no assunto. Ela se viu sem saída e acabou aceitando, com o combinado de que seria só uma noite.

- você só pode estar brincando, ela achou mesmo que se fosse desse jeito eu voltaria para casa feliz da vida? Você estava me vendendo como se eu fosse uma prostituta, e tudo isso porque você fez merda e não soube lidar com os seus próprios problemas.

- quando eu cheguei em casa naquela noite, tivemos uma briga feia, ela quase me deixou, mas eu convenci ela de que tentaria trazer você de volta.

- ela sabia que isso não ia acontecer.

Falei, sacudindo a cabeça tentando processar tudo oque ele disse.

- Diana, acredite em mim, não teve um só dia que eu não pensasse em você, eu me senti culpado por muitos anos, eu sei como as mulheres são tratadas nesse tipo de lugar. Diana, me perdoa.

Ele se ajoelhou na minha frente e repetia a mesma frase.

- Diana, me perdoa, me perdoa, me perdoa, estrelinha.

- não me chame assim, e levanta-se, está sendo ridículo.

Senti o café que acabei de tomar subindo até a garganta, eu sentia tanta raiva, nojo e repulsa dele.

A porta se abriu e Angela apareceu, ela olhou para nós dois e se aproximou de mim, ela parecia tentar raciocinar oque estava acontecendo ali. A mulher se aproximou mais de mim e me reconheceu.

- Diana.

A pele dela ficou palida em questão de segundos, assim que ela ia cair no chão, Johnny a segurou e a colocou deitada no sofá.

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