Capítulo 39 : Você é enganoso

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2 de setembro de 1942

Já fazia muito tempo que Harry não se sentia tão seguro dormindo.

A sensação da magia de Hogwarts ao seu redor era uma presença tranquilizadora. A cama era estreita, mas quente, lavada pelos elfos domésticos. A luz do sol entrava pela janela e uma brisa agitava as cortinas. Mas os pensamentos de 2001 fizeram a cena parecer etérea e sonhadora, irreal e intocável.

A Hogwarts de 2001 já estava sob o controle de Voldemort. Harry e seus amigos eram como lobos forçados a fugir de casa, sem vontade de se afastar muito, nunca conseguindo chegar muito perto. As forças das trevas eram muito fortes. Os bons lugares do mundo estavam sendo invadidos e até mesmo Hogwarts, o lugar que lhes oferecera refúgio por tanto tempo, havia escurecido. Eles haviam perdido Hogwarts e era como se os lobos tivessem perdido água. Quanto tempo eles poderiam persistir sem isso? Por quanto tempo os lobos conseguiriam se sustentar sem água?

Harry não sabia.

Tudo o que ele podia fazer era seguir em frente. Mesmo na escuridão mais profunda, sem luz para iluminar o caminho, ele continuaria avançando.

Hermione havia dito: "Sem você, esta guerra não pode ser vencida".

Sim, sem ele não havia esperança de vitória na guerra. Para o mundo bruxo, ele é mais do que apenas seu salvador, ele é um símbolo. Ele é a tocha deles nos momentos mais sombrios, iluminando o caminho a seguir. Harry Potter, um nome que antes era associado apenas ao artifício de sobreviver à maldição da morte, agora é um símbolo de força. Apenas dizer o nome deu esperança às pessoas.

Ele não pode recuar, não há como voltar atrás, ele só pode seguir em frente e conduzir os lobos até a próxima fonte de água.

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O sol da manhã iluminou metade do céu com seu brilho quente.

O Grande Lago era lindo. Suas águas calmas e a sensação do vento suave eram algo que Harry sentia muita falta. Ele se apoiou na grade com vista para o lago que brilhava ao sol. Ele adorava este lugar. Isso trouxe boas lembranças de seu terceiro ano, compartilhando a visão com o Professor Lupin.

Naquela época, Lupin havia comentado que o medo que Harry tinha dos Dementadores significava que o que ele mais temia era o próprio medo.

Mas do que ele estava com medo agora? Ele estava com medo da morte de seus amigos. Ele estava com medo de desistir, com medo de falhar com todos. Ele estava com medo de que nada mudasse, que Tom não pudesse ser mudado. Pessoas como Tom, fossem trouxas ou bruxos, muitas vezes ficavam cada vez mais terríveis à medida que cresciam, Harry sabia.

"Esse é o Grande Lago. Ouvi dizer que sereias vivem lá. A mulher de cabelo curto disse enquanto ficava ao lado dele.

É claro que Harry sabia sobre o lago e as sereias, tendo conhecido ambos durante seu quarto ano. Harry abriu a boca, mas pensou melhor em dizer qualquer coisa. Ele não podia dar qualquer indicação de familiaridade. Aqui ele não frequentou Hogwarts e precisaria fingir ignorância sobre o lugar que considerava sua casa.

Joan inclinou a cabeça, observando o jovem ao seu lado. A brisa soprava em seus cabelos fazendo-os parecer mais selvagens do que nunca. A visão disso a fez sorrir, mas ela se absteve de provocá-lo sobre isso. Algo na expressão de Harry parecia melancólico e triste para ela.

"Harry", Joan disse após alguns momentos de silêncio, "Você vem comigo para se encontrar com o Professor Dumbledore?"

Harry ergueu os olhos, respirou fundo e se endireitou. Quando ele se virou para Joan, deu-lhe um sorriso brilhante.

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