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Todos na casa já estavam bem alimentados e preparando-se para dormir, até mesmo as crianças já apresentaram sonolência e foram os primeiros a caírem em suas camas novas - que graças a Deus, eram no mesmo quarto.

Esperando no final da escadaria, alongando-se até algumas vezes, chegando a pegar em seus próprios pés, ver suas unhas e alcançar o corrimão apenas com a mão, Mavi olhava para todas as entradas possíveis dos cômodos da casa, à espera do seu amigo. Desde o momento em que Adam tinha voltado para a sala de jantar, eles não tiveram uma conversa concreta ou puderam passar um tempo juntos.

- Boa noite, senhorita.

Mavi olhou para o homem de luvas brancas que a cumprimentou.

- Eae! Boa noite.

- Já está ficando um pouco tarde, não acha que deveria ir dormir?

- Hmmmm. É que eu estou esperando o meu amigo, sabe? Aquele que me trouxe para cá.

- Ah, sim. O senhor Adam?

- Ele não é senhor coisa nenhuma, ta?

O homem gargalhou.

- É apenas um modo de dizer, senhorita.

- Humrum, sei. E qual é o seu nome? Eu te vi quando cheguei mas nem consegui falar com você direito.

- Eu sou o Alberto. Sou o mordomo da casa.

- Ah, mordomo! - ela olhou para o lado, lembrando que Genésio também tinha dito sobre os mordomos - Você cuida bem daqui, não é?

- Cuido sim, senhorita. É o meu trabalho.

- Com certeza, né. Mas deve dá um maior trabalhão! Olha o tamanho dessa casa! - gesticulou - Eu já conheci o meu quarto, e ele é enorme! Imagina os outros cômodos?!

- Uma moradia como essa, tem uma grande tendência em ter quarto maiores, e cômodos também.

- E você limpa tudo isso? Ai, tadinho de você.

- Não, não. Há outros empregados e empregadas que ficam responsáveis em fazer o trabalho. Eu sou como um chefe, entende?

- Ah, então tá jóia! - sorriu.

- E como se chama?

- Me chamo Mavi - olhou para suas mãos - Genésio me deu esse nome.

- Genésio era o homem responsável por você, e as crianças?

- Sim, sim. Ele era como um pai para nós. Um pai que a vida nos deu e que ninguém vai poder substituir.

- Está certa, Mavi.

Ela sorriu.

- Olha, eu acabei de te conhecer mas, eu espero que sejamos bons colegas e até amigos.

- Que maravilha, senhorita Mavi.

- Mas você tem que me prometer uma coisa - sussurrou.

- O que? - questionou no mesmo tom de voz.

- Que não vai me tratar diferente só porque eu tô vivendo aqui, entendeu? Eu sou como qualquer outra pessoa. E já vai tirando esse "senhorita", em!

- Mas eu tenho que chamar você assim, principalmente na frente de outras pessoas como a dona Vera e o...

- Tudo bem, tudo bem. Na frente deles você pode me chamar sem nenhum problema. Mas quando for apenas nós dois conversando, me chame apenas pelo meu nome, ok? - piscou.

- Ok - Alberto piscou de volta, fazendo-a sorrir. - Se você quiser, eu posso te apresentar para os outros empregados da casa.

- Você faria isso?!

Simplesmente, Você | Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora