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Já sendo tarde, e a maioria dos convidados já despedidos, Patrícia e Nina se mantiveram em frente à porta de um dos banheiros femininos. Patrícia já tinha deixado seus familiares cientes de que não iria por aquela hora, e sim mais tarde, sem deixá-los cientes do real estado de Mavi.

— Vem, Mavi — Nina pediu, agachada em frente a porta.

— Eu já disse... que não vou!

— Já está tarde e a maioria dos convidados já foram embora! — relatou Patrícia.

—... problema deles!

— Sai daí se não eu mesma quebro essa porta! — Nina ameaçou.

Um silêncio se fez do outro lado, mas um estalo baixo o partiu. Nina afastou o umbral, e se deparou com sua melhor amiga sentada no chão, próxima a duas garrafas de cerveja vazias, enquanto uma das mãos da mesma estava presa ao litro. O rosto estava borrado com aquilo que um dia foi maquiagem.

— Meu Cristo, amado! — exclamou, indo em direção a jovem — Levanta daí!

— Não... eu não vou levantar! —  pela voz embargada, e olhos baixos. Não era difícil identificar que estava embriagada

— Nós precisamos voltar para casa, Mavi! — anunciou Patrícia, unindo-se à Nina para conseguir sentar a jovem.

— Mas eu não quero! Qual é o problema de vocês me deixarem em paz, em?! É só me darem mais uma dessas garrafas, que eu prometo ficar bem quietinha no meu canto sem fazer mal nenhum a ninguém!

—... quem dera podermos fazer isso — murmurou Nina.

— Mas nós estamos falando sério, Mavi. Você precisa se levantar! Já está muito tarde e os meu tios podem ficar preocupados! — disse Patrícia.

—... e daí?! Eu quero ficar aqui!

— Mas você não pode — rosnou Nina — Você vai pegar uma bactéria bem feia, e vão ter que pagar uma grana mais feia ainda para tratar da sua doença.

—... vira essa boca pra lá!

— Não viro porque é a verdade. Anda! Deixa de preguiça e se levanta!

Patrícia suspirou, buscando em sua mente a solução para o problema. Quando achou, não relutou.

— Nina.

— O que?

— Você conhece o Matías, não conhece?

— Matías?

— É aquele cara que você dançou antes de tudo ir de mal a pior.

— Ah... — levantou as sobrancelhas — É o cara que a Mavi não queria ver. Vem cá, o que ele fez pra ela não querer ver ele nem de longe?

— Deve ser por conta do beijo que ele tentou dar nela.

— O que?! — a olhou, boquiaberta — Você tá falando sério?

— É. Mas isso não importa, e depois eu te explico — levou suas mãos aos ombros de Mavi — Agora, você vai ter que ir e tentar encontrar ele.

— Isso eu não vou poder fazer não.

— Por que?!

— É que... meio que eu pedi para que ele fosse embora, sabe?

— Ai, meu Deus! — rolou os olhos — Por que, Nina? Por que?

— Ai, eu tava com medo dele fazer alguma besteira com a Mavi. Vai que os dois entravam numa discussão, ou trocava uns tapas? E além do mais, eu não gostei nenhum pouco da cara dele.

Simplesmente, Você | Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora