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Por todo o domingo, no dia anterior, Mavi estranhou o comportamento de Sol. A menina mostrava-se estranha, distante, e incapaz de dar-lhe uma resposta. Correr atrás dela e buscar respostas para toda aquela situação, foi o que não lhe faltou.

Mas uma hora ou outra ela iria se cansar, e quando isso aconteceu, parou no balanço dado por Adam.

— O que será que ela tem, meu Deus... o que?

— Falando sozinha, Mavi? — Lúcia a indagou, soltando Mady de seus braços.

— Ah, oi Lúcia — torceu seus pés na grama — É, só é eu com as minhas preocupações.

— Uma jovem como você, já cheia de tantas preocupações?

— Pois é — deu de ombros — Mas o maior mesmo, e que está me incomodando muito, é a Sol.

— Ela está doente?

— Não, graças a Deus ela não está doente. Mas eu acho que sou uma doença para ela. Ela sequer olha pra mim, nem responder mais ela está fazendo.

— Mas que estranho, Mavi — aproximou-se.

Mavi pegou a cachorrinha entre seus braços.

— Pois é, eu não sei o que eu fiz pra ela.

— Será que você não falou alguma coisa errada pra ela?

— Não, isso não. No sábado, só nos vimos pela manhã e passamos um pouco mais de tempo antes que eu acabasse desabando no sofá, com sono.

— Ah... eu me lembro de ter ver lá, estava bem cansada mesmo.

— Pois é... mas eu não sei, Lúcia. Não sei o que eu fiz pra ela.

Lúcia pensou um pouco, chegando a buscar em sua memória o que poderia ajudar à Mavi. Mas ao recordar, e seu raciocínio unir todos os pontos, não demorou em falar.

— Mavi.

— Sim?

— Não que eu esteja falando mal da minha nora, já que ela vai se casar daqui a pouco tempo e eu estou ajudando em tantas coisas... — suspirou — Mas, por acaso, você viu quando ela e a Sol chegaram, na noite de sábado?

Mavi se levantou abruptamente.

— Espera aí. Elas por acaso saíram?

— Sim, claro... Sol levará as alianças ao altar, e Silvana a levou para tomar sorvete e levá-la para medir o tamanho do vestido.

— Ai, não! Eu não me lembro delas terem saído — negou — Com certeza elas devem ter saído as escondidas!

— É, pôde ter sido.

Mavi suspirou, soltando Mady para o chão.

— Essa mulher me paga!

— O que você vai fazer, Mavi? — Lúcia a perguntou a tempo.

— Irei tirar satisfação com essa que acha que pode envenenar o coração de qualquer um à seu favor! Ela está muito enganada! Muito enganada!

Mesmo no meio do caminho, tendo a sua mente como um alarme que avisava que estar perto de Silvana fazia parte do plano das crianças, ela não conseguiu enxergar mais nada até que disparou pelas escadas, recebendo diversos chamados ao decorrer de sua pressa. Sua mão direita fez a porta bater num estrondo forte contra a parede, enquanto seus olhos azuis dispararam na direção de Silvana, a qual estava sentada na beira da cama.

— O que você quer aqui? — a mulher se levantou com pressa.

Mavi avançou com passos duros na direção de Silvana, e em segundos suas mãos voaram no cabelo da mulher.

Simplesmente, Você | Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora