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Saindo o quanto antes do carro, enquanto suas mãos estavam bem seguras nas alças da sacola, Patrícia apenas fez um gesto com sua cabeça para que as mechas louras do seu cabelo fossem afastados para o lado. Silvana ainda a pediu para que esperasse, mas ela deu de ombros e seguiu para dentro.

Mesmo que sua prima tivesse o mesmo sangue que o seu, sua mente já estava cheia da presença dela. Escutar a voz, os murmúrios e reclamações da mulher já tinham a deixado farta. Sentindo que precisava se desintoxicar, depois de deixar suas coisas sobre a cama e tomar um banho optando, no fim, por roupas mais leves, foi para o quarto de Mavi.

Ao vê-la dedicando-se com o bordado entre seus dedos, deu um sorriso e girou em dois passos para dentro do quarto.

— Mavi? — a chamou.

Os olhos da jovem brilharam tanto quanto a beleza de seu sorriso ao acompanhar Patrícia vir até a ela.

— Oi, mulher. Aonde que você esteve o dia todo, em?

— Ah, você sabe — sentou-se do outro lado do sofá — Tive que andar e andar hoje. Mas valeu a pena pelo menos a ida no Spa.

— Spa? — Mavi estranhou o quanto a palavra parecia estranha ao sair de seus lábios — O que é isso?

— É um lugar aonde nossa pele e humor, podem ser bem cuidados.

—... parece ser bem legal né?

— E é muito, Mavi! Um dia eu te levo.

— Eu vou querer ir, em — piscou — Mas então, por que você não me veio ver mais cedo?

— Você já sabe, Mavi. Eu estou tendo que ajudar a minha mãe, o meu tio, a Lúcia. A cuidar do casamento da minha prima.

Mavi encolheu os ombros, engolindo em seco.

—... deve estar sendo bem cansativo.

— E não é pouco! Mesmo que tenha pessoas também trabalhando para que dê certo, acabamos nos envolvendo te todas as formas, já que fazemos parte da família da noiva!

—... entendo.

— Você me espera pegar a minha biblia para continuar bordando?

Mavi gargalhou, dando um nó na linha do sapatinho da boneca entre suas pernas.

— Tudo bem, Patrícia. Eu te espero.

Ela assentiu, correndo de volta para o seu quarto.

Depois de ter ensinado ao menos o caminho das escadas, corredores, salas até a da piscina ao menino. Ramón o ajudou se sentar em uma das cadeiras de jardim próxima a piscina. Para ele, não estava sendo incômodo nenhum ensinar o pequeno. Bento era muito esperto, e nenhum momento apresentou dificuldade.

— Se sente bem?

— É, não posso negar que estou melhor agora que me sentei um pouco. A mansão é bem grande, e não tem como não se cansar.

— É, verdade... espero que ela seja apenas isso para você, e não difícil para andar.

— Ah, não — negou — Isso com certeza não, Ramón. Por andar sempre acompanhado e por alguns de vocês sempre me orientarem, eu passei a ter ciência do espaço.

— Isso é muito bom, Bento. Muito bom — bateu suas mãos nos bolsos da calça — Olha, eu vou pegar algo para bebermos na cozinha, e não demoro. Você pode me esperar, não pode?

— Pode ir tranquilo, Ramón — suspirou, sorridente — Daqui eu não irei sair enquanto você não voltar.

Ramón apenas levou sua mão aos cabelos do garoto, afastando-se em seguida.

Simplesmente, Você | Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora