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Um simples momento de conselhos provindos de sua mãe, foi o suficiente para tirar-lhe o sono e fazer com que vagasse como um fantasma dentro do quarto.

Finalmente parado ao lado da janela, conseguiu sentir o toque suave da noite contra sua pele úmida. A cada segundo que passou diante de seus olhos, mais ainda teve a certeza de que nunca haveria a possibilidade de ver-se distante de Mavi. Ver-se distante da jovem, que de uma hora para a outra tornou-se um refúgio para dor.

Tê-la era como se estivesse a acompanhando em uma dança onde ela estava vestindo uma roupa longa e leve que havia uma harmonia perfeita a cada passo, mas claro, era necessário as mãos dele para que ela pudesse ter o perfeito equilíbrio a cada movimento leve e gracioso em cada segundo pelo salão iluminado e de piso gélido. Ter de abandoná-la, era ter que deixá-la sozinha dançando pelo salão, tendo plena consciência da dor que ficaria em seu nobre coração.

Agir com total indiferença e mudar completamente, era erguer um muro entre os dois em que eles poderiam apenas olhar um para o outro, e sequer se tocar.

Ficar, ou ir? Lutar, ou desistir?
Ficar, mas por quem realmente? Por Mavi, ou Silvana?
Ir, escapar da presença da jovem que te cativou tão profundamente? Permitir que o seu futuro chegue com pressa, tirando qualquer possibilidade de revê-la algum dia?
Lutar, mas pelo o que exatamente?
Desistir? Desistir de Mavi, ou Silvana?

A mente do homem estavam formando nós cada vez mais apertados ao redor do cérebro, sem poupar espaço nenhum para que pudesse pensar com clareza. Mas ele tinha plena consciência, pois ela foi responsável por fazer a presença de Mavi em todas as pequenas vezes em que ele fechou os olhos e andou pelo quarto.

—... talvez seja melhor assim. — respondeu ao vazio e silêncio do quarto, depois de longos minutos tumultuados dentro da sua mente —... talvez ela não se machuque tanto, ela terá a Vera para enxugar todas as lágrimas que eu mais temi fazer com que existisse em algum dia de seus olhos... ficaremos distantes, mas será o melhor para todos nós.

Ele andou lentamente até o meio do quarto, os braços cruzados em frente ao peito largo. Arrancou um bom suspiro, e seguiu em direção à porta, ignorando o chamado daquela mesma voz que um dia disse-lhe tão claramente e acalmou seu coração. Seus passos ficaram um tanto silenciosos pelo corredor, já vazio, o barulho em sua cabeça aumentou fazendo-o apertar com suas próprias mãos a cabeça.

Porém, todo o aperto que roncou seu cérebro, sequer pode ser mais forte do que os gritos misturado com um choro baixo saindo do quarto de Mavi. Adam briu mais ainda os olhos, indo em busca da porta do quarto da jovem, ele sequer demorou mais tempo para abrir a porta de uma só vez e entrar.

— Mavi?!

Mavi se esticava desesperadamente pela cama, o rosto já estava coberto pelas mechas do seu cabelo louro dando pouca visão dos seus olhos que já estavam tão bem apertados. Adam correu para ela, levando suas mãos aos ombros da jovem.

— Mavi?! Mavi?!

Ela não o respondeu, deixando claramente de que ainda não tinha despertado do pesadelo.

— Pelo amor de Deus, Mavi. Acorde!

Suas mãos pararam próximas ao rosto dela, o coração apertou demasiadamente a cada batida dentro do seu peito.

— Por favor, Mavi. Acorde!

Reconhecer o toque dele contra sua pele a fez sentir como se uma onda de eletricidade subisse por toda a sua pele chegando ao cérebro, ela abriu os olhos em um ato de desesperado. E quando estes alcançaram ao homem a tão poucos centímetros, todo o seu corpo tremeu com o choro mais de dentro da sua alma.

Simplesmente, Você | Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora