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Todos estavam muito bem em seus lugares e arrumados, os convidados e família esperavam pacientemente pelos minutos que trariam a entrada da noiva. O noivo, prendendo bem suas mãos e forçando algum sorriso para transmitir a todos a tranquilidade e alegria que ele, nem de verdade, estava tendo. O mesmo, estava sendo observado por quem dificilmente conseguiu desviar o olhar — e não era apenas por estar tão belo, mas sim, pela pena e tristeza.

— Oh gente — Nina sussurrou entre Patrícia e Mavi — O Matías ainda não chegou?

— Hmmmm, e por que você quer saber em, Nina? — Patrícia a respondeu com um tom provocador.

— Ai, não começa Patrícia. Eu só estou querendo saber disso.

— Tá, tá — rolou os olhos — Eu acho que ele veio, só falta ficar com a gente, se bem que eu deveria estar nas cadeiras. Só não vou por conta da quantidade de gente.

— É. Se bem que uma cadeira agora iria ajudar bastante nós que estamos de salto alto.

— Com certeza.

Mavi deu de ombros, olhando para as duas amigas.

— O que tanto cochicham?

— Ah, é por causa do Matías mesmo. Você o viu, Mavi?

— Não, não. Eu não me lembro de ter visto ele. Por que?

— É que seria bom ele já estar aqui conosco, todos os convidados já estão sentados.

— Imagina como deve tá a cabeça dos organizadores, em?

— Pois é.

Um toque rápido no ombro de Patrícia a fez olhar para atrás, ao envés de ser quem ela passou a se preocupar por não estar com eles ainda, e se deparar com a tensão no rosto do mordomo enquanto este segurava entre suas mãos o telefone  da casa.

— O que houve, Alberto?

— Me desculpe interromper, senhorita Patrícia. Mas tem um telefonema urgente para a senhorita Mavi.

— A Mavi...?

— O que tem eu? — a jovem interviu.

— Telefonema para a senhorita — anunciou Alberto, direcionando o aparelho para Mavi.

Mesmo com o cenho franzido, a jovem pegou cuidadosamente o que lhe entregaram.

— E quem é?

— Não me disseram nada, senhorita. Disseram apenas que era para você atender.

Mavi torceu os pés, ainda incerta se deveria atender ou não.

— Vá lá, Mavi — Patrícia incentivou — Atenda antes que a ligação caia.

—... tá.

A jovem assentiu, passando em seguida a se deslocar para longe das pessoas e amigos. Ela andou mais um pouco a frente, até que os murmúrios das outras pessoas tornassem como um zumbindo ao longe. Mavi engoliu em seco, e então, levou o aparelho ao ouvido.

— Alô? Quem está falando?

— Mavi, Mavi... — a voz soou num tom sarcástico.

— Silvana, é você? Por que está me ligando? Aonde você está?

— Tá, tá. Chega de questionamentos e me escute! Eu tenho uma tarefa importante para você, queridinha.

— Tarefa pra mim?! Eu não tô entendendo mais nada, Silvana!

— Não será necessário entender muito, apenas me escute.

Mavi engoliu em seco, olhou de relance para trás, e depois para o topo das árvores, firmando sua respiração e prestando atenção em qualquer som que viesse do outro lado da linha.

Simplesmente, Você | Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora