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As horas passaram lentas, mas com tal força que exerceu tortura para Adam. Em todas as fotos, ele tentou dar o seu melhor sorriso ou ao menos forçar uma máscara que moldou no percorrer de cada minuto. No fim, sentindo uma exaustão extrema ao lado de sua noiva, sua mente passou a ligar à jovem que viu naquela manhã e sentiu a frieza nas palavras e atitudes.

—... não podia ser ela... não podia.

— O que você disse, meu amor? — indagou Silvana.

Adam piscou rapidamente, endireitando sua postura na cadeira do restaurante em que os dois ainda almoçavam.

— Foi apenas um pensamento em alto.

— Hm, sei. Espero que ele não esteja envolvendo a Mavi.

— Por que você ainda insiste em implicar com ela?

— Eu tenho todo o direito de fazer isso — cerrou os olhos — E além do mais, é ela quem mais ultimamente você vem preferindo do que eu, que sou sua noiva.

Ele pigarreou, levando sua mão ao guardanapo da mesa, aprontando-se para levantar.

— Aonde você está indo?

— Para casa.

— Mas já?!

— Eu estou cansado Silvana.

— Não seja ridículo. Só foi tocarmos no nome dessa Mavi que você quer ir embora!

— Muito pelo contrário do que você pensa. Eu só quero descansar. Toda aquela fotografia e joias me cansaram — distanciou-se, depois de por o dinheiro ao lado do prato —Talvez você queira ainda conversar com a Maria, já que teremos tempo.

— Conversar com quem não irá me responder? Não, muito obrigada.

Adam suspirou, levando suas mãos ao bolso da calça.

— Pelo visto, você ainda não sabe.

— Do que? — o olhou sem interesse.

— Que a sua tia Maria, voltou a falar e se comunicar como nós.

Ela levantou as sobrancelhas, mostrando surpresa.

— E desde quando isso aconteceu?! Eu não soube de nada!

— Foi a poucos dias atrás.

— E você já sabia, não sabia?

— Sim, porque...

— Não, não. Eu não quero escutar nenhuma explicação vinda de você! Pelo visto, a minha família inclui bem mais pessoas a saber do que acontece dentro da mansão, do que com os de casa!

— Silvana...

— Vai logo pra casa, Adam! Vai!

— Você vai fazer todo esse teatro mesmo?

— Não é teatro, é a minha mais pura indignação!

Adam respirou fundo, buscando calma.

—... tudo bem... você não vem comigo?

— Será que eu ainda tenho que te responder? — cerrou os olhos.

Ele apenas deu um toque na cadeira. Silvana seguiu cada passo que seu noivo deu, tomando distância dela e da mesa, mais sua mente disse diversos nomes contra ele.

— Pensei que ele nunca iria sair da mesa.

Uma paz distante fez todos os seus nervos dela desacelerarem assim que ela reconheceu a voz, e mão em seu ombro direito. Ao vê-lo sentar-se no lugar de Adam, uniu sua mão à dele.

Simplesmente, Você | Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora