Simplesmente, Você | Livro II

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Entrando lentamente dentro do quarto, Mavi ainda estava completamente apaixonada pelo presente dado por Adam. A musiquinha ainda podia ser escutada, e ela não tinha enjoado em nenhum momento. Ela olhou de relance para os meninos que dormiam pesadamente na sua cama com a cachorrinha, para verificar se poderiam se levantar. Ela andou para a mesa à sua direita, dobrou as pernas e pôs a caixinha encima do vidro redondo. Dobrou suas mãos embaixo do queixo, olhando para a dança da bonequinha.

- Obrigada por tudo, Adam... obrigada!

No compasso do som da música, enquanto sua cabeça deitou encima dos seus braços, seus olhos se fecharam lentamente. A musica conseguiu trazer um sono que repousou lentamente em seu coração, e logo, em sua mente...

Vendo-se com as mesmas roupas da bonequinha, Mavi girou ao som da mesma música. Seus passos pareceram suaves enquanto estes desceram da caixinha, pousando na grama macia da floresta. Os raios de sol adentravam em meio as árvores longas de madeira escura. Ela sorriu para os pássaros, deu um giro e parou no mesmo tempo em que seus olhos avistaram um belo homem. Ele trajava roupas da mesma cor que a de seu vestido, tendo diferença apenas por ser masculina. Seus olhos esverdeados eram tão claros quanto o cheiro cítrico das flores.

Mavi sorriu ao reconhecê-lo. Ele deu passos suaves em sua direção, lançando suas mãos na direção da única na floresta.

- Me concede essa dança, senhorita? - indagou, afastando-se para dar espaço, caso, ela lhe desse consentimento.

- É claro - assentiu - Seria um enorme prazer dançar contigo.

Ele deu um sorriso calmo, separando suas mãos da dela. Sem que precisassem dizer muito, os dois fizeram passos que poderiam ser aplaudidos de longe. Eles dançavam em perfeita sincronia, esbanjando delicadeza, graciosidade e amor. Um amor jamais visto antes. No fim da dança, o bailarino lançou suas mãos a cintura de sua companheira, a dando a possibilidade de se sentir no alto e próxima as nuvens.

Ao ser deixada cuidadosamente na grama, ela sorriu para aquele que a tinha feito se sentir como nunca antes.

- És tão formosa, amiga minha - disse ele, retomando suas mãos ao rosto dela - Nunca em todos os lugares que passei por esse mundo, me deparei com alguém de beleza tão esplendorosa e que contenha passos tão belos que encanta dos homens feito do barro, aos animais da floresta.

- És formoso, amigo meu. - disse ela, se aproximando mais um pouco - Porque nunca em toda a terra, pude encontrar um homem tão doce de coração tão nobre. Que faria toda as moças caírem à seus pés!

Ele sorriu, deslizando seus dedos laterias do rosto da jovem.

- Acredite, amiga minha. Só tu - aproximou o rosto dela ao seu - Só tu tens o meu corpo, e alma.

A bailarina fechou os olhos, sentido seu coração bater forte com o hálito fresco que a lembrava facilmente do cheiro das hortelãs, cada mais próximo e a segundos de tocar os seus lábios ao dele.

Mavi voltou do sono com um suspiro longo. Seus olhos cheios pararam na caixinha que foi parada por ela. Mesmo com o seu coração jubilando de alegria por ter sonhado com algo tão belo, bonito e doce. Algo que ela nunca esqueceria. Ela não podia esquecer ou deixar a sua realidade de lado. Mesmo que o amasse, mesmo que sentisse o desejo de permanecer ao lado de Adam, poderiam terminar um do lado do outro em lugares totalmente diferentes. Silvana já o tinha antes mesmo que os dois pudessem se conhecer, e ela com certeza tinha um "poder" e influência maior. E além do mais, os dois estavam noivos e a qualquer momento iriam se casar.

Adam iria seguir seu caminho ao lado de Silvana, enquanto Mavi tentaria sobreviver com a dor que ela sabia que iria sentir.

Com os braços fechados em frente ao peito, ela esperou até que os seus três meninos se sentassem no colchão. Paulo e Sol não puderam conter o seus olhares, de um para o outro, e saber que a cara de Mavi denunciava que tinha dado errado. Eles engoliram em seco, e quase ao mesmo tempo saltaram da cama.