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Juntas como boas amigas, Mavi e Patrícia ocupavam-se fazendo o que gostavam. Patrícia tinha entre suas mãos um caderno de anotação. Já Mavi, as linhas e agulhas tecendo a última peça da roupa da boneca que tinha se dedicado a tanto. Era para Maria, e já estava completa.

- Mavi.

- Sim, Patrícia?

- Para quem é essa boneca?

- A que estou terminando de fazer o casaco?

- Exatamente!

- É para a Maria.

- A minha tia? - indagou, com expectativa.

- Bem ela - afirmou - Eu quero que ela tenha uma lembrança de mim, e claro. Ela terá mais uma companheira para a boneca que sempre anda com ela.

- Você sabia que... - Patrícia desceu da cama para se juntar com Mavi, no chão - Ela era a boneca da minha prima, antes dela desaparecer?

-... sério?

- Sim, foi a minha própria tia, antes de desmaiar, que contou que pertencia a menininha. E claro, não podemos negar já que quando pegamos, tinha o cheiro de bebê.

Mavi olhou de relance para o trabalho em suas mãos, pronta para dar o último ponto.

- Eu acho que ela ficaria muito feliz se você fosse a filha dela.

- Eu? Por que?

- Você é doce, é boa. Tem um jeitinho só seu e é muito muito amável!

- Ah, que nada! - deu de ombros - Nem a metade disso eu sou para a Silvana.

- Ela também não ajuda, com aquele temperamento que só Deus na causa - rolou os olhos - Mas quem sabe, um dia, você se dêem bem?

Mavi sigilo e fez o sinal da cruz, arrancando uma forte gargalhada de Patrícia.

- Ah, Mavi. Só você mesmo!

Patrícia estendeu seu braço esquerdo, para envolver os ombros de Mavi.

- Obrigada, obrigada por ser minha amiga! Obrigada, de verdade.

- E obrigada por ser tão boa comigo, Patrícia. Isso eu nunca vou esquecer, de verdade.

Ela a deu um abraço rápido, antes de se afastar.

- Falando assim, eu me lembrei da Nina. Não a vimos mais!

- Ah, sim! Sim!

- Que tal um dia a visitarmos?

Mavi nunca sentiu uma necessidade como aquela, de saber como estava Nina e sua avó.

- Eu acho uma ideia incrível! Podemos ir agora mesmo!

- Nesse horário?!

- O que tem?

- Não, Mavi.

- Que tal, amanhã? Podemos ir pela manhã e tomar um café com ela.

- Eu adoraria, de verdade - suspirou - Mas eu estou tão atarefada com o casamento da minha prima, que isso anula todas as possibilidades da gente ir por esses dias.

-... sim, claro.

- Mas que tal, irmos depois de todo o fim do casamento? Eu terei todo o tempo do mundo.

Mavi engoliu em seco, tentando se afastar da dor recorrente.

- Mas claro, eu não vou esquecer de por ela e a dona Antonella na lista de convidados, em! - deu um risadinha.

Simplesmente, Você | Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora