Simplesmente, Você | Livro II

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Em não muito tempo, Patrícia saiu de seu quarto destinada a tomar algo na cozinha para ajudá-la dormir. Entretanto, no seu caminho ela teve que parar.

Sentado em um dos sofás e com o rosto visivelmente apreensivo, Matías esperava pacientemente pela presença de alguém que lhe informasse o estado de Mavi. Patrícia demorou um bom tempo o olhando, para depois andar em direção à ele.

—... oi?

Matías tirou seus olhos das mãos para levá-los a jovem à sua frente. Ele se levantou quase ao mesmo tempo para cumprimenta-la.

— Oi, eu sou o Matías.

— Ah, oi Matías. Eu sou a Patrícia Dominique... e você?

— Fui eu quem trouxe Mavi para cá. Eu queria saber se ela realmente está bem.

— Ah — suspirou — O estado dela é bem instável. Infelizmente ela corre o risco de acabar tendo o mesmo bloqueio que a minha tia Maria.

— Bloqueio? — questionou, levando seus dedos ao bolso da frente de sua calça.

— É que a minha tia Maria sofreu em um estado catatônico por muitos anos... anos em que ela precisou passar por um tratamento para que voltasse a falar, a se comunicar como nós.

— Hmmm — apertou os lábios — Eu espero de verdade que a Mavi não fique assim. Eu a ajudei mas, tudo o que eu mais quero nesse momento é que ela melhore... mas, Patrícia. Eu posso subir para vê-la?

Patrícia inclinou seu rosto para o lado.

— Ai, eu sinto muito de verdade. Mas é que Mavi já está tendo companhia... Amanhã, se você quiser e ela estiver acordada, vocês podem conversarem o quanto quiserem.

—... muito obrigada.

Ele levou suas mãos às dela, as embalando entre as suas. Já ela, não soube o que fazer no primeiro momento. O toque, o calor, eram em si bons. Mas no fundo do seu coração, tinha algo que a alertava mesmo ela não sabendo para o que.

Os dois foram interrompidos pela chegada de Adam, que se aproximou com os olhos cerrados. Ele pigarreou com as mãos nos bolsos, Patrícia conseguiu se afastar.

— Eu vou pegar algo para bebermos, você pode me esperar aqui mesmo?

Matías ssentiu como resposta.

Ela os deixou, com passos apressados. Adam, depois de ter seguido a jovem com o olhar, se pôs em frente ao rapaz.

— Acabamos não nos comunicando direito por conta de tudo o que aconteceu.

— Sim e, eu sinto muito, de verdade. Espero que a Mavi melhore.

— Isso é o que todos nós que a conhecemos, queremos — suspirou — Mas não se preocupe muito, Mavi está sendo bem cuidada e tem pessoas dispostas nessa casa para passar o tempo que for ao lado dela.

Pelo olhar de Adam, que em poucos minutos se levantou, Matías sentiu que já era hora de ir. Mas antes, levou sua mão mais uma vez ao bolso.

— Eu já estou de saída, mas eu quero que você entregue o meu cartão com o meu número para Mavi  — ele estendeu o cartão entre os dedos para o homem à sua frente. Ele assentiu e não rejeitou o objeto.

— Pode deixar, não deixarei de entregar à ela.

— Agradeço desde já. Bom, boa noite.

— Boa noite.

Adam o assistiu ir pacientemente para a porta e se despedir de Alberto em pouquíssimos segundos. Mas nesse meio tempo, Patrícia retornou com dois copos de suco nas mãos — a fim deles serem bebidos por ela e por seu novo amigo. Entretanto ao sentir a falta do jovem, parou ao lado de Adam com o cenho franzido.