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Andando pelo corredor do andar, os meninos entraram numa boa conversa, enquanto um deles manteve Mady entre os braços. Os três viraram para mais uma curva, quase ao mesmo tempo.

— Mesmo que a Vera e a Mavi tenha pedido pra que a gente fique quieto, pra não chatear a chata da Silvana, eu não vou poder fazer tão cedo — anunciou Paulo.

— Mas por que, Paulo?! — questionou Bento, pesando sua mão sobre um dos ombros pequenos de Sol — Você sabe que a melhor coisa a se fazer é obedecer.

— Tá, tá — deu de ombros — Eu sei... mas eu não prometi nada à elas — lembrou — Isso também não quer dizer que eu vou me manter calado quando a Silvana fazer o que der na cabeça dela.

— Todos nós iremos reagir! — ressaltou Sol, com um sorriso travesso.

— Vocês que irão. Eu vou permanecer bem quieto no meu lugar — disse Bento.

— Você se mantendo esse bom amigo, que é — Paulo deu tapinhas no ombro do seu amigo — Pode ficar quieto mesmo.  Sabemos que é uma boa pessoa.

— Fico grato pelo elogio, mas ficaria mais ainda se vocês pensassem direito.

— Nós pensamos, Bento. Nós pensamos.

Vozes na porta do quarto a frente deles, os fizeram escutar com atenção. As vozes eram familiares e facilmente podiam ser distinguidas, principalmente pelo tom.

—... a Vera parece que está preocupada — sussurrou Sol.

— Mas o que será...?

— Shiiu, Bento. Fala baixo.

— Todos nós temos que fazer isso — ressaltou Paulo — Sol, vê se você consegue descobrir o motivo.

— E como eu vou descobrir, criatura?

— Ué, pela fresta da porta, dá pra você por os olhos e eles não vão te reconhecer rápido. Vai ser uma espiada rápida!

Ela maneou a cabeça, indo fazer o que lhe foi aconselhado. Paulo puxou Bento um pouco para o lado, esperando pela resposta da menina.

— E então? — acenou com as mãos, ao ver a garota se distanciar — Desembucha!

— Ai, tá! Parece que eles estão falando do velhinho que tá deitado na cama.

Paulo franziu o cenho no mesmo tempo que seu amigo.

— Mas que estranho, eu pensei que viviam apenas o Ramón, a Patrícia, e a Vera na casa... sem contar com a chata da Silvana.

— Pois é.

Ele deu passos curtos.

— Será que dá pra gente entrar e... — ele foi puxado pela menina.

— Você está ficando louco? Onde já se viu entrar no quarto dessa forma?

— A gente só vai perguntar quem é ele, ué!

— Mas não desse jeito. Vera e Ramón podem desconfiar e até dizer que ficamos espiando eles pela porta.

— Isso é verdade, Paulo — concordou Bento — Isso pode gerar mais uma desconfiança.

O menino se afastou, elaborando em sua mente jovem o que eles poderiam fazer para saber quem era o homem.

— Hmmmm — deu toques em seu queixo. — Ah! — ele levantou seu dedo indicador no ar — Nós vamos descobrir quem ele é, na hora que Vera e Ramón saírem do quarto!

— Ai, você enlouqueceu de vez, em Paulo.

— E se eles não saírem? — questionou Sol.

— É uma bobeira pensar nisso — o menino cruzou os braços em frente ao peito — Uma hora ou outra, eles vão deixar o tal velho sozinho.

Simplesmente, Você | Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora