CAPÍTULO 28

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                DARIO MARTINELLI   

Estou irritado de uma maneira que já puxei meus cabelos umas dez vezes, e alguns tufos de fios se foram. Não paro de pensar no que Alana disse sobre não ter boas experiências sexuais. Será que aquele crápula do Cláudio forçou Alana a fazer sexo com ele? Eu ainda vou descobrir isso. Também não engoli o medo que Alana tem do seu padrasto, como ela e a irmã ficam assustadas quando ele chega em casa bêbado. Algo acontece naquela família.

Estava observando com Caetano os caras do som montarem o palco para a música ao vivo quando alguns caras que fazem a segurança do local chamam Joaquim. Ele sai para ir até o portão de entrada. Como a festa é um pouco grande demais, costuma a ver algumas desavenças, e por isso contratamos uma equipe de segurança para a proteção dos convidados, como também a nossa. A maioria são da empresa do amigo de Ângelo, um tal de Heitor.

Estava indo para dentro para chamar Alana para nós arrumarmos para a festa. A observei por algum tempo, ela estava feliz conversando com Elena sobre Nella. Eu não quis atrapalhar, por isso me mantive longe, mas nunca sem conferir se ela estava bem ou se sentia incomodada com alguma coisa. Estava me aproximando da porta de casa quando Joaquim me chama.

— Dario, temos um problema. — Disse com a sobrancelha franzida em preocupação.

— Qual, Joaquim? — Indago.

— Carina está lá no portão fazendo um escândalo. Disse que ficará plantada lá até permitirem sua entrada. — Joaquim se aproxima de mim e confidencia.

— Você trouxe alguém, e me parece ser importante. Se Carina entrar, sabe que ela vai estragar tudo. — Joaquim conhece Carina. Uma vez, ela deu um show quando me viu aos beijos com uma mulher que me chamou a atenção.

— Não tenho nada com aquela louca. — Esclareço irritado.

— O que fará?

— Vou até lá. — Caetano percebe que estou nervoso e se aproxima.

— O que está acontecendo?

— A louca da Carina está aqui.

— Como ela descobriu sobre a festa? — Interroga Caetano com uma carranca.

— Alguém está passando informações para ela. Só não consegui descobrir quem ainda. — Comento, dirigindo-me aos portões da fazenda. Passo a mão por meus cabelos, e quando ela percebe minha presença, levanta do chão e pula em meu pescoço, pendurando seu corpo no meu, me causando desconforto.

— Olá, gatão. — Eu me afasto dela, e ela franze a boca.

— Não está feliz por me ver? — Pergunta passando as unhas por meu peito. Eu retiro a mão dela.

— Se eu não estiver enganado, não a chamei. — Falo ríspido.

— Sabe que não precisa, Dario. Eu sempre venho quando precisa de mim. — Ronrona querendo se aproximar.

— Não estou precisando de você, Carina. Sinto muito, mas não poderei deixá-la entrar na propriedade dos meus pais. — Ela se transforma de doce para desequilibrada em um segundo.

— Como assim não pode?

— Sabe como é, não coloquei seu nome na lista de convidados. Não sabia que viria. — Ela tenta controlar seu temperamento.

— Dario, somos amigos, não é? — Engolindo em seco, eu concordo com a cabeça.

— Eu estou precisando do meu amigo agora. — Fala ao se aproximar e, fungando, passa a mão por meu braço até chegar ao meu pescoço novamente. 
— Eu estou ocupado, Carina. — Sou firme com as minhas palavras.

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