CAPÍTULO 82

337 38 15
                                    


      
                       ALANA REIS

       ALGUMAS HORAS DEPOIS

Estou na boate onde todos nós viemos juntos da última vez que saímos, dias antes de nos separarmos, e estou aqui sentada sozinha, chateada, enquanto vejo meus amigos se divertirem. Meu irmão está dançando com Jessica, já que ele se recusa a tocar em Vivian, mas sinto uma tensão estranha entre os dois. Minha irmã está dançando com Kleber, e Fê arrumou um cara para dançar, mas sua expressão dizia que não ia rolar nada. Ela não me disse, mas sei que está caidinha por Caetano. Fê foi muito machucada e não confia nos homens, e sempre que pode, ela tenta limitar as interações com o sexo masculino, mas parece que Caetano conseguiu furar essa casca impenetrável.

Eu pedi a mesma bebida que Dario pediu para mim aquele dia, um mojito. Quer dizer, acredito que eu esteja no terceiro mojito, ou é o quarto? Eu já nem me lembro porque estou aqui. Vejo que Fê se aproxima da mesa onde estou.

— O cara acha que eu sou corrimão de rodoviária. Pedi para ele não me tocar, e lá vem ele pegar na minha bunda. Dei um tapa bem dado na cara dele, e dei sorte que seu irmão, o esquentadinho, me salvou do metido a machão que não queria aceitar minha rejeição. — Começo a gargalhar.

— Você não fez isso, Fê. — Acho que grito ao perguntar, e ela me encara preocupada.

— Quanto você bebeu, em? — Pergunta assustada.

— Acho que três mojitos! Ou foram quatro? — Tento puxar da minha memória. Tem apenas trinta minutos que chegamos aqui, então não devo ter bebido mais que três mojitos. Eu nem terminei o terceiro, e é refrescante, mas o gosto do álcool é bem perceptível.

— Alana, você não vai beber mais. Só esses três drinks já te deixaram meio embriagada. — Exposta Fernanda, contrariada.

— Estou muito chateada, Fê. Dario estava com uma mulher loira. Eles estavam em um restaurante, Fê, isso não é justo. Ele tinha feito uma tatuagem para mim e saiu com outra mulher? — Desabafo chateada, sugando outro gole do meu mojito refrescante e gostoso.

— Talvez seja uma reunião de negócios, Alana.

— Não acho, amiga. Ela disse “velhos amigos”. Estou furiosa com Dario. — Esbravejo quando meu celular toca, e eu demoro a pegá-lo da minha bolsa. A ligação cai, e eu o deixo em cima da mesa e pesco o canudo do meu copo para dar outro gole, quando meu celular toca novamente, e eu atendo sem ver quem é, demoro a falar, por estar meio tonta.

— Alô.

— Alana? Onde você está? Que barulho todo é esse? — Escuto poucas palavras que ele disse, e até mesmo tento levantar da cadeira, mas estava tudo girando, e eu acabo me sentando novamente e gargalhando.

— Eu acho que bebi demais. — Dou outra risadinha e aperto o celular na orelha para tentar ouvir os gritos de Dario.

— E você, senhor Martinelli, está adorando sua estadia aí em Belo Horizonte, não é?

— Não estou adorando nada, Alana. Quero saber onde você está.

— Blábláblá. — Falo e caio na risada.

— Alana, você está me assustando, porra. Você não é de beber. — Grita, parecendo desesperado, e eu rio de suas palavras.

— Sempre existe uma primeira vez, não é? Eu estou... naquela boate que você nos trouxe aquele dia. Eu bebi muitoooooo... — Explico, rindo baixinho.

— Será que se eu beijar um gatinho aqui você ficaria bravo, Dario? — Pergunto, e ouço ele xingando do outro lado e gritando com Caetano alguma coisa.

uma farsa com o milionário Onde histórias criam vida. Descubra agora