DARIO MARTINELLIALGUMAS SEMANAS DEPOIS
Voltar a ter Alana em minha vida é simplesmente como retornar para casa depois de uma temporada em um país estrangeiro. Eu mal tinha prazer em aproveitar minha casa sem ver algo de Alana espalhado por aí. Agora, ao ver um secador de cabelo em cima da ilha da cozinha, algo que antes poderia me irritar, apenas me traz uma enorme vontade de sorrir, pois estou novamente inteiro.
Sigo para o escritório, onde estava esperando receber alguns e-mails de Paolo sobre uma possível compra de terra em Albuquerque. Acho estranho como minha família é proprietária de quase metade de Albuquerque e do Vale do Café. Nunca nos gabamos, mas a maioria dos estabelecimentos e casas daqui são de nossa propriedade, assim como as terras. Alguns agropecuaristas às vezes tentam competir com nossas fazendas, mas nunca duram muito tempo. Estou tão imerso em uma análise detalhada que mal percebo a presença de Alana, que não permite que eu feche a porta da sala, e eu quase nunca sei quando ela está me observando.
— Acho que a senhorita é meio voyeur. — Ela me olha com interesse e se aproxima, e eu abro espaço para que se sente em meu colo.
— O que seria isso? — hoje minha gatinha está com os cabelos lisos, desfez todos os cachos que eu amo puxar.
— Você fica linda de todas as formas, sabia? — elogio, e ela beija meu pescoço e meus lábios.
— Gostou? — pergunta entusiasmada.
— Está maravilhosa como sempre.
— Obrigada. — diz envergonhada. E eu passo a mão por seus cabelos lisos e beijo seu pescoço.
— Me diga o que é ser aquele negócio de voyeur lá.
— É quando uma pessoa gosta de assistir outras pessoas em algum tipo de atividade... — deixo no ar, e ela me olha com uma cara de safada e morde a ponta do dedo.
— Atividades? — instiga para que eu continue.
— Sexuais. Pode ser apenas ficando nua ou praticando o ato. — ela fica envergonhada, e eu resolvo continuar.
— Lá no Club Dell’Ângelo, existe um nível em que tem a prática do voyeurismo e o de exibicionismo. O exibicionista fica em um quarto ou sala com uma enorme parede de vidro que permite que o voyeur assista sua prática sexual sem ser visto. Os voyeurs ficam em pequenas salas como caixas e podem assistir ou se foder. — explico, deslizando minhas mãos pelos seios entumecidos da minha mulher, aperto de leve, e ela solta um chiado prazeroso. Eu desço minhas mãos por suas pernas até chegar em sua calcinha, que se encontra ensopada. Eu a afasto para o lado e esfrego meus dedos por sua abertura. Eu faço Alana gozar com meus dedos e pau enquanto narro as depravações que ocorrem no Club Dell’Ângelo, aproveitando cada gota do seu prazer e do meu. Quando terminamos ofegantes e suados, Alana confessa.
— Eu nunca vou querer que outra mulher veja seu corpo nu ou seu pau. — Sua resposta é cheia de ciúmes e possessividade.
— Temos uma mulher possessiva por aqui?
— Sim, sim, você é só meu, Dario. Assim como eu só pertenço a você. E jamais quero que outra mulher veja o que me pertence. — Eu gargalho e beijo sua boca com desejo, paixão e amor.
— Faço de suas palavras as minhas, dona Alana. Nunca vou deixar que outro homem veja, toque ou deseje o que é meu, só meu. — Ela me dá o sorriso mais lindo do mundo.
— Gosto disso. — Eu sorrio de lado.
— Se uma feminista visse seu sorriso, não iria aprovar. — Ela dá de ombros.
— O que eu posso fazer quando tudo que eu mais desejo é que você tenha olhos só para mim?
— Esse foi seu desejo lá na fonte? — Pergunto, lembrando do dia em que ela jogou as moedas lá. Ela esconde seu rosto em meu peito e sorri baixinho.
— Você vai me achar uma bobona. — Eu beijo seus cabelos.
— Sabe que não vou, me diga.
— Eu pedi para que nosso namoro falso se tornasse real. Pedi que mãezinha melhorasse. Pedi para ser feliz ao seu lado para sempre. — Eu procuro por seus olhos e vejo tanto amor, o mesmo amor que sinto por ela.
— Será que a fonte realiza mesmo desejos? — Pergunto, sorrindo.
— Tenho certeza que sim. Mãezinha está ótima e até está pensando em viajar para ver paizinho. E nós dois estamos namorando de verdade, e se depender de mim, eu ficarei ao seu lado para sempre. — Ela fala algo que eu estou com desejo de dizer a ela há algum tempo. Eu retiro meu pau ainda duro de dentro dela, o acomodo em minhas calças, e arrumo sua calcinha, mesmo com minha porra escorrendo, e a levo em meus braços para o andar de cima. Ligo a água na banheira e, depois de cheia, retiro minha roupa e ela a dela, e entramos na água quentinha. Alana estava sentada entre minhas pernas. Eu beijei seus cabelos e fiz massagem em seus ombros.
— Alana, tem algo que eu preciso te perguntar, e quero que me responda com sinceridade. — Acho que assustei Alana, pois ela se virou para mim, fazendo com que as águas da banheira transbordassem.
— Será uma pergunta difícil?
— Não. Será uma pergunta sobre o nosso futuro. — Revelo, e seus olhos brilham entre dúvidas, medos e amor.
— Pergunte... — Ela pede com a voz incerta.
— Uma vez eu perguntei se você teria coragem de morar aqui na fazenda... — Ela me olha com uma expressão esperançosa, e sorrio por conseguir lê-la tão bem.
— Você respondeu sobre não querer se mudar para cá por causa do trabalho e por sua mãe... — Deixo no ar, e ela nega com a cabeça, virando suas costas e deitando sua cabeça em meu peito, e eu passo minhas mãos por seus braços.
— Hoje em dia, eu não penso tanto como antes, e olha que só se passaram meses. — Ela sorri baixinho.
— Antes, eu precisava me preocupar com a saúde da mãezinha, com alimentar a todos eles, pagar as contas. Precisava me preocupar com juntar um troquinho aqui e ali. Hoje em dia, eu não preciso me preocupar com nada. Eu tenho meu próprio dinheiro que há meses venho juntando, ainda não sei para que, mas estou pensando em pagar um curso para Vivian aprender a fazer unhas, para quando abrirmos nosso salão, ela possa trabalhar comigo no salão “Duas Irmãs”. — Ela comenta orgulhosa, e me encho de orgulho e a abraço forte.— Eu tenho tanto orgulho da mulher que você é, Alana. Você é meu raio de sol. Com você, eu nunca fico triste ou infeliz. E você não respondeu minha pergunta. — Cobro, e ela deixa um beijo em meus braços.
— Eu moraria aqui sem pensar duas vezes. — Responde convicta.
— E sua mãe e irmã? — Pergunto curioso.
— Mãezinha pensa em dar a Vivian a nossa casa, já que paizinho me presenteou com um apartamento pequeno com ponto para abrir meu salão. E acredito que mais cedo ou mais tarde, mãezinha vai morar com paizinho lá no Rio. Se não for morar, passará temporadas lá. Já Vivian, eu acredito que ficará por aqui, e sei que ela cabe em qualquer lugar. Ela tem mudado muito, apesar de não duvidar dela seguir minha mãe para o Rio. Eu percebi os olhares que ela está dirigindo a Marlon. — Lembrar do irmão dela me faz fazer uma careta. O vagabundo teve a coragem de me ameaçar dentro da minha própria casa, um metido a gângster, me encheu de raiva. Eu contei a Ângelo, que faltou pouco para ter um deslocamento no maxilar de tanto que o arrombado riu de mim e depois disse que faria minha proteção, que ninguém toca nos dele. Ângelo finge ter uma capa protetora, do qual não se importa com ninguém, mas sempre está lá quando precisamos, e o preço que ele cobra nem é tão grande, visto que minha família sempre está metida nos negócios dele.
— Mas se você fosse morar aqui, como ficaria seu salão? — Empurro mais um pouco, e ela pensa por alguns minutos.
— Um salão só funciona com uma cabeleireira, não é? — Eu confirmo com a cabeça.
— Está corretíssima.
— Então, eu posso exercer minha profissão em qualquer lugar, seja aqui ou em Albuquerque. E pelo que vi aquele dia em que visitamos a fazenda onde ficam os viveiros, o que não falta são mulheres, e eu poderia arrumar os cabelos delas. Também poderia ir alguns dias da semana ao Vale do Café, atender a domicílio. Também penso em fazer cursos de maquiagem. Já me imagino além de fazer os cabelos das mulheres, poderia fazer uma maquiagem bem bafônica para elas saírem prontas para arrasar. — Eu sorrio e a puxo para beijar seus lábios de forma doce.
— Isso quer dizer que você já pode vir morar comigo? — Pergunto, fazendo cara de cachorro que caiu da mudança, e ela gargalha alto. Depois, ela beija todo meu rosto e monta em meu colo.
— Posso... — Responde resoluta.
— Está falando sério?
— Sim.
— E o Rivera? — Faço minha última indagação para colocar meu plano em prática. Ela dá de ombros, beija meu nariz e sorri.
— Já faz alguns dias que estou pensando seriamente em deixar de trabalhar lá. Uma vez, seu irmão me disse que sempre precisamos estar buscando elevar nossos horizontes. Ele me disse que nunca deveríamos aceitar ficar na mesma função para sempre, que devemos almejar e lutar por superar nossas próprias metas. E eu mereço o melhor, Dario. Estou fazendo minha especialização, tenho um dinheiro bom para me manter, sem falar que meu pai sempre deposita um dinheiro extra em minha conta, e quando eu pedir as contas, terei alguma graninha a mais... — Ela explica e fica um tanto tristonha.— O que foi, amor? — Pergunto preocupado com sua tristeza repentina.
— Só penso que não verei mais minhas amigas. Elas sempre foram minhas rochas, sempre me ajudaram em tudo. Sempre que precisei, estavam lá por mim, sem reclamar ou pedir nada em troca. — Algumas lágrimas escapam dos olhos dela e eu os beijo.
— Não precisa ficar triste, meu amor. Não será porque você sairá do trabalho que sua amizade com elas vai terminar. Amizades são eternas, meu raio de sol. Vocês terão o final de semana inteiro, e você sabe que minha casa é sua casa, tanto aqui quanto na cobertura. Poderá chamá-las para vir aqui passar o fim de semana quando quiser, assim como sua irmã e mãe. Se caso você fizer questão, pode abrir um salão aqui em casa, pode abrir um salão no Vale do Café em alguns de nossos pontos para estabelecimentos, pode construir uma casa para sua irmã aqui. Entenda uma coisa, Alana. — Falo, e percebo que agora as lágrimas caem livremente dos olhos dela.
— Você e eu seremos para sempre, sem devoluções, separações ou qualquer outra coisa. Você será uma Martinelli, meu amor. — Ela me abraça e, aos soluços, beija minha boca.
— Eu sou uma Martinelli. — Responde sem acreditar, e eu sorrio, pois em breve vou concretizar esses nossos planos, onde ela terá uma aliança em seu dedo.
— Sim, meu raio de sol, uma Martinelli. — Solidifico, beijando minha mulher, minha vida, minha plenitude.
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uma farsa com o milionário
Romance○ Slow Burn ○ Friend To Love ○ Fake Date ○ Mocinho Protetor ○ Mocinho quebrado Dario Martinelli, aos 28 anos, é um homem de negócios bem-sucedido que acreditava ter toda sua vida planejada milimetricamente. Metódico, imaginava ter tudo sob controle...