CAPÍTULO 47

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                    ALANA REIS

Estamos terminando de organizar o salão para o jantar em que o senhor Rivera vai comemorar mais um ano do Executive Rivera Dining aqui em Albuquerque. Está sendo uma correria maluca, estamos trabalhando exaustivamente. Jonas nos disse que o dinheiro que vamos receber hoje será fora da folha de pagamento, como um agrado bem generoso, um presente. Estou feliz, pois com isso poderei guardar dinheiro para comprar um presente para mãezinha.

Quando lembro de minha mãe, entristeço. Quando cheguei em casa depois de passar dias maravilhosos nos braços de Dario, ela me tratou bem, mas não tocou no assunto do ocorrido. Foi como se não tivesse acontecido nada, como se Dario não tivesse brigado com Jorge, ou ela o defendendo como se ele valesse algo. Pior foi numa quarta-feira à noite, quando tinha acabado de chegar em casa e Jorge me imprensou na parede, me apalpando e falando que estava pegando o que era dele. Fiquei maluca, queria que ele tirasse as mãos de mim. Gritei e Vivian apareceu. Fiquei tão abalada que quando Dario me chamou para sair, neguei. Me senti suja, usada, uma traidora.

— Seu boy esteve almoçando aqui hoje em! — Sonda Jéssica, e eu sorrio, afastando da minha mente cenas indesejadas.

— Sim... Ele me convidou para irmos à fazenda ainda hoje. — Conto, e Fernanda e Jéssica batem palminha.

— E você vai?

— Claro que ela vai, né Jéssica? Ela não é nem louca de rejeitar passar um fim de semana numa mansão dos sonhos. — Responde Fê, sonhadora.

— Eu vou sim. Estou com saudades dele. E me decidi: vou contar para ele que o amo e também vou contar sobre vocês, sabem. — Elas confirmam com a cabeça.

— Você está certa, amiga. Não se deve ter segredos de quem a gente ama. Vai lá, conte tudo o que já passou, consiga dele uma rocha inabalável e se declare. Conte que o ama. — Incentiva Fernanda.

— Concordo com Fernanda, amiga. Não se deve esconder algo tão grave de alguém como Dario. Se ele descobrir, pode ficar magoado com você, pode pensar que você estava acobertando Jorge de alguma forma. — Esclarece Jéssica. E eu confirmo com a cabeça, um tanto triste e apreensiva.

— E se ele me rejeitar, meninas? E se ele não me quiser mais? — Pergunto, temerosa.

— Ele nunca faria isso, Alana. Eu acredito que ele vai te entender. Ele já desconfia de algo, ou não colocaria alguém para vigiar sua casa quando ele não pode ir. Ele só não sabe o motivo. E acredito que está na hora. — Acrescenta Fernanda.

— Vocês têm razão, meninas. Vou contar tudo. Estou cansada de esconder. Eu o amo demais, meninas, e quero que ele saiba. Não quero mais segredos entre nós dois. — Exponho meus planos às minhas amigas, que vibram comigo em felicidade.

— Ele te trata bem, não é, Alana? — Pergunta Fê, sonhadora.

— Bem é pouco, meninas. Dario é um sonho de homem. Eu sei que ele tem questões para resolver... — Toda minha coragem se esvai quando lembro das palavras de Ruth.

— O que houve? Entristeceu tão rapidamente.

— E se ele ainda amar a ex-namorada dele, Fê? E se eu estiver me precipitando em contar que o amo? — Indago. Estamos todas escondidas, os convidados estão chegando. Já trocamos de roupas para um uniforme mais apresentável, estamos usando um uniforme todo preto, tanto a calça quanto a camisa, um pouco mais justo que o outro, com o logo da empresa Rivera. Já Jéssica usa um terninho bem bacaninha. 
— Acredito que se você esconder será pior. Se ele não souber, poderá te magoar, Alana.

— A Fernanda está certa, Alana. Devemos ser sinceros quanto aos nossos sentimentos. Guardá-los e escondê-los não nos leva a lugar algum. Se você contar, poderá saber se ele sente algo parecido pelas reações dele, e assim saberá se deverá continuar com a mesma intensidade ou não. Isso servirá como um termômetro. — Eu sorrio da comparação dela.

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