CAPÍTULO 64

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                 DÁRIO MARTINELLI

               ALGUNS DIAS DEPOIS 

 
Os dias com Alana na fazenda têm sido maravilhosos. Amanhã a família dela deve chegar, e eu pedi à minha mãe para deixar Conceição aqui para me ajudar. Ela concordou, mas pediu para conhecer a mansão, então hoje eles farão uma visita, a primeira, e estou ansioso. Sei que posso ter sido injusto em não ter apresentado minha casa à minha família, mas não estava preparado. No entanto, agora me sinto pronto para permitir que todos vejam minha casa. Eu e Alana desfrutamos de cada cantinho dela, e parece que ela já faz parte de cada pedaço. Alana é um pouco desorganizada. Ela começou a fazer algumas pesquisas sobre os cursos que fará daqui a alguns dias e costuma espalhar uma caneta aqui, um lápis ali, cadernos perdidos, sandálias, brincos. Em cada cômodo tem um pouquinho dela, e a cada dia mais me vejo rendido por ela. Cada dia mais as dúvidas se vão e ficam as certezas. A certeza dos meus sentimentos por ela, a certeza de querê-la em minha vida sem prazos definidos, a certeza de que o que temos é especial e único. A certeza de que a amo...

— Senhor Dario.

— Sim, Ruth? — A porta do meu escritório estava aberta. Meu raio de sol não gosta de me ver preso em uma sala sozinho, não sei por quê, mas não discuto. Ruth entra em minha sala e fecha a porta atrás dela, seguindo para perto da minha mesa, nervosa.

— Carina ligou para o telefone fixo, e quase que Alana atendeu. Fui um pouco mais esperta e atendi; quando vi que era ela, desconversei e desliguei.

— Eu havia bloqueado todos os números dela. — Digo irritado. Ruth sai da sala e me deixa sozinho, e tento não ficar furioso. Tenho ignorado as chamadas de Carina. Estou com minha mulher, não quero ter que ficar atendendo Carina o tempo todo apenas para ouvir suas loucuras e ameaças. Isso me deixa mal, e tudo que não preciso é ficar chateado ou irritado com Alana por perto. Olho para o teto, passo minhas mãos pelo rosto, me recosto em minha cadeira e giro para olhar a janela e assistir meus funcionários tirando um dos meus tratores do armazém. Ouço a porta sendo aberta e o som dos passos de Alana. O sorriso brinca em meus lábios antes mesmo dela aparecer e se senta em meu colo.

— Já terminou de trabalhar, amor? — Pergunta, encostando sua cabeça em meu queixo.

— Não, por quê?

— Estou entediada.

— Quer transar? — Pergunto para irritá-la, e ela me olha tão surpresa e enfurecida que levanta do meu colo chateada.

— Você só quer sexo comigo, Dario? Se for só isso, eu vou embora. — Vendo que a irritei demais, me levanto e a pego em meus braços, passando pela sala.

— Ruth.

— Me coloca no chão, seu canalha sem vergonha. — Grita Alana, batendo em meu peito, e quando seu tapa ia acertar em meu rosto, ela recolhe a mão e fica quieta, fungando.

— Sim, Dario.

— Se meus pais chegarem, me chame, está bem?

— Certo, eu chamo. Sim.

— Obrigado, Ruth. — Subo com Alana nos meus braços, com o rosto raivoso. Assim que chegamos no quarto, a jogo na cama, e ela se levanta.

— Não vou fazer sexo com você, Dario! Estou de greve! — Gargalho, e ela revira os olhos. Para acalmar a fera, vou até ela com cuidado.

— Não me bata, leãozinho, eu quero paz. — O olhar que ela me lança me faz correr, e ela corre atrás de mim pelo quarto afora.

— Dario, eu vou embora. Você só está me irritando hoje. — Fala chateada e fazendo birra. Paro de brincadeira, pego ela nos meus braços e a levo para a espreguiçadeira do terraço. Sentamos lá juntos, e ela custa a normalizar a respiração.

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