CAPÍTULO 52

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                      ALANA REIS

    

                NO DIA SEGUINTE

Acordar sentindo braços fortes ao redor do meu corpo é a melhor sensação de segurança que eu poderia querer ter. Ainda mais se esses braços fortes estiverem acompanhados de um perfume maravilhoso e do homem que eu amo. Eu tento me virar para olhar o rosto de Dario sem acordá-lo e consigo. Ele dorme sereno, numa tranquilidade que faz meu coração se agitar em felicidade e amor.

Ontem, meu dia foi tão intenso que dormi por horas e nem senti fome. Dizer que amava Dario depois de toda minha entrega de corpo e alma, tanto na cama quanto no banheiro, me abalou. Ele só respondeu que gostava de mim e que se eu quisesse ir embora, poderia ir que teria sua proteção. Foi como um tapa na cara e um gatilho. Um do qual eu não suportei e despejei nele toda a dor que carrego comigo há tanto tempo. Ao pensar que o monstro está do lado de fora quando durmo com ele em nossa casa, eu nunca tive proteção. Pois quando Dario virava as costas, novamente estava à mercê de um monstro.

Mas eu tive um alívio ao ter Dario ao meu lado, um porto seguro, um escape, alguém a quem me apoiar, um ombro para chorar, um amor para amar. Um sopro de ar fresco em um inferno que era minha vida. E saber que agora terei alguém de verdade para me proteger do monstro que habita na casa da minha mãe me traz certa paz. Eu sei que estarei segura com Dario, mesmo que ele não me ame como eu o amo. Apesar dele me chamar de “meu amor” algumas vezes ontem, e o carinho e compreensão dele comigo, eu darei a ele tempo para resolver o que precisar, apesar da dúvida me matar.

— Que carinha pensativa é essa, Alana? — perguntou Dario, sonolento. Eu sorrio para ele.

— Como está se sentindo? Seu rosto está doendo muito? — pergunto ao passar meus dedos pelos hematomas devagarzinho, deixando alguns beijinhos. Ele fecha os olhos e eu continuo passando os dedos e lábios.

— Só um pouquinho dolorido. — reclama, e eu bato em seu peito.

— Precisa parar de brigar assim, Dario, e de quebrar as coisas também. Você já é um homem bem crescidinho. — dou uma bronca nele, e ele fica com o cenho franzido. Para descontrair, digo outra coisa.

— Acho que você está querendo competir com as travessuras de Nella. — com isso, ele abre um sorriso lindo no rosto machucado. Então, nos lembramos das travessuras da pequena princesa que alegrou nosso dia ontem.

— Nella nos deu um cansaço ontem, né? — ele acaba gargalhando baixinho.

— Ela tem a energia de um foguete. — comenta, sorrindo.

— Já pensou em ter filhos, Dario?

— Já. Eu acredito que por ter dois irmãos e também um primo, sempre desejei ter uma irmã, para dosar aquele tanto de briga e confusão entre irmãos, mas não tivemos sorte. — ele gargalha.

— Depois, quando fiquei mais velho, sonhei em ter uma filha, uma menina, mas depois o sonho se foi. — comenta, parecendo entristecer ao lembrar de algo. Seu olhar fica vazio, e depois ele franze o cenho, como se só agora percebesse o que tinha dito.

— E você? — perguntou, me encarando, e eu sorrio para ele, passando a mão por seu rosto.

— Sim. Sim, eu quero ter filhos, uns quatro. — ele me olha assustado.

— Quatro? — sua pergunta sai um pouco alta, e eu sorrio.

— Sim. Quatro.

— A fazenda Pouso Alto ficaria pequena para tanta criançada. — eu o encaro intensamente, com meu coração tamborilando sem parar no peito, uma sensação gostosa ao ouvi-lo afirmar que ele poderia ser o pai dos meus filhos.

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