Capítulo 145 - Contrações de Braxton-Hicks

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Segunda-feira, 15 de Abril, 2024

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Segunda-feira, 15 de Abril, 2024

Alguma coisa estava errada e eu sentia isso.

Fazia meses que eu não menstruava, e por conta disso, eu não lembrava como era a dor de uma cólica. Nunca fui de ter cólicas ou coisas do tipo igual a Manu que sofria bastante com isso, mas desde ontem, estou sentindo umas pontadas na barriga.

Almoçamos na casa da Maya como todo domingo. Ela e Pedri chegaram de madrugada de Cádiz do último jogo que teve no sábado, com o time ganhando de 1x0 com um gol do João Félix. Eu dormi por lá mesmo e só me dei conta que ele havia chegado quando o senti ao meu lado na cama, e desde então, as pontadas começaram.

Consegui disfarçar o domingo inteiro. Mesmo sendo incômodo, não era a pior coisa do mundo, era apenas uma dorzinha chata. Pedri tinha levado as crianças para o treino e a Maya tinha ido junto para fazer seus atendimentos. Eu tinha dito que ajudaria o Brad com o almoço, mas acabei inventando que estava muito cansada e obviamente, só faltou ele me amarrar no sofá para que eu descansasse.

Ninguém percebeu que eu estava com aquilo, mas, os irmãos Gavira sim. Gavi foi o primeiro a perceber — odiava o quão observador ele era, de fato, igual a Maya. Ele ficou me observando por um tempo enquanto eu estava deitada no sofá tentando achar uma posição boa, e sendo o boca aberta que é, contou para a Aurora.

Os dois ficaram no meu pé o domingo inteiro. Pareciam dois cachorros famintos e eu era a presa. Até o Pedri acabou percebendo e me perguntando o que tinha acontecido... Tive que dizer que nada, porque pra mim, realmente não era nada. Não era uma dor insuportável, era coisa boba, então, não tinha com o que nos preocuparmos.

Fomos deitar e o incômodo passou. Dei graças a Deus, porque se ele continuasse eu ia começar a me desesperar um pouco. Acordei cedo com o Pedri indo para o CT. Ele iria acompanhar o Xavi na coletiva de imprensa para o jogo de amanhã contra o PSG e tinha que estar lá mais cedo que o normal.

Foi apenas colocar o pé no chão que eu senti o incômodo novamente. Respirei fundo, colocando o meu melhor sorriso no rosto assim que o Pedri saiu do banheiro.

— Tudo bem? — Ele me olhou preocupado.

— Sim, só está mais baixa que o normal. — Passei a mão pela minha barriga, sorrindo. — Mas está tudo bem, não se preocupe.

Pedri arrumou o cabelo, se aproximando de mim e me puxando pela mão. Ele sentou na cama e me puxou pelo quadril até que eu estivesse em sua frente e com o rosto na minha barriga.

— Tá apertado aí, meus amores? Papai sabe... Vocês já querem sair? Segurem um pouquinho, papai tem um jogo importante amanhã pra ganhar por vocês. — Sussurrou, dando diversos beijinhos. — Depois de amanhã, podem vir a hora que quiserem. Mamãe e papai estão ansiosos para conhecer vocês.

Sorri enquanto o ouvia falar com os nossos bebês, passando a mão pelo seu cabelo. Desde que Pedri descobriu que os bebês criavam memórias com as vozes mesmo dentro da barriga, ele não parou de falar nunca mais. Tinha vezes que eu estava morrendo de sono, e mesmo assim, ele continuava a falar e falar como tinha sido o dia dele. Percebi que a minha barriga tinha virado um diário para ele.

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