Porque você não me contou?

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Pov' Brunna

Minha manhã de domingo passou de forma tão arrastada. Justamente hoje, parece que todas as pessoas do Rio de Janeiro estavam bem - e eu deveria estar feliz por isso - Mas por esse fato, fiquei a manhã toda apenas andando pelos corredores de hospital, e as vezes verificando os casos dos pacientes que estavam internados.

Pensei em ir em casa, mas no fim das contas, decidi ficar por aqui e dividi as minhas duas horas de almoço com os meus colegas. Tinha tudo para ser horrível, mas conversamos sobre diversos assuntos, tanto do hospital, tanto da nossa vida pessoal. E nessas breves horas, consegui me distrair e pensa em outra coisa que não fosse a Ludmilla.

Se eu não me engano, ela está a caminho de casa. Não sei disso porque ela me contou, muito ao contrário - porque até hoje ela não conversou comigo - sei disso porque Marcos postou um storie a caminho do aeroporto é um dos fã clubes dela da cidade em que ela estava, a agradeceu pelo show incrível que ela fez.

Terminei de levar a última garfada até a boca e me levantei para lavar o meu prato e os talheres que usei. Depois de fazer isso, dei um gole no suco de laranja e joguei o copo descartável no lixo. Me despedi do pessoal com um "até mais" e sai do refeitório, indo de volta para a minha sala que estava vazia. Tão vazia que eu poderia tirar um cochilo.

Me sentei na cadeira giratória e abri os dois primeiros botões do meu jaleco. Olhei de um lado para o outro e soltei um suspiro pesado. Esse consultório não tem nada a ver comigo e a conversa que tive com o meu pai está o mais perto de se realizar. Devem fazer quase três dias que estou a procura de um bairro bom, para montar o meu próprio consultório. Porém a dúvida sempre me cerca... Será que estou fazendo um bom negócio?

Fui tirada dos meus pensamentos com uma ligação e encarei o visor do meu celular, li o nome do meu amigo Mário Jorge e revirei os olhos, temendo a sua ligação, pois nunca se sabe se é uma fofoca, uma notícia triste ou apenas ele querendo matar sua carência por falta da presença do Ygor, o seu namorado.

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- Fala, Mário. - falei assim que atendi.

- Nossa, fofa. É assim que você atende o seu melhor amigo? - perguntou fingido.

- Então... É que esse meu melhor amigo é um atoa e não entende que sua melhor amiga está trabalhando. - falei enquanto batia levemente a caneta sobre a mesa.

- Ah, por favor, hoje é domingo. Você nem deveria estar trabalhando. - abusou.

- Claro, até porque, imagine se os médicos se dessem folga aos domingos. - falei irônica.

- Boba. - resmungou - Eu liguei pra saber como você está. Se já conversou com a Lud, sobre o que aconteceu.

- Eu estou bem, Mário. Porém ainda não tive tempo de conversar com ela, as mensagens que eu enviei não foram respondidas e eu não quis ficar insistindo assim, talvez ela precise do tempo dela. - suspirei - Mas assim que acabar o meu plantão, estou pretendendo ir na casa dela, pelo menos pra saber como ela está.

- Você fez algo para que ela pudesse ficar com raiva? - questionou e eu estranhei a sua pergunta.

- Não. Eu quem deveria estar com raiva, porque ela não me avisou que a Rebeca iria estar lá. - falei óbvia - Qual o porque da pergunta?

- Ah, Bru, a Lud sempre foi uma pessoa muito transparente. Eu achei estranho ela não querer conversar com você. - deu de ombros.

- Eu também achei, amigo. - suspirei - Mas sabe, eu não quis ultrapassar os limites com ela, então deixei pra resolver isso pessoalmente. - expliquei.

Maliciosa (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora