Será que vou morrer?

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Pov' Ludmilla

Era só uma brincadeirinha. Até eu escutar um estalo, seguido de uma dor profunda. Eu estava brincando com o Yuri no quintal da nossa casa, até ele se empolgar com a brincadeira e tentar roubar a bola de mim a força, a chuteira que ele estava usando tinha travas de aço, e como eu estava descalço, meu dedo foi vítima do seu golpe.

Eu nunca fui muito forte para dores. A primeira coisa que fiz foi pegar meu celular para ligar pro meu amor me socorrer, porém ela não me deu muita atenção. Disse que estava trabalhando e tenho certeza que achou que era mais uma das minhas mentiras pra ela vir dormir comigo. Por isso nunca se deve falar mentira, uma hora é verdade e ninguém acredita.

Marcos me trouxe até o hospital, onde eu estou até agora. O médico já fez um raio x, mas disse que não deu pra ver o problema principal, então fiz um outro exame. Agora estou esperando sair o resultado. Estão me levando pro quarto, onde de longe já consigo ver minha mãe, a Luane, o Marcos e a Bru um pouco mais afastada. A enfermeira me passou algumas instruções e disse que vai voltar em alguns minutos pra me colocar no soro e dar medicação.

- Agora você aprende. - minha mãe começou a dizer, assim que a mulher saiu do quarto - Ludmilla, você não tem mais cinco anos de idade não. Será que vou ter que contratar uma babá pra ficar de olho em você vinte e quatro horas por dia?

- Eu só tava brincando. - argumentei - Isso poderia ter acontecido com qualquer pessoa mãe. E eu sei que não sou mais uma criança.

- Deveria ter cortado a língua. - Luane falou debochando e eu lhe mostrei o dedo do meio - Tá vendo como é ingrata?! Eu estava toda preocupada e agora você faz isso.

- Bru, faz alguma coisa! - pedi pra minha namorada, que ainda estava afastada, encostada na parede com o celular na mão.

- Concordo com a sua mãe. - disse simples.

- O que o médico disse? - Marcos mudou de assunto e eu o olhei, tentando lembrar o que o homem tinha dito, pois sou péssima de memória.

- Pelo que eu entendi ele tem que olhar o exame primeiro. - falei - Mas me passou alguns medicamentos, pra caso tenha alguma infecção.

- Quase mata a gente do coração. - minha mãe abaixou a guarda e se aproximou, deixando um beijo na minha testa - Se Deus quiser vai precisar só tomar um remédio e ir embora.

Concordei com a cabeça e me ajeitei naquela cama desconfortável. O ar condicionado está ligado mas ainda assim sinto calor. Cada um sentou em uma cadeira, menos a Bru que eu achei muito estranha. Não disse nada além do que eu a perguntei... Talvez está brava com as minhas ligações, ou preocupada com meu machucado. Será que vou morrer?

- Com licença, Ludmilla Oliveira. - uma enfermeira diferente da que estava antes deu duas batidas na porta. Em suas mãos tinham uma bandeja com várias coisas diferentes - Eu vim aplicar o medicamento que o doutor passou.

- Fica a vontade. - falei simples.

- Os seus exames já ficaram prontos e estão nas mãos do Doutor. - avisou assim que chegou perto - Esses medicamentos são apenas para tirar a dor momentânea e combater alguma infecção caso tenha.

- Certo. - falei simples, pois ela poderia aplicar qualquer coisa, que eu não entendo nada disso.

- Esse soro é só pra fortalecer o medicamento, ok? - concordei com a cabeça - Tem preferência de braço?

- Não sei. - encarei a Brunna, que olhava fixamente para a bandeja. Como ela não me deu nenhum sinal, respondi por conta própria - Pode ser no esquerdo.

- Muito bem. Será só uma picada. - avisou e eu fechei os olhos, já sentindo a dor que estava por vir. Ela aplicou uma vez e tirou, duas vezes e tirou, na terceira sentir meu braço arder - Você tem a veia difícil. - ela disse novamente tirando a agulha do meu braço.

Maliciosa (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora