Te amar me machuca

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Pov' Brunna

Quem teve a ideia de chamar a Ludmilla pra tentar me acalmar, falhou grandemente. Ao sentir o cheiro da cantora e os seus toques delicado, meu coração se apertou e o choro se tornou ainda mais forte. Eu tentei sair do seu toque, tentei resistir, mas considerando a sua força, ela consegue me dominar bem melhor do que eu consigo me defender. Eu sentia a presença, não só dela, mas de outras pessoas por ali e isso me deixava ainda mais agoniada.

- Porque você é assim comigo?

Perguntei, mas eu não obtive a sua resposta. Talvez ela não quisesse me deixar ainda mais nervosa, porém eu precisava da sua resposta. Eu gostaria de escutar ela me falar, olhando em meus olhos, o motivo de ela ser assim comigo. Qual é o problema que tem em mim, que impede dela ser, ou ao menos tentar ser, uma pessoa melhor.

- Eu te amava tanto. Você só me machuca. É assim desde que a gente se conhece. - falei, para completar o que havia dito anteriormente.

- Bru, não fala assim. - pediu - Você sabe que eu te amo muito. Erro com você, mas isso não anula o meu amor.

- Qual vai ser o próximo erro? - perguntei e consegui forças para me afastar com pouco dela, não sendo mais sufocada pelo seu perfume importado - Vai chegar me dizendo que estava com outra enquanto me jurava esse amor?

- Eu não queria ser assim pra você. - me falou sincera - Não queria te causar esses sentimentos ruins. - completou - Eu não queria que você estivesse assim por mim.

- O seu amor me machuca, te amar me machuca, Ludmilla. - confessei sentindo o meu coração ficar um pouco melhor depois de a dizer isso.

- Eu queria poder fazer você me esquecer. Queria que você fosse feliz com alguém que não te machuque. - falou me olhando - Mas eu não conseguiria ver outra pessoa sendo pra você, algo que eu nunca pude ser.

- Eu sou uma idiota, Ludmilla. - falei - Eu não conseguiria ter outra pessoa. Eu te amo. Eu não queria, mas eu te amo. Você não merecia o meu amor. - consegui a olhar - Onde você estava, quando todos falavam mal de mim? Você não me defendeu. Isso era o mínimo.

- Era, Bru. Era o mínimo e nem isso eu fiz. - se afastou para poder me olhar - Ainda assim você consegue olhar pra mim e dizer que me ama? - perguntou.

- Eu sou uma idiota. - voltei a falar - Você não merece quem eu sou. Você não merece nada que vem de mim, e ainda assim eu te dou tudo. - senti as lágrimas desceram mais devagar - Você não quer ser alguém legal pra mim.

- Eu sou o problema. - assumiu o erro - Não me sinto orgulhosa disso, muito pelo contrário, eu venho me cobrado todos os dias por isso. Eu não queria que a gente estivesse assim.

Um silêncio preencheu essa apartamento. A única coisa que ainda podia ser ouvido era o meu choro, um pouco mais calmo que antes. Eu tentei me controlar, mas eu ainda estava nervosa, acabei novamente me rendendo aos braços da Ludmilla, que me abraçou com cuidado. Apesar de tudo, eu ainda me sinto segura nos seus braços, mas isso não anula nada que estou sentindo

Pov' Ludmilla

Nada que eu já passei referente a Brunna, se compara com a dor de escutar ela me dizer tudo isso. Tentei não demonstrar que isso havia me abalado e fiz um carinho no seu rosto, ainda gelado e úmido pelas lágrimas recém deixadas de cair. Seu olhar está fundo e perdeu o brilho. É notório que eu não a faço sentir o mesmo sentimento de antes. E isso também me doeu, como um soco na boca do estômago.

Ficamos por ali, acho que horas, seus pais e minha mãe conversavam afastados. Brunno e Mário Jorge me olhavam, como se fossem me assassinar a qualquer momento e isso me causa um certo medo. Quando percebi que a médica estava bem o suficiente para que eu me levantasse, assim eu fiz, para que seu melhor amigo a abraçasse apertado.

Maliciosa (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora