Desculpas

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Pov' Brunna

Parece que eu acabei de sair de um conto de fadas. São quase nove horas da noite e nós finalmente decidimos voltar pra casa. Lud pagou a conta do hotel e me fez prometer que iria voltar devagar, coisa que realmente não aconteceu, a pista estava vazia e eu aproveitei para testar a velocidade máxima da minha moto. Cheguei em casa quase onze horas da noite e no elevador tive que inventar uma desculpa para o motivo do meu sumiço.

- Eu já estava ficando preocupada, Brunna. Desde quando você saí assim sem avisar, e deixa o celular em casa? - escutei a minha mãe questionar preocupada e um tanto quanto brava.

- Eu tive uma emergência no hospital. - menti deixando o capacete ao lado da porta - Não tive tempo de avisar.

- Emergência no hospital, Brunna? - perguntou retórica - O Lorenzo não estava sabendo de nenhuma emergência no hospital.

- E desde quando eu devo satisfação pro Lorenzo, mãe? - perguntei e ela respirou fundo, tentando controlar sua raiva.

- Míriam, por favor, Brunna já tem idade o suficiente pra saber onde está indo. - meu pai disse e eu sorri em agradecimento - Mas da próxima vez, avisa. Você não é de fazer essas coisas.

- Realmente não tive tempo, pai. - beijei a sua testa - Vou subir pra tomar um banho. Estou cansada.

O mais velho concordou com a cabeça e eu subi as escadas em direção ao meu quarto. Escutei os dois ainda reclamarem um pouco, mas não me importei. Adentrei o meu quarto e agradeci por Mário Jorge não estar por ali e eu ter que novamente menti sobre onde eu estava. Tomei um banho rápido e me joguei sobre a cama pegando o meu celular pela segunda vez no dia, vendo duas mensagens da Ludmilla.

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Lud: chegou viva?
Lud: vou ter que voltar lá no hotel, esqueci a minha carteira lá...

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Gargalhei ao imaginar o quão brava ela ficou por isso ter acontecido e logo digitei a sua resposta. Que por sinal não chegou até ela, provavelmente já está a caminho do hotel.

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Bru: tô vivinha, e ainda testei a máxima da moto!
Bru: não quer companhia pra ir lá de novo?

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Eu ainda tinha um sorriso no rosto, ao me lembrar do nosso dia. Mas tive que esconder rapidamente, pois a porta do quarto foi aberta, aparecendo um Mário Jorge curioso e um Brunno entediado, provavelmente foi insuportável passar o dia ao lado do fotógrafo. Gargalhei ao imaginar isso.

- Está muito feliz, né? - Mário perguntou.

- Ih, qual foi? - me ajeitei na cama - Quando eu tô triste, vocês fazem de tudo pra me animar, aí eu tô animada e vocês ficam assim... Doidos.

- Onde você estava? - questionou se deitando ao meu lado - Nem avisou pra onde tava indo.

- Eu estava resolvendo as minhas coisas, Mário. Deixa de ser chato, pelo menos um dia. - pedi revirando os olhos e foi a vez do meu irmão gargalhar.

- Você é uma ingrata. - resmungou ao não ter a resposta que queria - Na verdade, vocês dois são! Aprenderam isso na barriga da Miriam.

- E você é um insuportável. - arremessei um travesseiro na sua cara - Vai procurar o que fazer... Procura um namorado, assim você me deixa em paz.

Ele resmungou por mais longos minutos e finalmente foi pro seu quarto. Brunno ainda ficou mais um tempo, me contou como foi o dia deles e por fim pediu a moto emprestada pra dar uma volta pela cidade. Assim que ele saiu do quarto, o meu celular vibrou, avisando que Ludmilla havia me respondido e engatamos uma conversa.

Maliciosa (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora