Mirante da Rocinha

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Pov' Ludmilla

Minha missão era ir embora para casa, era a minha intenção. Mas quando percebi, eu já estava com minha bmw roxa estacionada de frente a um dos mais bonitos prédios de São Conrado. Várias coisas estão em jogo. Corro risco de ser flagrada enfrente ao prédio da minha ex namorada, corre o risco dela não estar em casa e o pior de todos, ela estar em casa e me bater por ter vindo até aqui. Até porque eu não tenho motivo algum para estar aqui, mas meu subconsciente insiste em me sabotar.

Desci do carro e me encostei na porta. Tirei meu celular no bolso, para lhe enviar uma mensagem, mas não foi necessário, já que a mesma fragrância da semana passada entrou em minhas narinas e eu levanrei a minha cabeça, vendo a médica sair do prédio, com o celular na mão, gravando um áudio. Ela está usando uma legging e uma blusa da farm. Pensei que ela fosse me ver parada ali mas ela seguiu reto, me fazendo ter a iniciativa de tocar seu pulso, fazendo ela parar de andar e me olhar com um semblante bravo.

- Está ficando louca? - ela afastou o nosso contato físico, ficando apenas me olhando, sem entender a minha presença - O que faz aqui?

- Vim saber se você realmente estava brava ou aquilo tudo era só estresse pós plantão. - falei a olhando - E qual é esse de você nunca me cumprimentar?!

- Bom dia, Ludmilla. - falou séria - Será que agora você pode ir embora?! Você não acha que já me estressou o suficiente?

- Não. - dei de ombros - E você ainda não me respondeu, se realmente estava brava ou era só cansaço mesmo. Até porquê eu não fiz nada de extraordinário pra você ter me ligado daquele jeito.

- Ludmilla, você sabe bem como a Miriam é. E ainda fica dando motivos pra ela falar as coisas. - resmungou - E eu não quero que você fique vindo até a minha casa.

- Qual o problema de eu vim até aqui? - a olhei confusa - Eu sempre fiz isso antes.

- Antes. - frisou a palavra - E eu não quero que daqui uns dias meu nome esteja estampado em vários sites de fofoca, porquê você estava aqui.

- Tudo bem, Brunna. Eu não vou mais vir até a sua casa, se isso te incomoda tanto. - me afastei do carro, para entrar - Você também falou sério quando disse que não irá mais no meu show?

- Não sei. - respondeu ainda me olhando - Eu vou decidir durante a tarde. Se eu resolver ir, apareço lá.

- Se você não for, ficarei decepcionada. - falei sincera - Eu estava animada na expectativa que você fosse ir me ver cantar. - confessei.

- Eu também estava animada até você vir aqui e fazer meus pais acreditarem que a gente namora. - franziu as sobrancelhas e eu não contive uma gargalhada - Ludmilla, você está muito cheia de graça, não está achando?

- Sério, seus pacientes devem sofrer com você, puta que pariu. - revirei os olhos e abri a porta do carro - Onde você está indo?

- E agora isso te interessa? - me olhou com as sobrancelhas franzidas.

- Realmente não, porém eu preciso de uma companhia pro meu café da manhã. E como você está aqui, na minha frente, a escolhi pra essa função. - dei de ombros.

- Estou aqui na sua frente, mas deveria estar lá na academia, se você não tivesse me roubado trinta minutos. - olhou as horas no seu celular.

- Depois eu te deixo na sua academia. Vamos tomar café antes... O que é um peido pra quem já está na merda?! - abri a porta do carro.

- Seus fãs sabe essas merdas que você fala? - concordei com a cabeça - E ainda assim eles te amam?

- Claro, eles não são chatos como você. - sorri sarcástica - Entra logo, vai. Estou cheia de fome.

Maliciosa (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora