Proteção

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⚠️ esse capítulo pode conter gatilhos para as pessoas que possuem ansiedade. Caso não se sinta confortável para ler, pule o capítulo.

Pov' Brunna

Passamos o final do dia pela rua. Mário quis ir ver uma exposição de arte, eu quis tomar sorvete e assim chegou o início da noite. Eu ainda não queria voltar pra casa, todas essas coisas para fazer tinham conseguido me afastar minimamente dos meus problemas, mas o movimento começou a desaparecer e as ruas do Rio de Janeiro se tornaram um tanto quanto perigosas. Não queríamos sofrer nenhum assalto a mão armada, então voltamos para o prédio, caminhando devagar.

Eu estava procurando as chaves para liberar o portão, já que essa hora o porteiro já está descansando, enquanto Mário respondia uma mensagem no seu celular. Escutei uma voz conhecida me chamar, me virei para encarar o Marcos, que estava com o rosto com marcas recentes de choro. Será que aconteceu algo com a Ludmilla? Antes de eu perguntar, Mário segurou minha mão, na intenção de me levar para dentro do prédio, sem ao menos conversar com o meu ex cunhado.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntei me desvencilhando do meu melhor amigo. Ele soltou um suspiro pesado e se encostou um pouco atrás de mim, esperando a conversa acabar.

- Eu queria falar com você. - Marcos disse simples - Eu sei que você deve estar com raiva de mim, e com razão, mas eu preciso falar com você.

- Brunna... - Mário me chamou, tentando pela segunda vez me tirar dali, mas eu queria saber o que Marcos tinha a dizer. Será que tinha acontecido algo com a Ludmilla?

- A Ludmilla está bem? - foi a primeira coisa que saiu da minha boca. Falhei, pela primeira vez depois de tudo, demonstrando que eu ainda me preocupava com ela.

- Não é nada com ela. - disse calmo - Ela não está muito bem, sente a sua falta. - contou - Mas eu não vim aqui para isso. Esse é um problema a ser resolvido entre vocês duas.

- O que você quer? - perguntei o olhando.

- Eu quero pedir desculpas. - senti sua voz falhar - Já fazem dias que estou mal com tudo isso que aconteceu entre vocês duas. Eu errei muito em ter falado coisas que não deveriam e ter, mesmo que não querendo, te tratado mal. Eu destruí o relacionamento de vocês e vou ser eternamente culpado por isso.

- Eu sei que a conversa é entre vocês dois, mas esse assunto já morreu, Marcos. Eu teria vergonha de vir aqui dizer isso pra ela, depois de tudo. - Mário se meteu na conversa, dando um passo a frente - Você tem mesmo que se sentir culpado. Isso é o mínimo, depois do que você fez.

- Eu não namorava com ele, Mário. - falei depois de tirar forças de onde eu pensei que não tivesse - Não foi ele o maior culpado disso, ok? - falei e encarei o Marcos - Está tudo bem.

- Não está nada bem, Brunna. - Mário aumentou o tom de voz, e pude ver o sensor de segurança do prédio ficar em alerta. Provavelmente nessa momento, meus pais e o Brunno estão vendo essa cena pela câmera de segurança - Você é um ridículo, e vai pagar por tudo que fez. A Brunna pode ser boba de aceitar os seus pedidos de desculpas, mas enquanto eu estiver vivo, vou todos os dias lembra-la do que você fez.

- Eu já estou mal o suficiente. - Marcos disse o olhando - Se eu estou aqui, é porque no fundo, ainda tenho um pouco de caráter. Estou assumindo os meus erros e tentando me redimir, com quem eu magoei, no caso a Brunna.

- E no que isso vai adiantar? - meu melhor amigo o perguntou, dando mais um passo a frente - Você tem que ser torturado psicologicamente pra sentir na pele, o que você fez na vida dela.

- Para com isso, gente. - pedi sentindo uma enorme vontade de chorar - Está tudo bem. Eu mesma já disse isso. Já passou. O passado não volta mais.

- Me desculpa. - pediu novamente - Eu já conversei com a Ludmilla e ela...

Maliciosa (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora