Capítulo 153 - Mãe De Primeira Viagem

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Quarta-feira, 24 de Abril, 2024

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Quarta-feira, 24 de Abril, 2024

Quando eu lia e via relatos de pós-parto e de puerpérios, sempre pensava comigo mesma: "ah, não deve ser tão difícil assim!". Hoje, eu posso dizer com toda certeza do mundo... É mil vezes pior do que eu imaginei.

A carga emocional que vem junto... Eu não estava preparada para isso.

Tornar-se mãe pela primeira vez é um turbilhão de emoções, mas nada poderia me preparar para a aventura de ter gêmeos. No dia em que descobri que estava carregando duas vidas, uma mistura de empolgação e puro terror tomou conta de mim. Gêmeos. Dois bebês. Ao mesmo tempo. Foi emocionante e avassalador em igual medida.

Pensei que eu conseguiria dar conta igual a Maya deu. Lembro de acompanha-la todos os dias e ficar surpresa com o quão fácil ela demonstrava ser. Não era um pesadelo ou uma missão impossível para ela... Ela tinha facilidade, ela criou seus irmãos gêmeos, ela foi mãe antes mesmo de gerar os próprios filhos dela... Maya nasceu mãe, e eu acho que o meu pior erro, foi pensar que eu seria igual ela, que conseguiria dar conta da mesma forma que ela deu...

Eu estava errada.

Desde o momento em que nasceram, a minha vida se transformou em um borrão de noites sem dormir, trocas de fraldas intermináveis e um coro constante de choro. Era como viver em um estado contínuo de caos. Todos os livros que li sobre recém-nascidos pareciam ridiculamente ineficientes; eles não me prepararam para a realidade de lidar com dois bebês simultaneamente. Eu alimentava um bebê enquanto o outro chorava, depois trocava, apenas para descobrir que o primeiro estava chorando novamente. Era um ciclo interminável que me deixava exausta além das palavras.

Uma das partes mais difíceis foi a constante dúvida sobre mim mesma. Será que eu estava alimentando-os o suficiente? Estava trocando as fraldas com frequência suficiente? Estava dando atenção suficiente a cada um deles individualmente? A pressão para ser a mãe perfeita era imensa, e com gêmeos, a responsabilidade parecia ainda maior. Havia momentos em que ambos choravam inconsolavelmente e eu me sentia completamente impotente, questionando cada decisão que tomava. Eu seria uma boa mãe, afinal?

A privação de sono tornou-se parte da minha rotina, assim como na do Pedri também. As noites se confundiam com os dias e, às vezes, eu não sabia quando um terminava e o outro começava. Toda madrugada estou andando de um lado para o outro às 3 da manhã, segurando um bebê nos braços enquanto a Maya tentava acalmar o outro no berço sussurrando palavras, as quais, de tão cansada que eu estava, não conseguia seque compreender. Pedri revezava comigo, mas era impossível você conseguir dormir ouvindo o choro do seu filho. Toda madrugava eu me perguntava: "o que há de errado?". Esses momentos pareciam intermináveis, e houve vezes em que chorei junto com eles, sobrecarregada pelo peso de tudo aquilo.

O apoio da minha família e do pessoal foi uma verdadeira âncora de salvação. Especialmente, o Pedri, que se mostrou um pai e companheiro extraordinário. Ele estava sempre presente, revezando comigo as tarefas noturnas, acalmando os bebês e me incentivando a descansar sempre que podia. Sem sua ajuda e apoio constantes, tenho certeza de que não teria conseguido enfrentar tudo sozinha logo no terceiro dia com eles em casa, que foi quando o caos começou. Ele parecia ter uma paciência infinita e um amor imenso que não só acalmava os bebês, mas também me dava força para continuar. Pedri não se esquivava de nenhuma tarefa; ele trocava fraldas, dava banhos e passava horas embalando os bebês para que eu pudesse ter alguns minutos de descanso. Sua dedicação era uma prova do quão incrível ele é como pai e parceiro. Ele era o amor da minha vida, e eu nunca tive dúvidas quanto a isso.

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