"Não adianta fugir de mim, coelhinha. Eu sempre estarei escutando cada passo que você der na Terra."
Uma vila amaldiçoada, um mundo alternativo, um casarão assombrado, e um stalker.
Cassie Kennedy decidiu trancar sua faculdade de psicologia na Calif...
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Cassie
Andar por Etherion outra vez era uma sensação que eu ansiava. O reino, com sua atmosfera sombria e gótica, tinha sido moldado pela era de Baltazar. Me perguntava se algo havia mudado após todos esses anos ou se aquela estética pesada fazia parte de sua essência eterna.
Depois da tensa conversa no jantar, terminei de comer. Pietro, aparentemente preocupado, pediu que eu voltasse ao quarto. Ele precisava resolver questões importantes, mas, claro, obedecer não era algo que eu faria facilmente.
Em vez disso, aproveitei a ausência de sono e vaguei pelos corredores, explorando cada canto do castelo. Eu mal podia descansar depois de tudo o que vivi, e a ideia de deitar e simplesmente dormir parecia absurda.
As crianças ainda estavam em minha mente, mas Pietro garantiu que estavam seguras sob os cuidados de Gideon e Reynard.
Quando ele me revelou sua verdadeira identidade, senti um frio na espinha, medo de algo que eu mal compreendia. Mas, paradoxalmente, uma faísca de fascínio queimava dentro de mim.
Ele mexia comigo de uma forma que eu não conseguia decifrar.
Descendo até o térreo, deparei-me com um grande espelho. Por um instante, a imagem de Alden me me carregando surgiu, seus braços ao redor de minha cintura, com aquele sorriso astuto em seu rosto... Meu coração pulou uma batida e recuei, encarando apenas o reflexo de mim mesma.
Alden conseguiu me traumatizar mais do que o Pietro quando começou a me perseguir na Califórnia.
Afastei o pensamento, tentando me recompor, e continuei pelo corredor até alcançar o saguão principal, onde alguns guardas montavam vigília.
Sentia um desejo crescente de ver Thalassa e saber como ela e o pai estavam.
Me aproximei da grande porta de entrada, lançando olhares furtivos para os guardas. Esperava ser impedida, um "não pode sair", mas, para minha surpresa, eles simplesmente me observaram e deram passagem.
Fiz uma pausa, arqueando uma sobrancelha, antes de sair. A noite era fria, salpicada de estrelas, e um vento gelado varria o ar, mordendo a pele.
Felizmente, Pietro havia se encarregado de me arranjar as melhores roupas para me proteger daquele frio cortante. Agradecida, puxei o casaco mais perto de mim e comecei a caminhar.
O campo aberto se estendia à minha frente, e meus passos eram os únicos sons na vastidão silenciosa. Após atravessar a muralha e ser saudada por mais guardas, finalmente alcancei a vila.
A cena que encontrei era animada, quase caótica. Pessoas apressadas carregavam mantimentos, madeira e outros materiais, enquanto o comércio fervilhava de vida.
A neve caía gentilmente, e uma sensação reconfortante me encheu. Aquela era Etherion.