"Não adianta fugir de mim, coelhinha. Eu sempre estarei escutando cada passo que você der na Terra."
Uma vila amaldiçoada, um mundo alternativo, um casarão assombrado, e um stalker.
Cassie Kennedy decidiu trancar sua faculdade de psicologia na Calif...
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Tommy Chavez
- É definitivamente perda de tempo, garoto.
A voz de Jack ecoava pela sala, pesada de exaustão. Ele não apenas parecia cansado, mas também carregava em suas palavras uma sombra de desespero, algo que ele não conseguia disfarçar. Por trás de seu tom severo, havia uma urgência velada, um medo que ele não admitiria abertamente.
Eu sabia que ele não queria que eu fosse para aquele lugar. Ele insistia que era perda de tempo ou, pior, perigoso. Mas, para ser sincero, já estávamos no meio do perigo desde o momento em que decidimos nos envolver nisso. Continuar fingindo que nada estava acontecendo só nos tornaria alvos mais fáceis. Se eu tinha que morrer, preferia que fosse resolvendo o caso, para que, ao menos, a verdade viesse à tona.
Eu me sentava na cama de Jim, os olhos fixos no chão. O medo apertava o meu peito, algo que eu não costumava sentir, mas que agora era impossível ignorar.
E se os boatos sobre aquele lugar fossem reais?
Estaria lidando com algo além do entendimento, algo sobrenatural. Será que aquele homem, de fato, morava ali?
- O que você sabe sobre aquele lugar, Jack? - Jim quebrou o silêncio, sua voz ponderada e atenta.
Jack suspirou pesadamente, como se a pergunta trouxesse à tona memórias que ele preferia esquecer. - É um lugar perigoso - disse, seu olhar se perdendo. - Além dos animais violentos que rondam aquela região, não há sinal de telefone. Eu e meu colega, Wilson, tivemos problemas lá, mesmo estando armados.
- Já faz seis anos - Jim replicou, sua voz carregada de ceticismo. - Talvez não seja tão perigoso assim, não mais.
Jack sacudiu a cabeça, impaciente. - Não. Algumas pessoas tentaram invadir o local, mas o governo acabou isolando a área. Como eu disse, é perda de tempo.
Eu continuava em silêncio, encarando o chão enquanto minha mente trabalhava incessantemente.
Isso pode virar um documentário.
As pessoas adoram histórias assim, com uma pitada de mistério e perigo. E se eu conseguisse filmar tudo? Aquilo poderia abrir portas, me trazer reconhecimento.
- Você realmente vai fazer isso? - Jack me perguntou de repente.
Dei de ombros, sem olhar diretamente para ele. - Não tenho escolha.
Jack explodiu. - Porra! A sua profissão vale mais do que a sua vida?
Levantei o olhar para ele. - A verdade vale. Bem mais.
Jim franziu a testa, uma careta de incredulidade se formando em seu rosto. - Você é doente, Tom.
Jack, com o rosto contorcido de raiva e resignação, virou-se em direção à porta. - Boa sorte para vocês. Eu vou cuidar da minha família e protegê-los.
