Capítulo 18 - Eu te amo, Leona?

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Tyson

Escutar aquelas palavras carregadas de tanto ódio, me fizeram paralisar. A minha companheira queria me rejeitar. Eu sentia isso. Meu coração bateu descontrolado. Não! Isso não poderia acontecer novamente! Eu não suportaria viver novamente sem a minha companheira. Quando eu consegui sair do transe em qual eu estava, Kira havia desaparecido. Eu olhei para todos os lados, ela não estava. Então não pensei muito e logo estava transformado em meu lobo. Ele estava furioso, suas passadas eram pesadas e violentas.

Eu estava com raiva de mim, principalmente em como eu consegui perder o controle da situação. Kira era minha companheira, ela deveria ficar ao meu lado. Mesmo que os conselheiros me intimaram a um casamento com outra mulher, eu deveria ter colocado Kira como a minha prioridade.

Depois de algumas horas, à noite me alertou que um temporal estava a caminho. Em cima da Rocha uivei com toda minha força, afirmando como eu estava triste com aquela situação. O que mais me incomodava era o que poderiam fazer com um ser tão ingênuo como Kira. Como ela poderia se proteger em meio ao caos de uma floresta perigosa? A floresta negra era conhecida como detentora de grandes personagens místicos. Muitos que entraram jamais saíram, e eu temo que isso possa acontecer com ela.

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— Onde está a minha mamãe?

Olhar para Logan era desagradável. Os seus olhos apreensivos, curiosos pelo paradeiro da mãe, acabavam com o meu subconsciente. Me sentia culpado por isso.

— O que você fez com ela?

— Calado, garoto. Sua mãe fugiu, porque é uma mulher frágil demais. Poderia suportar todas as provações e permanecer firme, mas preferiu escapar.

— Não chame a minha mãe de fraca!

Eu fiquei surpreendido com o pequeno garoto. Em um salto primordial ele se transformou em seu lobo. Seu pelo era negro, idênticos ao meu, os seus olhos estavam vermelhos com a raiva reprimida. Rosnava, evidenciando as garras recém-nascidas, as quais ainda iriam se desenvolver. Era perceptível que ele era movido a sentimentos.

Eu me transformei em meu lobo, o espantando com o meu tamanho. Rosnei para ele, afirmando quem era o alfa que comandava a todos. Sacou os seus dentes, e abaixou a cabeça. Eu caminhava em sua direção rosnando cada vez mais forte, até que ele ficou recuado como um medroso. Voltei a minha forma humana.

— Eu esperava mais de você, moleque.

Deixei o meu filho, eu não queria que ele percebesse que fiquei contente com a sua apresentação. Pequeno e bastante destemido, era assim que eu o classificava. Não deveria dizer, pois ele ainda estava em formação e qualquer palavra positiva podia influenciar. Caminhei ao meu quarto, o qual dividia com Leona. Eu não estava para conversas. Em minha mente se passava milhares de pensamentos, e o principal seria descobrir o paradeiro de minha companheira. Assim que a tempestade fosse embora, eu iria caçá-la.

— Não me peça para compreender o porquê você quer aquela mulher ao seu lado. Eu jamais entenderei o motivo dos alfas sempre terem uma segunda opção.

— Eu estou cansado, Leona. Vamos conversar sobre isso amanhã ou até o meu humor melhorar.

— Onde está a menina cega?

Solto um suspiro cansado.

— Não chame ela desse jeito. Realmente não quero me estressar com você. Então eu sugiro que recolha a sua língua e vá dormir imediatamente.

A deixo sozinho e decido entrar ao chuveiro. O único que eu queria era esquecer desse dia horrível. Daria tudo para que minha companheira retornasse e me perdoasse pelo meu fracasso. Não é certo que fiz. Se ao menos tivesse alertado que eu possuía uma pretendente, nada disso aconteceria.

— Não gosto que você fale assim comigo. Girei os olhos quando eu senti Leona se aproximando. Era comum que ela aparecesse em momentos inapropriados. — Eu só quero que você me ame, como eu te amo.

— Eu não posso gostar de mais ninguém além da minha companheira.

— Mentiras. Isso se torna engraçado dado ao fato que eventualmente temos momentos a sós. Não parece gostar somente da sua companheira.

Eu virei o corpo assustando a mulher assim que segurei em seu pescoço. Ela estava presa em minhas garras, como uma presa fácil. Seus olhos estavam arregalados, amedrontada do que eu poderia fazer.

— É melhor que você cale a boca. Se não for assim, talvez o casamento não aconteça, pois um dos noivos estará morto.

Soltei os meus dedos a libertando.

— Não deveria falar assim comigo. Eu sou a filha do Alfa George. Um dos mais temidos da região. Revirei os olhos. - Não revire os olhos para mim.

Novamente eu estava a um palmo de distância da fêmea Leona. Ela estava mais assustada do que antes. Eu olhei para o seu corpo por completo. Ele estava trêmulo, e, ao mesmo tempo exitada pela minha presença.

— Você está com medo?

Arrastei a voz, em meu modo intimidador. Ela piscou algumas vezes e negou.

Eu inclinei o pescoço e comecei a sentir o seu cheiro. Ela não lembrava a minha querida Kira. Abandonei o seu corpo e eu fui em direção à mesa. Nela possuía o whisky mais forte da cidade.

— Você não é o meu bichinho.

Ao teu rosto confuso, continuei a beber. Precisava esquecer desse dia fatídico, e todas as coisas ruins que vieram com ele.

— Eu posso ser quem você quiser.

Não sei se foi a bebida, mas em um piscar de olhos, Leona estava em minha frente. Ela me encarava com intensidade. Eu tomei mais algumas doses, não sei exatamente o quanto, mas foi o suficiente para a ilusão fazer com que outra pessoa aparecesse.

— Kira.

Ela sorriu de imediato. Meu coração saltou ao saber que ela havia retornado.

— Minha doce, companheira.

A beijei com intensidade. Era um beijo de paixão, ternura, e pedidos de desculpas. Segurei o seu corpo como se ela fosse fugir, eu temi aqui isso acontecesse novamente.

— Eu te amo.

A companheira cega do alfaOnde histórias criam vida. Descubra agora