A companheira cega do alfa

Capítulo 69- Casamento real

Juro que me faltou ar naquele exato momento em que ele comunicou em uma sala com milhares de pessoas, sites de fofoca, com câmeras espalhadas por toda parte, que eu seria a sua princesa, a nova princesa de Gardênia. Eu não conseguia interpretar o que as outras pessoas estavam pensando, mas quando a luz parou sobre o meu corpo, senti que eu estava sendo o assunto do momento.

Flashes vinham por toda parte, alguns repórteres me perguntavam coisas aleatórias eu não sabia o que responder. Até que apareceram alguns guardas, afastaram os perseguidores de fofoca e me envolveram em um círculo até que eu chegasse em uma sala. Minha mente estava embolada, ainda não entendi o que estava acontecendo. Aparentemente a minha sina era ser manipulada, usada como marionete nas mãos dos homens. Parece que sempre querem ter o domínio e o controle da minha vida, como se eu não tivesse direito de resposta, ou vontade própria.

- Lord Gael.

Ele foi anunciado. Ouvi o barulho da porta sendo aberta, e logo ele estava pisando forte ao chão.

-Kira. Não precisava ter saído do salão daquele jeito. Todos ficaram a te olhar com espanto. A partir de agora, como vai se tornar minha esposa, você não pode tomar atitudes assim que chame atenção.

Um som de desdém saiu de minha boca.

- Do que você está falando? Eu não vou me casar com você e nem com ninguém. Mal lhe conheço! Não lhe dei liberdade para que use meu nome em vão.

- Calma, pequena loba. Ele caminhou até mim, tentou encostar sua mão em meu rosto, porém em um tapa eu o afastei. - Não é muito inteligente fazer isso.

- Eu só quero ir para minha casa. Volte atrás com a palhaçada que inventou. Sei muito bem que não quer se casar comigo, pois tem uma noiva, Verônica. Porque não falou o nome dela?

Ele suspirou fundo.

-Verônica não faz meu tipo. Ela é muito interesseira, gosta de luxo, carro, nunca teria a humildade que teve outro dia quando me ajudou em meu ferimento. Por isso eu escolhi você, por que me ajudou naquele dia. Eu quero que você permaneça ao meu lado e se casa comigo.

Balancei a cabeça, esse homem estava louco!

- Não. Eu não quero me casar com você. Não percebe que isso é uma insanidade? Se isso se concretizar, estará acabando com a minha vida e a sua, pois nós não nos amamos! Nem nos conhecemos!

- Você tem razão. Escutei o seu suspiro pesado. - Contudo, se você permanecer comigo, eu poderei lhe conceder qualquer desejo.

Ergo uma sobrancelha. Ainda não entendo porque um homem que pode ter todas aos seus pés, se interessaria em se casar com uma qualquer como eu, cega, marcada pela vida, sendo rejeitada por todos. Por outro lado, ele disse que pode conceder meus desejos. O único que quero nesse momento é encontrar meu filho, o trazendo para morar comigo, seja lá onde for que eu esteja.

- Por quê? Porque me escolher, se você pode escolher muitas outras? Eu quero que me fale o motivo, e que seja verdadeiro.

Ele bufou. Queria somente que fosse sincero. Esse casamento seria forçado como o meu anterior, mas dessa vez, parecia que não seria com um homem tão cruel como Richard. Esperei por sua resposta, o tempo parecia interminável. Depois de alguns minutos, começou a falar.

- Apesar de toda a minha aparência, como se eu fosse um conquistador, galanteador de mulheres, eu não sou assim. Quero alguém que possa me amar do jeito que eu sou, e Verônica não é essa pessoa.

- Então você arrumou essa ideia maluca somente para não se casar com Verônica? Eu era mais fácil apenas dizer "não" para ela.

- Não é tão fácil. Lembra quando lhe disse sobre compromisso de casamento? Anos depois, meu pai Lord William fez uma aliança com Atos, pai de Verônica. Ele nos prometeu em casamento, e esse momento chegou. Eu tenho que me casar.

- Então se case com ela!

- Eu não posso! Sua voz aumentou. Até então, ele estava calmo, mas agora, se exaltou como se estivesse em uma batalha interna. - Eu não posso. Ela é deplorável, uma pessoa maligna, capaz de passar por cima de tudo e de todos.

Reprimi os lábios.

- Mas o que eu tenho a ver com isso afinal de contas?

- Antes de prometer casamento com Verônica, ele me prometeu a você. Lembra que eu comentei que visitávamos a sua alcateia? Concordo. - Eu posso desfazer o casamento com Verônica, mas para isso eu teria que me casar com a primeira pessoa prometida a mim, no caso você.

Eu que estava em pé, automaticamente me joguei ao sofá mais próximo. Com a mão no peito, acariciava minha pele.

- Por isso eu quero me casar com você. Eu não te amo, nem poderia pois nos conhecemos a pouco tempo. Isso tudo é somente para que eu não me case com Verônica. Em troca disso, eu lhe darei tudo que Você quiser.

- Tudo?

Ele pegou a minha mão direita, fechou entre as suas e a beijou.

- Tudo. O que você quiser, qualquer pedido, mesmo que eu tenha que mobilizar todos os meus guardas para acatar as suas ordens.

Eu levantei o corpo e me afastei. Essa proposta seria incrível, proposta essa que poderia ser a luz do final do túnel. Não precisaria mais ser escrava do reino, e o melhor, poderia pedir para o príncipe resgatar o meu filho da alcateia dos Lycans. Decidi parar de pensar, e agir. Então o respondi.

- Eu aceito.

Senti quando os seus braços me envolveram, o meu corpo foi arremessado para o alto e voltou para os seus braços. Ele parecia muito feliz de não se casar com Verônica, isso era perceptível ao som da sua risada. Eu estava rindo junto, mas depois de alguns segundos o meu sorriso morreu quando lembrei da minha real situação. Eu estava grávida, e tinha que revelar isso.

- Há um problema que talvez possa impedir que esse casamento ocorra.

- O que você está falando?

Eu reuni um pouco de coragem que tinha, coloquei as mãos em cima do ventre, ergui a face e revelei o que estava oculto.

- Eu estou grávida.

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