Capítulo 81- Caso oculto

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Gael

A minha vontade era de gritar aos quatro cantos do mundo que Kira era minha. Ela não podia ir para lugar nenhum, havia assinado um papel, dito para todos os presentes que havia aceitado a se casar comigo. De repente, somente porque eu ordenei uma batalha contra os Lycans, ela virou as suas costas e decidiu me abandonar. Não sei como acontece com os lobos no mundo real, mas não é assim que as coisas ocorrem em meu reino.

— Em uma prisão? Por que colocar a própria esposa encarcerada, em uma prisão?

— Não faça dramas. Ela está em um quarto solitário, somente isso.

— Um quarto que foi de vários criminosos, que ficaram presos esperando pelo veredito final. Essa garota já sofreu demais, presa por diversas vezes, sendo inocente em todas elas. Você é o marido dela, deveria amar.

— Chega, Isadora! Você é somente a minha governanta, não deve dar pitacos na minha vida. Para começo de conversa, Kira estava decidida a me abandonar, e eu não duvido nem um pouco que fosse para ficar com aquele homem, Tyson.

Ela respirou fundo.

— Mesmo se fosse, querido. Juntamente com a sua mãe, eu te criei para ser um bom homem. Se ela quiser ir embora deixe. Não a mantenha junto somente para sustentar o seu ego.

Eu olhei atravessado. Era impressionante como ela sabia desvendar os meus pensamentos, isso me assustava inúmeras vezes.

— Por conta dessa briga desmedida, você está causando uma confusão maior ainda. Não quer livrá-la desse lugar porque não deseja vê-la feliz com o seu inimigo direto. Isso é egoísmo, prendendo alguém que não ama.

— Quem disse que não a amo? Abaixei os ombros um tanto derrotado. — Confesso que no início foi apenas para manter as aparências, pois não queria me casar com outro alguém. Com o passar dos dias eu fui me apaixonando por Kira, e eu acredito que ela por mim. Mas aí apareceu esse homem para mudar tudo, para bagunçar o que já estava arrumado.

— Se o amor de vocês fosse tão forte assim, não seria abalado por tão pouca coisa.

— Chega. Basta. Saia daqui imediatamente.

Então ela girou o corpo e caminhou para a porta, não sem antes me jogar um olhar de repreensão. Com um soco, bati na mesa um tanto perturbado. Isadora era minha segunda mãe, havia sido minha ama de leite, então o meu respeito por ela era sem igual. Mas eu não a deixaria falar o que quisesse, eu era o futuro rei de Gardênia e ninguém poderia me desrreipeitar.

Eu caminhei para o quarto da minha esposa. Ele era realmente um dos piores do local. A porta foi confeccionada em material grosso com parafuso em todas as laterais impossibilitando a saída. Por fora, havia uma câmera que monitorava os passos do preso, e com ela fiquei a vigiar. Ela estava ajoelhada no chão, com os cotovelos acima do colchão e os olhos fechados, aparentemente estava a rezar. Sorri de lado, espero que esteja pedindo para que eu possa perdoá-la e se desculpando pelos erros cometidos com seu marido.

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No elegante escritório, a luz suave do sol filtrava-se através das cortinas, mergulhando o ambiente em uma penumbra quente. O ar estava carregado com uma tensão palpável, e cada objeto no escritório parecia sussurrar segredos antigos. O mobiliário e os livros antigos eram testemunhas silenciosas de um passado compartilhado.

Ketlin, com seus passos elegantes e silenciosos, entrou na sala carregando uma pasta de documentos. O toque dos seus sapatos de salto alto parecia ecoar de forma inquietante no silêncio da sala. Eu estava assinando alguns papéis, fiquei paralisado ao vê-la entrar.

Quando ela se aproximou, os olhos meus olhos se fixaram no seu, e um sorriso sutil, quase imperceptível, se formou em seus lábios. Ele se levantou, seu terno perfeitamente ajustado, acentuando ainda mais sua postura autoritária e ao mesmo tempo sensual.

— Ketlin.

Comecei, minha voz quebrando o silêncio com uma suavidade deliberada.

— Estava com saudades. Sempre soube que você era mais do que uma simples empregada.

Ela parou perto da mesa, seus olhos encontraram os meus com uma intensidade que quase queimava.

— E você, Gael. Respondeu ela, a voz ligeiramente trêmula.

— Sempre foi mais do que um patrão para mim.

Aquelas palavras nos envolviam como um véu, trazendo à tona memórias e sentimentos que há muito tentávamos reprimir. Sem pensar, levantei a mão e toquei o rosto dela, meus dedos passando com delicadeza sobre a pele suave de sua bochecha. A sensação foi elétrica, como se uma corrente de desejo estivesse fluindo entre nós.

O tempo parecia se arrastar enquanto nossos olhares se encontravam. A proximidade do meu corpo e o calor do dela eram quase insuportáveis. Ketlin inclinou a cabeça levemente, e a proximidade dos nossos rostos fez com que nossos corações batessem mais rápido.

Puxei o seu corpo para que pudesse se aproximar, em um desequilíbrio premeditado, ela caiu em meu colo, deixando seu traseiro por cima do meu membro. Isso me exitou, e foi aumentando conforme ela remexida em meu colo. Nós temos um caso antigo, que não pode ser apagado. Sempre que estamos juntos é como uma faísca que surge, em meio ao caos. Envolvi sua cintura e a pressionei contra mim.

— Gael.

Ela murmurou finalmente, sua voz era um sussurro carregado de urgência.

— Há algo muito importante que preciso te contar. Algo que não pode esperar.

— Do que você está falando?

Logo imaginei que se tratasse de minha esposa. Algum segredo que ela sabe, e está ponderando se é correto me contar. Em direito a cadeira e olho de uma forma intimidadora.

— É sobre Kira. Ela mente para você, está mentindo a todo tempo.

Aquelas palavras caíram como um peso no ar. Eu sabia que ela não trazia informações irrelevantes. A tensão no ambiente estava no auge, e cada toque, cada olhar, parecia carregar o peso de um futuro incerto. O desejo e a expectativa estavam quase insuportáveis, e eu estava pronto para enfrentar o que quer que viesse a seguir.

A companheira cega do alfaOnde histórias criam vida. Descubra agora