— Richard, pare com isso já. Eu acho melhor você se afastar, antes que eu grite em alto e em bom som. Tenho certeza que o alfa não gostará da sua atitude.
— Você tem certeza? Pois eu acredito que ele não vai se importar, afinal aposto que foi isso que ele fez com a sua mãe quando eles se casaram, pequena Kira. Não sabe quantas noites eu sonhei em tomá-la em meus braços.
Eu senti quando ele se aproximou mais ainda. As pontas de seus dedos tocaram em minha face, aquilo era repugnante, o seu toque, o seu cheiro, a sua presença me incomodava demais. Eu não sei em qual momento esse nojo por sua pessoa se fez presente em meu coração. Com essas atitudes só demonstravam que eu estou completamente certa em relação ao seu caráter.
O seu polegar tocou em meus lábios, ele arranhou conforme desenhava os meus traços. Em outros tempos, eu estaria gostando, quando eu ainda o amava, quando eu ainda acreditava que seria o meu companheiro de destino. Eu queria gritar e isso que fiz.
— Socorro! Socorro! Alguém me ajude!
Com desespero eu gritei no mais profundo de minha alma. O único que obtive, foi o riso exagerado de Richard.
— Você é uma gracinha. Está ouvindo alguém lhe responder? É porque ninguém liga para você nessa casa. Somente eu, eu me importo com você. Novamente ele se aproximou. Senti quando as suas mãos tocaram em meu rosto. — Eu me importo com a sua aparência, como irá se comportar ao meu lado, pois agora que é minha esposa tem que se portar da melhor forma.
Ele pausou por alguns instantes. Esses segundos foram suficientes para colocar novamente as mãos em minha cintura e apertar com extrema força.
— E eu me preocupo principalmente com o seu corpo. Promete que jamais irá modificá-lo? Até mesmo quando engravidar dos nossos bebês. Eu quero que se mantenha desse jeito para sempre. Somente assim eu posso me sentir atraído por você.
Então ele avançou e beijou os meus lábios. Eu bati em seus ombros tentando me soltar, era impossível. O seu corpo era o dobro do tamanho do meu, eu me tornava uma pequena garota ao seu lado, sem contar com a força que me pressionava contra a parede. Sem recursos, eu usei o método que toda mulher faria. Mordi os seus lábios.
— Cachorra!
Empurrei o seu peito e corri até a porta. Na realidade, eu fiquei tateando à parede até encontrar a maçaneta. Assim que achei, eu tentei abri-la, porém, estava trancada. Quem a trancou? Lembro-me bem que quando entrou, ele nem sequer colocou as mãos na porta.
— Abram essa porta! Eu bati desesperada. — Por favor!
— Volte aqui! Então ele me alcançou, me pegou pela cintura e sem muito esforço me jogou na cama. — Acha que é mais forte que eu?
Senti quando seu corpo encaixou sobre o meu. O seu peso fazia com que eu estivesse imobilizada isso não era nada bom. Ele subiu as minhas mãos deixando sobre o seu domínio, fixas no colchão. O meu olhar era assustado, o medo se fazia presente, destacando a mesma sensação ruim do dia em que Tyson me salvou.
— Por favor, não faça nada comigo.
— Eu prometo lhe dar muito prazer.
Ele desceu e beijou o meu pescoço. Não eram carícias semelhantes ao meu companheiro, a sensação era outra. Ele explorava meu pescoço, enquanto as suas mãos passavam por todo meu corpo. Em cada local eu podia sentir os seus dedos a passear. Apertei os meus olhos, querendo sumir. Uma segunda tentativa não poderia ocorrer. Será que Tyson aparecerá novamente para me ajudar? Eu mentalizava com toda a minha força para isso acontecer.
Seus beijos desceram em direção ao meu colo, naquele local ele ficou por longos minutos. Pareciam horas e eu só queria que acabasse o mais rápido possível. Os seus dedos passavam ao interior de minhas pernas, e nessa hora, os meus olhos encheram de água, sendo derramadas de imediato. Não importava o que eu dissesse, ele não iria parar.
Parecia estar obcecado, que realmente há muito tempo estava esperando por aquilo. Por quê? Antes eu estava em sua disposição, faria o que quisesse, na hora que quisesse, até mesmo seria capaz de me entregar antes de selar o nosso companheirismo. Estava a ponto de fazer isso, mas a sua traição acabou com tudo. Se Anne foi tão importante para ele, por que não se casou com ela?
O meu corpo parecia uma marionete, estava a mercê dos seus desejos. Eu tentei de toda forma me conectar com a minha lua, e não consegui. Parecia que ela estava perdida em seus próprios pensamentos, triste com toda a situação. Se ao menos ela interferisse, poderia me transformar em minha loba e arrumar um jeito de fugir desse local.
Eu apertei os meus olhos, ainda sentindo os seus lábios passarem por toda minha extensão. Em meio às lágrimas, eu procurava algo no quarto que pudesse me auxiliar. Minha cegueira era o meu maior obstáculo, isso não iria me atrapalhar. Eu fechei os olhos e me conectei comigo mesma, logo senti o cheiro de álcool. Whisky! Sorrateiramente ergui a mão direita e percebi haver uma garrafa parada em cima da escrivaninha ao lado da cama.
Ele continuava a descer, e logo parou ao ponto principal. Automaticamente eu fechei as minhas pernas, e ele forçou para abri-las. Apertei os meus olhos quando ele começou, eu tinha que permitir que ele continuasse, pois era a única forma de distraí-lo. Então eu segurei em seus cabelos e os apertei, como se eu realmente estivesse gostando do seu ato. Ele ergueu a cabeça por alguns segundos e sorriu. Continuou o que fazia e naquele momento eu percebi que seria a melhor hora. Estiquei os meus braços o mais longo que pude, até que alcancei a garrafa.
Eu engoli a seco, apertei o vidro e sem pensar duas vezes arremessei na cabeça do lobo. Ele parou seus movimentos. Eu larguei a garrafa, encostei na sua cabeça, e senti algo molhado. Direcionei ao meu nariz e constatei o sangue.
Ele estava morto?
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A companheira cega do alfa
WerewolfKira é uma loba comum, filha de uma alfa, anseia para encontrar seu companheiro. Em um dia fatídico, na batalha épica comandada pelos Lycans, ela é atingida brutalmente, isso a leva a uma cegueira total. Anos depois ela sofre uma desilusão amorosa...